5 | éden (+18)

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"E se o nosso lance faz de mim um viciado
Nunca mais eu fico sóbrio, fico do seu lado."
Vício, Glória Groove

— O que aconteceu que te deixou tão ansioso assim, Rams?

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O que aconteceu que te deixou tão ansioso assim, Rams?

Ramiro não consegue responder, em seu corpo havia uma corrente de adrenalina passando freneticamente, o deixando incapaz de pensar antes de agir. Seus instintos estavam aflorados, o fazendo tomar todas as decisões impulsivas de uma só vez, desde o momento em que abriu os olhos despertando de um pesadelo horrível, até o momento em que ligou para Kelvin abrir a porta. Ele ainda estava anestesiado pela irresponsabilidade de suas ações, em sua mente havia apenas uma vaga lembrança de como ele conseguira chegar até ali.
Depois de desperto, ele se levantou de uma só vez, ignorando a tontura e vestindo a calça depressa, esquecendo-se de colocar o cinto, calçando os sapatos se forma desesperada e desajeitada, como se o mundo estivesse acabando e precisasse dele para ser salvo. Entrou na caminhonete se jogando no banco e dando partida em milésimos de segundos após colocar o cinto de segurança. Seus pensamentos estavam embaralhados, mas a princípio, o quarto do loiro não era o seu destino. Na realidade, ele não tinha um destino certo, só queria dirigir, se acalmar... respirar. Mas em pouco menos de 10 minutos rodando sem rumo, o peão teve um estalar em sua mente, colocando-o em órbita. Ele precisava ver Kelvin.

E foi dessa maneira que sem se importar se seria visto ou não, sem se importar se cairia ou não, ou se Kelvin se aborreceria ou não, que o peão subiu em uma árvore próxima da sacada. Seus braços e pernas fortes o auxiliaram a escalar o tronco, sempre se certificando se os pobres galhos iriam conseguir suportar o peso de seu corpo. Com a pulsação acelerada pelo esforço físico e mental, Ramiro se pendurou no cimento gelado que protegia os arredores da sacada, encaixando seus dedos com cuidado nos vãos dos pilares e finalmente conseguindo passar a primeira perna por cima da proteção, com calma, para não se desequilibrar e partir seus ossos numa queda. Quando finalmente se colocou de pé de maneira segura, o peão tateou o bolso de sua calça em busca de seu smartphone. Assim que encontrou o objeto eletrônico, ligou a tela, desbloqueando-a e ligando para o primeiro nome que aparecia em suas mensagens. Kelvin havia lhe mandado um boa noite às 21h da noite. 

Agora, às 3h, parado ali de frente para o rapaz que vinha tirando seu sono, arrancando seus suspiros e o fazendo arder por um desejo jamais sentido antes, Ramiro teve a audacia de dar um passo para frente ainda sem responder as perguntas preocupadas que aqueles lábios rosados proferiam. 

A brisa quente que soprava em Nova Primavera serviu de impulso para que o peão avançasse sem pestanejar, calando a boca de Kelvin com um beijo bruto, duro e rápido, fazendo o loiro dar um passo para trás ao ser pego de surpresa. A porta de vidro foi fechada duramente, fazendo um estralo atrás da silhueta alta e robusta. Mesmo sem entender muito bem o que estava acontecendo, e pensando ainda estar sonhando, Kelvin correspondeu ao beijo, passando a mão no rosto de Ramiro para que ele relaxasse e diminuisse a velocidade de sua língua. O peão deu alguns passos para frente sem tirar seus lábios dos de Kelvin. 

AMOR DE INTERIOR | kelmiroOnde histórias criam vida. Descubra agora