Sábado 15:24 da tarde
Aquele momento foi momentâneo. A pouco tempo atrás Merina poderia relembrar diversas vezes o quão o clima estava bom antes daquela maldita decidir vir enfrentar ela. Afinal, por que será que ela está tão abalada com uma "suposição"?
- Com licença?
Úrsula estava tão chocada com aquele atrevimento que podia pular nela.
- Lara, em outro momento por favor.
- Nada disso. Agora vocês tão fazendo fofocas das pessoas por aí é isso? Eu sempre soube que você era esquisita Merina mas não a ponto de viver a vida das pessoas só porque a sua é insignificante.
O calor simplesmente começou a aumentar, será que tava acontecendo denovo? Por que aquilo tinha que acontecer agora? Merina estava congelada no tempo sentindo e esperando o impulso a infligir totalmente. É aquele poder me consumindo denovo.
- Quem você pensa que é para me tratar desta forma? - Merina se levanta e avança lentamente até Lara. - Você não consegue acreditar que seu príncipe é um idiota? Se eu sou insignificante você é mais ainda para deixar uma pessoa dessa entrar na sua vida.
- Oh! Não seja tão inocente! Todo mundo faz você parecer a vítima sempre. Mesmo se isso fosse verdade não dá razão pra vocês falarem de ninguém.
- Mas neste caso eu sou realmente a vítima. A partir do momento em que você virou cúmplice da mentira do Léo e me acusou de ser invejosa, se tornou culpada também.
Úrsula olha com total cuidado para as duas, Lara fechava os punhos cada vez mais e Merina parecia estar fazendo alguma coisa impulsiva com as mãos. Ela não precisava ter uma visão naquele momento para entender que algo muito ruim poderia acontecer. Precisava de uma forma de afastar as duas.
Ela pega ela pelo punho e sai correndo com as coisas em mãos. Aquele momento foi tão engraçado, elas simplesmente ignoraram Lara lá. Merina estava chocada mas mesmo assim correu, ela olhava para o rosto de Lara e sentiu dó, sim dó. Só Lara interpretava aquele momento de uma forma triste, o problema dela não era o namorado mas sim uma amiga. Ela via aquilo e não conseguia esconder a emoção. Como elas conseguem serem tão próximas em pouco tempo?
No fundo ela pensava que se não tivesse começado está confusão poderia estar lá com elas e não se sentir sozinha mais.
Merina e Úrsula desaparecem entre as árvores, elas corriam enquanto riam muito, foi naquele momento em que elas perceberam o quão especial uma era para a outra. Finalmente o rio. Era tão cristalina a água e limpa, talvez não houvesse muita visita na margem dele. A luz do sol passando entre as árvores e causando um reflexo na água do rio, era tão magnífico aquela visão que Merina viveria ali para sempre.
- Que bom que a gente fugiu.
- Então. Mas olha, isso me deu um cansaço que na próxima vez eu repenso a ideia de puxar sua mão e fugir.
Sábado 15:41 da tarde
Úrsula passava suas mãos delicadamente sobre a água enquanto Merina fiscalizava o lugar. Ambas deixavam apesar de muito comunicativas um silêncio constrangedor, elas não sabiam como começar uma conversa. Os pássaros de todas as cores passavam cantando e todas as vegetações se mexiam com o vento.
- Eai você vai tentar?
- Bom não tenho certeza se vou conseguir, é muito complexo.
Úrsula se levanta parando de mexer na água e se senta em uma rocha que ficava ao lado da água do rio.
- É importante que você saiba entender a natureza. Se você faz parte dela você precisa se comunicar com ela.
- Sim eu acho que eu só tenho que me concentrar né?
- Sim, não esquenta você aprendeu a controlar o fogo tão rápido quem sabe os outros.
Merina entra em silêncio novamente, ela dá um suspiro e logo deixa as suas mãos como se tivesse recebendo algo, ela fecha os olhos e tenta não pensar em nada além da natureza e água. Demoro um pouco de segundos para o vento começar a ficar mais forte, parecia que as árvores se comunicavam com Merina através de movimentos. Os cabelos começavam a balançar e o seu tinha ficado mais escuro, Úrsula observava todo tipo de alteração com medo e um pouco de suspense. A água começa a se movimentar, como se a correnteza dela estivesse ficando mais forte, Úrsula se levanta e olha para Merina de frente, logo seus poderes verdes estavam expostos e Merina estava em um tipo de hipnose. Uma bolha de água se formou e começou a simplesmente flutuar ao meio do nada, Úrsula estava inconformada com aquilo.
- Você consegui!
O ar ficava cada vez mais forte, se era Merina que estava fazendo aquilo já era hora de parar antes que uma tempestade se forme. Úrsula começa a balançar Merina incansavelmente, ela parecia estar dormindo literalmente.
- Merina para. Merina!
Ela não escutava e estava ficando cada vez mais pior o clima. Uma árvore grande de carvalho começa a balançar, se elas não saíssem daquele lugar agora uma árvore iria acertar elas.
- Merina!
Úrsula tinha entendido que tentar chamar Merina desta forma era difícil, a árvore começa a cair na direção delas, Úrsula puxa Merina e ambas caem no chão.
Merina abre os olhos confusa, a bolha de água cai imediatamente e todo o céu volta ao seu estado normal.
- Meu deus! - Úrsula fala ofegante. - Aqui seria nosso fim.. Você ta bem?
- Sim estou sim. Não sei o que aconteceu.
- Acho que você não controlou só a água, você também moveu o ar.
- Eu tenho que aprender a isolar melhor a manipulação de elementos. Acho que ainda é muito pra mim, porém uma hora eu consigo...
- É melhor a gente ir embora.
- Claro vamos. - Merina e Úrsula se levantam limpando a sujeira na roupa. - O dia de hoje foi intenso em.
- Demais. Vamos.
Úrsula e Merina seguem para longe do rio, caminhando entre as grandes árvores até chegarem ao campo.
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A Aniquiladora Natural
Science FictionAntigamente em um posto de vilarejo bem pequeno, surgiu uma divindade da natureza, a qual tem o poder de dar a luz esbelta, ou o caos ardente. No novo mundo moderno e sobre humano, uma jovem especial se destaca diante de uma humanidade com habilidad...