Perspectiva

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Play Why'd You Only Call Me When You're High? - Arctic Monkeys

Ao longo da vida, é impossível ignorar como o destino e as coincidências parecem se entrelaçar de maneira maldita, como um jogo cósmico que se diverte nos colocando exatamente onde não deveríamos estar, nos momentos mais detestáveis. E ali, naquela noite, enquanto as luzes da balada piscavam freneticamente ao som da música alta, não pude deixar de sentir o peso do ódio que me consumia.

Lauren sempre surgia no meu caminho de maneira tão incômoda, como se estivesse predestinada a estar lá, mesmo quando eu fazia de tudo para me livrar dela. E aquilo me enchia de uma raiva profunda. Era como se o universo estivesse jogando um jogo sádico, uma partida em que as peças eram nossas vidas e o destino estava rindo da minha cara.

Enquanto eu observava Lauren naquela noite beijando minha amiga, um sentimento de raiva fervilhava dentro de mim, alimentando uma série de pensamentos amargos sobre as estranhas coincidências e as manipulações cruéis do destino. Eu não podia evitar me perguntar: por que raios o destino parecia tão obstinado em nos empurrar um para o caminho do outro?

Seria apenas um mero acaso, um capricho do universo que nos colocou no mesmo lugar e na mesma hora, ou havia algo mais sombrio, algo sinistro, que guiava nossas vidas na direção uma da outra? Seria o destino um maestro maléfico, regendo nossos passos para seu próprio entretenimento sádico?

Eu lutava contra o ódio que fervia em meu peito toda vez que via Lauren, mas, ao mesmo tempo, não podia negar que algo perturbador nos mantinha conectadas.

O que me atormentava era o mistério do porquê. Por que o destino insistia em nos unir, quando eu só queria vê-la o mais longe possível? O que ele esperava alcançar com essa dança infernal e interminável? Talvez a resposta estivesse além da minha compreensão, ou talvez fosse um lembrete de que, independentemente do quanto eu odiasse, o destino podia continuar nos atormentando implacavelmente.

Eu sabia que Lauren estaria presente naquela noite, graças a uma mensagem de Dinah, e essa informação me deixou irritada. No entanto, todos os nossos amigos estavam lá, o que me fez acreditar que eu poderia simplesmente ignorar a garota. Mas Lauren parecia ter os memos planos, já que, desde o momento em que cheguei, seus olhos verdes e seus amigos estavam notavelmente ausentes. A ausência dela causou séria irritação em minhas amigas, especialmente porque Zayn e Normani também haviam sumido.

- Você está me perseguindo? - perguntei nervosa, minha voz carregada de raiva e incredulidade. Ariana, que estava ao meu lado, me olhava surpresa. Por outro lado, Lauren parecia se deleitar com a situação, ostentando aquele sorriso de deboche que tanto me irritava.

Lauren não perdeu a oportunidade de provocar.

- Não vai me dizer que era essa a amiga que você estava esperando sair do banheiro? - ela comentou, olhando para Ariana, que confirmou com um aceno de cabeça. O brilho de diversão nos olhos de Lauren se intensificou. - Agora faz sentido. Anda falando muito meu nome por aí, Camila? - Senti meu constrangimento aumentar, sabendo que Ariana devia ter mencionado algo.

- Eu nem lembrava que você existia, pare de me perseguir - esbravejei em resposta, tentando recuperar minha postura e enfrentá-la.

- Eu nem sabia que se conheciam - Lauren respondeu de maneira simplista, como se estivesse apenas esclarecendo um equívoco. - Como eu poderia imaginar que uma garota bonita e legal como Ariana fosse amiga de alguém como você? - provocou, usando o tom que eu tanto detestava.

- Agora você sabe, então saia do meu caminho - falei enquanto tentava passar por ela, empurrando-a de leve. - Vamos, Ariana. Mas antes que eu pudesse seguir adiante, senti a mão de Lauren segurando meu pulso.

Turbulência Noturna - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora