Jisung se virou para amigo assim que o mesmo arrancou com o carro, não o via há três anos, e agora que o mais novo estava ali ao seu lado, esqueceu-se facilmente dos eventos anteriores na livraria. Enquanto ambos se mantinham silenciosos, Han se permitiu analisar o outro que da última vez que vira, tinha os cabelos ruivos naturais e agora esses estavam pretos e com um belo corte Mullet, as sardas ainda o lembravam das estrelas, era lindo.
- É isso? Eu não te vejo há três anos e você não me diz nem um oi? Sério, eu esperava pelo menos um 'E aí, filho da puta, tudo bem com você?' - Jisung gargalhou, o outro sempre foi tão dramático e se sentia feliz por isso não ter mudado. - 'Tá rindo de que, projeto de fofão?
- Ah, Lix, eu te amo, sabe disso, não fica chateado, hum? - Depositou um breve selar na bochecha do moreno, esse que sorriu levemente sem tirar os olhos da estrada. - Me diga como você 'tá, sentiu minha falta?
- Óbvio que senti a sua falta! Sung, três anos, eu quase arrumei uma canoa e fui atrás de você. Nunca mais saia de perto de mim! - O bico emburrado e as sobrancelhas franzidas pintaram o rosto do de cabelos escuros. Han achava aquilo adorável, ele e Felix eram como unha e carne desde quando se conheceram em uma festa anos atrás, depois disso nada mais separou os dois, exceto pela viagem de Jisung, o mesmo saiu do país depois que a mãe faleceu e isso foi muito difícil para ambos.
- Eu voltei agora e prometo grudar tanto em você que você vai se sentir sufocado. - A risada de Felix tirava todas as preocupações da cabeça do Han, amava tanto o amigo, estava em casa de novo. - Mas vai, me conta sobre você. Namorando? Pegando alguém? Da última vez que conversamos 'on-line' você disse que conseguiu um emprego num estúdio de dança.
- Ah, eu 'tô trabalhando lá, ajudo o professor a auxiliar os alunos, é legal, mas esse professor fica me mandando várias cantadas, sei lá.
- Ele passou do limite alguma vez? - Felix percebeu o tom preocupado do amigo e tratou logo de lhe mostrar um sorriso e negar com a cabeça.
- Ele é mega bonito, dança bem, é engraçado e tudo mais, só que... ah, eu não sei. - Felix suspirou, para o Han, o amigo estava muito confuso. - Talvez eu só queira ficar na minha um pouco. - Jisung deixou aquilo de lado quando notou Felix estacionar o carro em frente a sua casa, a cidade era pequena, então o caminho foi bem curto. - Entregue.
- Você vai ficar? - Han desfivelou o cinto e abriu a porta, antes de sair virou-se para o amigo esperando por uma resposta.
- Eu preciso ir resolver uma coisinha antes, mas mais tarde eu volto e nós vamos fazer uma noite de filmes, skin care e pizza como nos velhos tempos.
Jisung observou o carro se distanciar e caminhou até o portão de sua casa, não conseguiu segurar o suspiro pesado, sentiu seus olhos marejarem, fazia tanto tempo que não voltava para aquela casa. Segurando o choro, calmamente começou a caminhar em direção a entrada, as mãos trêmulas lutando para encontrar a chave correta, o peito subindo e descendo rapidamente. O coração de Jisung doeu como naquele dia, assim que conseguiu entrar na casa, a primeira coisa que viu foram os móveis cobertos por lençóis, estavam no mesmo lugar desde sempre. O cheiro nostálgico de infância daquele ambiente acertou o menor em cheio, Jisung não conseguiu impedir as lágrimas silenciosas de rolarem por suas bochechas.
Exitante, começou a caminhar pelo cômodo, retirando aqueles lençóis recém lavados de todos os móveis, podendo visualizar o sofá verde musgo que ele sempre odiou, a estante de madeira rústica cheia de manchas de lápis coloridos e canetas permanentes, a TV velha que provavelmente nem seria tão útil mais. As mãos do menor tremiam, as lágrimas es corriam e em seus lábios um pequeno sorriso permanecia.Enquanto lutava internamente para arrumar e limpar aquele local, não tão longe dali, Felix encarava as caixinhas de leite condensado e xingava internamente a pessoa que colocou aquilo numa prateleira tão alta, e xingava mais ainda todas aquelas pessoas naquele mercado que estavam o vendo se esticar o máximo que consegue e nem se prestarem a dar uma miséria ajuda.
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𝐂𝐚𝐟é 𝐄 𝐂𝐡𝐮𝐯𝐚 // Mɪɴsᴜɴɢ
FanfictionO amor resiste a um trauma? Ele consegue ser mais forte?...