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Kim

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Kim

Fouettés.

Fouettés.

Fouettés.

Repito nos meus pensamentos, girando e girando sem parar e quando enfim paro, me curvo esticando a ponta de um dos pés, mantendo os meus braços em posição como se eles fossem lindas asas.

Plié.

Tendu.

Plié.

Enquanto faço os passos mais complicados do balé clássico, é fácil imaginar uma linda e imensa plateia me assistindo. O som da orquestra sinfônica ditando a intensidade ou a ternura da história contada por uma dança leve como uma pluma, mas que também pode carregar uma tragédia no seu conto. Juro que consigo ver a sensibilidade nos seus olhos, as lágrimas emocionadas e me sinto viva com isso. E para finalizar...

Fouettés.

Fouettés.

Fouettés.

— Ah! — Solto um grito de susto quando sinto o meu pé esbarrar fortemente em algo duro, me fazendo desequilibrar repentinamente e em uma fração de segundos estou sentada no colo de Artêmis Mazza. Inevitavelmente o olho nos olhos completamente ofegante, mas ele está me olhando com tanta raiva que eu caio na real e tento sair de cima dele. — Me desculpe! — peço, mas os seus dedos no meu braço me mantêm bem onde estou e confusa, volto a olhá-lo.

— Posso saber o que estava fazendo no meu quarto? — Engulo em seco para essa fúria em suas palavras.

— Mas, eu não...

— Sim, você esteve lá! — Um tom rude e acusador, mas é o seu olhar feroz que me incomoda. — Achou mesmo que eu não ia perceber?

— Por que acha que eu fiz isso? — rebato malcriada tentando mais uma vez me afastar, mas ele me mantém presa a ele. Contudo, o fato de Artêmis aproximar-se do meu rosto e raspar a ponta do seu nariz na minha bochecha me desarma, mas só um pouco. A sua respiração quente se arrasta pela lateral lentamente fazendo o meu coração bater fora do compasso e no ato prendo a respiração.

— Eu preciso saber. — Sua voz áspera perto do meu ouvido me causa sérios arrepios e eu ofego violentamente. — Gostou do meu cheiro? — Abro os olhos abruptamente e quando ele se afasta encaro o risinho medonho nos seus lábios. — Gozou quando pensou em mim na sua cama?

— Seu... idiota! — rosno fazendo força para me livrar do seu agarre, porém, os seus dedos apertam ainda mais o meu braço e dessa vez o encaro furiosa.

— Um conselho, garota, não fique perto de mim, não ouse voltar no meu quarto. Você não vai gostar da minha reação.

— E o que vai fazer, me bater? — rebato atrevida.

Minha Cura - Artemis MazzaOnde histórias criam vida. Descubra agora