Capitulo 9 - Matheus

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Ao entrar em meu apartamento, observo Ária sentar-se ao sofá, e ainda sem manter contato visual comigo falar:
- Não queria te atrapalhar, não precisava me trazer aqui, poderia ter me deixado em algum hotel - Ela tinha um bom ponto, para ser sincero nem mesmo eu consegui entender o porque de trazê-la para cá, mas desde sua reação na boate senti que não deveria deixá-la sozinha, e eu precisava cuidar dela de perto
- É melhor não ficar sozinha depois daquele cara, você ainda pode ter pesadelos ou algo do tipo - Menti para mudar o assunto
- Nenhum pesadelo vai chegar perto daquilo - Vi a menina se arrepiar e me arrependi de não ter eu mesmo quebrado a cara daquele idiota
- Olha Aria, não sei o que você está passando, mas eu prometo que se depender de mim e do Lucca nenhum homem vai te agredir, você está protegida lá, e vai continuar aqui, eu prometo - Completo ao sentar-me ao seu lado
- Não adianta, nada disso faz o tempo voltar - A pego em meus braços tentando entender o que ela quis dizer com aquelas palavras
- Ária, aconteceu algo que eu não vi? Eu posso te levar ao hospital se quise... - Sou interrompido por seus lábios macios que agora estão rudes e exigentes em contato com a minha boca e quando vejo, estou correspondendo aos seus movimentos. Passo as mãos por seus braços desnudos e sinto o arrepio ao sentir o a aspereza de minhas mãos em sua pele, que apesar do calor da boate, continua cheirosa como só ela. Agarro sua cintura a encorajando a montar em meu colo.
Droga eu não posso fazer isso, ela é a priminha do meu melhor amigo, que foi expressamente proibida por ele, e é 12 anos mais nova que eu, UMA MENINA! Mas ao mesmo tempo, seu corpo curvilíneo se esfregando no meu pau, que implora por sair da calça, me faz ter certeza de que ela não mais é uma menina, mas sim uma mulher linda e gostosa.
Contudo, ao passar a mão em cima de sua vagina coberta pelo jeans sinto seu corpo travar e ficar duro, e em seus olhos verdes como duas esmeraldas sinto o medo cru. Merda. Quando a sinto levantar e se afastar o máximo possível, questiono o que eu fiz de errado, mas ao escutar seu choro soluçado não consigo me segurar
- Ária me desculpa, eu não sei porque correspondi, caralho faz meia hora que um babaca fez aquilo contigo e agora eu hajo igual aquele idiota. Me desculpa, eu não deveria ter deixado isso acontecer, eu jamais faria esse tipo de coisa com você - Ela então se vira para mim e fala:
- Não Matheus, não foi nada com você, foi só minha cabeça fodida. Você não fez nada errado, eu juro - Como não? Eu deveria ter me segurado, não deixado meu instinto falar mais alto - Mas você não queria fazer aquilo comigo? - Pergunta acuada
- O que? Não, eu quiz! Quer dizer, não que eu fantasiasse voce, mas é claro que eu senti tesão com voce, só não deveria ter continuado as investidas quando a pouco tempo você passou por uma situação traumática! Me desculpa, eu não sou um babaca que não se importa em satisfazer uma mulher, eu só estava querendo te dar prazer, não queria te forçar a nada
- Você não forçou eu juro. Hello, eu praticamente pulei em cima de você. Não foi nada do que você fez - ela fala, abaixando o olhar e colocando o cabelo atrás da orelha - Foi só uma memória ruim
- Você quer conversar sobre isso? - Pergunto segurando sua mão
- Você não precisa - Reforço minha fala - Quer tomar um banho? Quem sabe relaxando você consiga descansar. Porque eu não consegui falar com o Lucca, então acho melhor você dormir aqui, vou deixar uma camisa no quarto de hóspedes tudo bem?
- Posso te dar um abraço? - Pergunta com o rosto para o chão - Claro que sim - Obrigada Matheus

Já passa das 3 da manhã quando saio do banheiro, precisei de uma ducha longa para colocar minha cabeça em ordem, primeiro ter ficado bobo quando vi Ária na festa sem saber que era ela, depois aquele maldito forçando algo, então a maneira como a defendi e chegando no que rolou aqui em casa
Caralho, eu fiquei com a Ária, se o Lucca sonhar com isso, eu posso assinar meu atestado de óbito. Mas não vou conseguir esquecer tão cedo seu cheiro doce, sua pele macia, e como ela é gostosa e se encaixa perfeitamente bem nas minhas mãos. Caralho Matheus você precisa tirar esse episódio da tua cabeça, e pra ontem.
Um barulho na porta me tira dos meus devaneios
- Ária? Não conseguiu dormir, precisa de alguma coisa?
- Na verdade, eu preciso sim Matheus, você me ajuda? - Em seu tom era claro a embriaguez em que se encontrava, mas que merda ela bebeu na minha adega? Porque ela bebeu? Achei que precisasse descansar?
- Ária, porque você bebeu? Existem maneiras melhores de lidar com o que aconteceu hoje - Tento argumentar enquanto ela entra no meu quarto
- Não foi o que aconteceu hoje Matheus, foi o que aconteceu há muitos anos atrás - Ela completou, chorando e se sentando em minha cama.

O melhor amigo do meu primo Onde histórias criam vida. Descubra agora