Cartel

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Sentindo-se bem mais relaxada, Mon abriu os olhos e já era manhã. Sam já havia levantado, como naqueles clichês românticos ela deixou um bilhetinho sobre a cama.

"Tive trabalho agora cedo, ossos do ofício. Logo volto para você."

Aquilo soou quase uma promessa. Mon suspirou como se tivesse encontrado sua razão de existir. Lembrou-se de tudo, ainda sentia as mãos em seu corpo, os beijos, o toque, aquela mulher maravilhosa dentro de si lhe proporcionando toda sorte de prazer possível.

Estava bem mais disposta e alegre, tanto que sua alegria contagiou sua mãe e seu irmão na hora do café da manhã. O único que permanecia sério era seu pai. O homem andava preocupado demais, cabisbaixo e evitava falar do trabalho em casa, diferentemente de antes que sempre chegava empolgado com novidades.

_Tudo bem, papai? O senhor mal tem falado. -Mon arriscou quando ficou a sos com ele.

_Sim, querida. Não se preocupe, está bem? Vamos ficar no evento, quero você e seu irmão ao meu lado, sim? -Beijou a testa da filha ao passar por ela. _Eu a vi com uma jovem ontem a noite, de quem se trata?

_Uma conhecida de viagem. Prometo que você irá conhecê-la em breve. -Sorriu entusiasmada, crente que seu pai amaria conhecer Sam.

O juiz olhou para a filha e sorriu mais uma vez antes de ir em direção ao elevador, ao entrar, deu de cara com uma bela moça usando um conjunto da Gucci caríssimo e chinelo slide da Nike. A cumprimentou e a viu sorrindo gentilmente.

O rosto familiar fez com que o juiz sorrisse de volta antes de entrar no elevador.

Sam caminhou até Mon, se cumprimentaram com um selinho rápido e a violinista indicou o assento para Sam. Comeram em perfeita harmonia, conversando sobre os planos para o dia, Sam deu alguns detalhes sobre seu trabalho de modo que Mon entendeu que ela era uma negociadora.

De certa forma era, mas não exatamente como Mon imaginava.

_Amanhã depois do concerto todos estarão ocupados com os preparativos de um evento no qual meu pai vai estar. -Mon disse tocando a coxa de Sam. _Como me deixam livre, eu adoraria repetir o que fizemos ontem, se você quiser..

_Estive pensando em repetir hoje mesmo.. -Sam mordeu o lábio inferior. _O que me diz?

_Digo que aceito. Podemos ir para outro lugar? Não quero os olhos de Richie em mim. -Revirou os olhos ao falar do irmão vigia que tinha.

Mon e Sam acabaram o café da manhã e foram para um outro lugar em Napoli, um verdadeiro motel de luxo onde puderam repetir o que fizeram e ir além. Além no que não esperavam.

Mon deitou a cabeça sobre o peito de Sam enquanto conversavam sobre tudo.

_Sempre quis ser dona do meu próprio negócio. -Sam disse baixinho enquanto acariciava os cabelos de Mon. _Sonhava com a igualdade social e a quebra desse sistema que devasta as minorias, porém enxerguei que as coisas não são assim e que se quisermos mudança, precisamos fazer uma revolução. Hoje sou parte de uma revolução no meu dia a dia.

Mon sorriu, achou aquilo inspirador por não ter ideia de que tipo de revolução Sam estava falando.

_Já eu sempre sonhei em ser a maior violinista do mundo e alcançar todos os corações com a minha música. É um sonho ambicioso, eu sei, mas é o que eu quero.

Crime em E major | MONSAM Onde histórias criam vida. Descubra agora