Capítulo 15

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"This is your favorite game
But you're gonna be defeated
And you're never gonna beat it
Controls you like a slave
But you gotta stop pretending
You won't get a happy ending
Someday you're gonna wake up
Gonna wake up
From a life in fantasy" Wake Up, Smash Into Pieces

"Esse é o seu jogo favorito
Mas você será derrotado
E você nunca irá vencer
O controla como um escravo
Mas você precisa parar de fingir
Você não terá um final feliz
Um dia você acordará
Você acordará
De uma vida de fantasia"



ALEJANDRO

Meus pais sempre falaram para ficar longe de problemas com outras criaturas, principalmente daquelas que exigem rituais para serem convocadas. Os rituais por si só, ao meu ver, já são um sinal de algo que está intocado deveria permanecer dessa forma. Então, a ideia de preparar um espaço, momento e objetos para isso já me deixa de mal humor.

Acrescenta essa sensação com mais a tensão quando o assunto são fadas e pronto, temos um receita mágica fadada ao fracasso.

Para o mundo humano as fadas podem até parecer criaturas brilhantes e adoráveis, mas esses seres são apenas bestas fantasiadas de beleza. Feéricos tem a magia atrelada a natureza e aos elementos e advinha o que faz parte da natureza? Lobos...

Fadas não possuem a metamorfose animal, mas como nossa magia tem um forte chamado pela natureza, elas conseguem nos controlar. Talvez, para um shifter seja qual for ele, as fadas são os piores inimigos.

Sem contar que nunca se sai ileso dessas criaturas. Acordos ou sacrifícios são sempre exigidos em troca. Isso nunca será algo positivo e se antes o alarme vermelho, ou o instinto, seja lá como o indivíduo chame, não tiver tocado até aqui, esse é o momento onde os mais sensatos param e todas as luzes vermelhas se acendem.

Todavia, aqui estamos nós, no meio da floresta, colocando os dentes do lobo falecido sobre uma pedra, abaixo do céu estrelado, descalços, enquanto meu beta se prepara para entoar um cântico.

Maurice conseguiu uma espécie de chamado antigo que impede as fadas de entrarem fisicamente em nossa dimensão, elas ficam contidas em um círculo de sangue desenhado na terra sem estarem materializadas, como se fossem uma ilusão.

— Usa o meu sangue. — Olívia oferece e eu rosno.

— Essa é minha alcateia, um problema meu e...

— Já sei, eu ainda não aceitei o vínculo de parceria com você, ainda assim, foi meu irmão que invocou, talvez um sangue semelhante seja mais atrativo, não acha?

— Ela tem um ponto, senhor. — Declara Maurice que depois de eu acenar para os dois, faz um corte relativamente profundo no dedo dela que começa a desenhar o círculo na terra.

Não gosto de ver esses dois envolvidos nisso, mas dificilmente conseguiria chutá-los para longe. Parte de mim também não gostaria da ausência deles.

Maurice entoa o cântico três vezes e quando acho que não dará certo, uma faísca surge no meio do círculo, uma corrente toma o ar, parecido quando Olívia chama seu demônio pessoal, e o cheiro de fruta em decomposição nos atinge.

A criatura que surge a nossa frente é a mesma líder que apareceu em Lunarium, a diferença é que aqui ela está menos corpórea e tem mais luz brilhando em sua pele. E mesmo que a imagem pareça virtual, é possível observar pequenos detalhes como a cor azul celeste dos seus olhos e as orelhas pontudas.

— Ora, ora — ela fala abrindo um sorriso malicioso e olhando ao redor tentando entender o que está acontecendo — Tem algum tempo que não me incomodam dessa maneira.

Entre Estrelas e PromessasOnde histórias criam vida. Descubra agora