Capítulo 05

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"But if you look close
You'll see me crying out
I got this feeling when the blood has dried
And the youth wears off
Everything will be alright" Castle, World's First Cinema

"Mas se você olhar de perto
Vai me ver chorando
Eu tenho essa sensação quando o sangue secou
E a juventude desaparece
Tudo ficará bem"

OLÍVIA

Passei a noite me revirando na cama, desisti de dormir bem antes do despertador tocar.

Ele não sai da minha mente desde daquela noite na cobertura e agora ele tem estado mais presente.

Por que raios o destino cruzou nossos caminhos? Por que raios ele não desistia de mim? Mas que inferno!

Preciso me acalmar, estou estressada desde que ele apareceu aqui no restaurante. Na verdade, estou no meu limite bem antes de Alejandro chegar, bem antes de nos encontrarmos naquele prédio, pela primeira vez.

Fico pensando no dia que me espera, em todas as tarefas, mas nada me encoraja a levantar. A ideia que vem na minha mente para melhorar um pouco meu humor é um pouco de prazer.

Passo minha mão direita do meu seio, descendo até o meu centro, sentindo o calor deixado na pele pelo meu próprio toque, fecho os olhos e na minha mente vejo olhos heterocrômicos amarelos com manchinhas pretas, eles são lindos demais. Lembro de sua voz doce chamando meu nome:

"Olívia"

E fico toda molhada, começo a movimentar os dedos de forma circular, usando da minha própria lubrificação.

Posso odiá-lo, mas não nego que ele é lindo e que me sinto atraída por ele. Um pedaço de pecado que faz meu corpo arder em chamas. Nunca irá acontecer na vida real, mas aqui no meu quarto eu posso permitir esse segredo sujo.

Posso imaginar os sons que ele emite quando está sentindo prazer.

Será que são doces como a sua voz ou selvagens como a fera que é?

Ainda pensando nos seus sons, enquanto emito os meus me lembro dele me chamando.

"Ollie"

E como todas as vezes, isso me corta, me congela, me tira do transe que eu estava.

Já deveria saber que fantasiar com o inferno faz a gente se queimar.

O clima acabou, paro de me tocar, porque depois disso eu sei que nada vai afastar o vazio em meu peito.

Após sentir que Diego estava sozinho no quarto, bato em sua porta. Meu amigo a abre sem saber ao certo se espera uma briga como nos últimos dias ou uma conversa civilizada.

Apenas entro e me sento na cadeira próxima a cama. Ele entende a minha bandeira branca e se senta na cama de frente para mim.

- Pode cobrir meu trabalho hoje à tarde? Não estou me sentindo bem. - Minto.

O semblante dele se enche de preocupação já que eu nunca lhe pedi algo desse tipo antes e ele se ajoelha a minha frente perguntando se eu preciso de algo mais.

Falo que tenho apenas uma dor de cabeça insistente e que como hoje é dia de música ao vivo mais tarde, precisava descansar, mas o garanto que cantarei com ele mais tarde.

Antes que ele possa estender a mais perguntas me levanto e quando já estou no batente da porta murmuro:

- Desculpa, Di. - Não escolho algo em específico, mas acho que podemos considerar os últimos dias como um todo.

Entre Estrelas e PromessasOnde histórias criam vida. Descubra agora