Entre Estrelas e Promessas

Capítulo 13

"We make our plans
We put our fate in the palms of our hands
And I read your future
And I saw us bound together
People come
And people go
But I guess that I read you wrong" Palm Reader, World's First Cinema.

" Nós fazemos nossos planos
Nós botamos o destino nas palmas das nossas mãos
E eu li o seu futuro
E eu nos vi juntos
As pessoas chegam
As pessoas se vão
Mas eu acho que eu li você errado"

ALEJANDRO

Eles querem a porra de um sacrifício.

É a única coisa que eu queria remoer na minha cabeça enquanto o caos está instaurado em Lunarium. Mas ao meu redor todos estão num misto de medo, horror e ódio. E eu no meio de tudo isso para colocar ordem.

Esta aqui a diferença de ser um líder. É deixar a "porra de um sacrifício" de lado e ser o alfa que eles precisam.

Não foi nossa primeira ameaça e nem será a última que recebemos, só é diferente se tratando de ter feéricos envolvidos, mas eu não me curvarei à uma fada.

- Silêncio. - Peço em meio aos choros e rosnados num tom imperativo sem soar autoritário - Peço que todos se acalmem, os feéricos não sairão impunes, mas nesse momento eu preciso dos meus lobos. Lunarium será fechada e somente quem precisa permanecer aqui, peço que fique. Aos demais, voltem para suas casa e estejam alertas.

Às vezes, tudo o que precisa é de alguém confiante tomando a frente de uma situação complicada para passar um pouco de segurança.

Me aproximo de Joe, jogado em cima do corpo do pai chorando, agora que descemos o corpo do homem. Não vou permitir que ninguém lide com ele. Ele é responsabilidade minha. Então, me aproximo, toco seu ombro com gentileza e digo que eu mesmo cuidarei do corpo do seu pai.

Só os meus lobos que fazem a segurança e guarda da vila e de Lunarium permaneceram, além de Olívia que está paralisada e tensa. A encaro e me pergunto até que ponto sua tensão é por estar em estado de choque. Paro a sua frente, mas ela nega qualquer aproximação.

- Nosso primeiro passo essa noite, será cuidar do corpo de Fred. - Peço para que alguém busque sua esposa, enquanto outro homem me ajuda a carregá-lo até uma sala. - Quero que passem para os guardas a ordem de me notificarem a cada uma hora sobre as patrulhas. Quem está assumindo, quem permanece e qual tipo de movimentação é vista. Maurice, entre em contato com nossos outros estabelecimentos e apenas aos nosso sócios, são os únicos que devem saber sobre essa ameaça.

- Senhor, caso apareçam fadas, nem sal, nem prata podem matá-las. Como proceder com criaturas que não morrem? - Alec é um dos guardiões que permaneceram e um dos meus chefes de segurança.

- Decapitação. - Responde Olívia.

- Todas as criaturas morrem, algumas são apenas mais difíceis de matar. Não hesitem. - Digo. E os últimos que precisaram sair se vão.

Joe está deitado abraçado ao corpo do pai morto em cima da mesa, é uma imagem perturbadora e que vou levar durante muitos dias na minha mente. Me aproximo na intenção de tirar o adolescente dali, mas quando ele me encara com seus olhos rasos em lágrimas ele fala:

- Eu só quero tirar esse cheiro de fruta estragada dele, por favor, me deixa aqui.

Preciso respirar fundo com seu pedido para que eu mesmo não caia em lágrimas, ninguém precisa disso nesse momento. Então, só confirmo com a cabeça e tento me aproximar de Olívia mais uma vez. Ela ainda se esquiva do meu toque.