Part 2

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N.

Ao som da voz da Rihanna que tocava no radinho em cima da pia que terminei de tomar o meu banho. O meu corpo estava totalmente suado e cansado, e eu merecia um banho quente e demorado. Sou professora de dança em uma escola de artes no centro da cidade, é difícil conciliar dança, trabalho e faculdade, mas me sinto realizada e feliz, tudo precisa de esforço quando se quer algo.

Dança sempre foi tudo para mim. Vivia rodopiando pela casa, fazendo Nathan me acompanhar sendo meu par na dança. E hoje estou vivendo meu sonho, dou aula e ainda consegui uma bolsa de oitenta por cento de enfermagem.

Quando saio do banheiro, devidamente vestida com uma calça flanela e uma regata, e os cabelos secos preso em um coque, entro em meu quarto apenas para pegar meu celular. O dia tinha sido tão corrido que mal falei com os meus pais. Respondo algumas mensagens dos velhos e de Nathan, que me pede respostas de algumas questões do colégio. Rio negando com a cabeça e conecto meu celular no carregador antes de sair do quarto.

Entro na sala encontrando tudo arrumado, Maria poderia ser desorganizada desde que ela arrumasse sua própria bagunça depois.

Maria foi a melhor coisa que me aconteceu desde que nos conhecemos, ela é a pessoa mais incrível e de bom coração que conheço. Nossa amizade começou no parquinho próximo a nossas casas, e hoje estamos juntas, tentando viver a vida adulta, passando pelos perrengues da vida, sendo uma o suporte da outra. Ao mesmo tempo que somos tão diferentes, somos muito parecidas. Eu sou a mais organizada, minha alimentação é rigorosa, além de sempre ser positiva. Já Maria é totalmente ao contrário, gosta de videogame, comer besteiras, e arruma seu quarto de uma à duas vezes na semana, há e quando precisa organizar as idéias ela gosta de correr. A conheço muito, afinal são anos de amizade.

Temos as nossas brincadeira de ficar nos "agarrando" e de nos "agredir" o que faz alguns amigos nosso em comum acharem que somos um casal, mas não, apenas amizade mesmo, Maria é minha melhor amiga e não misturamos as coisas.

[...] em menos de uma hora preparamos o jantar, Maria mais atrapalhou do que ajudou, já que a morena ficava me infernizando mais do que outra coisa. A garota era uma peste quando queria.

Tínhamos feito uma sopa de ervilha, e um suco natural de abacaxi com hortelã. A chuva ainda caia forte lá fora, parecendo que não ia parar tão cedo.

- Lembra do Steve Rogers que eu te falei? -pergunto quebrando o silêncio que se instalou na mesa. Maria nega levando a colher até os lábios. -O garoto que trabalha lá comigo na farmácia.

- Ata. O paspalho que arrasta um caminhão por você. -a mesma rola os olhos. Apenas dou de ombros continuando, Maria dificilmente se agradava com os caras que era afim de mim, sempre dizia que eles eram galinha que não mereciam nem me levarem para jantar fora.

- Esse mesmo. E ele não é paspalho, ele é um amor. -sorrio ao me lembrar de suas covinhas. Não que estivesse afim dele, planejando algo mais sério. Porém Steve era um cara legal, lindo e muito meigo, diferente de outros caras que sai. Ele é respeitador e não invade meu espaço - Ele me chamou para sair. Vamos em um restaurante da família dele.

E em questão de segundos tenho uma Hill engasgada na mesa. Me levanto rapidamente dando alguns tapinhas em suas costas, colocando um de seus braços para cima.

- Calma. Maria respira -peço sem parar com os tapas.

- Que droga, já estou bem obrigada -diz entre dentes. - Acho que tem muita pimenta nisso daqui.

Franzo o cenho: -nem coloquei pimenta, e nada ardido.

- Mas eu coloquei no meu prato. -diz irritada, mudando do nada seu humor. - Como você aceita sair assim, com um estranho?

- Ele não é um estranho. Não completamente -dou de ombros -trabalhamos no mesmo ambiente, afinal para isso que serve os encontros, para nos conhecermos melhor.

- Acho melhor eu ir junto. -diz cheia de si. Acabo rindo da sua cara, vendo a mesma me olhar com tédio -estou falando sério.

- Não venha querer pagar de tocha humana em meu encontro não, pois eu não vou atrás de você quando decide sair por ai galinhar.

- Não saio para galinhar.-a olho - são passeios.

- Mia, somos melhores amigas esqueceu? Sei de todos os seus podres. -digo retirando os pratos da mesa. Já tínhamos terminado ali mesmo, pelo menos eu sim.

- Mas eu sou uma boa menina. -sorrio com seu jeito muleca.

- Sim, você é. -beijo sua testa. -Mas é isso, tenho um encontro e estou feliz Fique feliz por mim, por favor. -faço um bico. Coloco tudo dentro da pia, e me encosto na mesma cruzando meus braços. Assisto a outra se levantar com cara de tédio, logo forçando um sorriso me fazendo rir.

- Estou feliz por você. -a olho como "sério? Não parece"- sério, Nat. Só me preocupo com você.

- Não é como se eu fosse sair com o lobo mal.

- Sei que não. Você é a mulher mais inteligente que conheço, e sabe se cuidar. Que seu encontro seja o melhor, do jeito que você merece.

- Obrigada. -digo vendo verdades em suas palavras.

- Vou me deitar. Amanhã eu cuido dessa louça. -da um meio sorriso quando seus lábios se afastam de minha bochecha.

Maria parecia chateada com algo quando me deixa sozinha no cômodo, mas deve ser apenas impressão minha mesmo.

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⏰ Última atualização: Oct 24, 2023 ⏰

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