Capitulo 13

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As férias de Natal começam com uma tempestade.

Nunca esfria o suficiente para nevar antes do Natal, mas acho que alguma coisa precisa cair do céu. Por dois dias, a chuva bate contra as janelas e empurra as nossas decorações infláveis de bonecos de neve contra a grama.

Nós ficamos dentro de casa e tentamos matar o tédio com filmes natalinos. Quando nos cansamos disso, Alice insiste para que tiremos uma foto para um cartão de Natal que ela quer mandar da família dela.

— Você quer dizer nossa família? — pergunto.

— Não, eu tô falando de mim, Picles e BooBoo.
Ela se veste em veludo verde e se posiciona à frente da lareira com os gatos no braço. Daphne consegue capturar um total de três fotos decentes até Picles arranhar o suficiente para conseguir escapar.

Quando o tempo finalmente abre, Lisa e eu vamos
às compras para os presentes de família. Daphne vai junto, pelo que sou grata, porque isso significa que Lisa  não vai ter nenhuma chance de perguntar sobre Jisoo. Nós damos uma volta na cidade, indo no shopping, na livraria, na loja de antiguidades. Nenhuma de nós sugere ir para Candlehawk.

— Alice trabalha hoje? — Lisa pergunta depois
de entrarmos na loja de cosméticos para comprar
bombas de banho. — Nós deveríamos passar no
Chaminé. Estou morrendo de vontade de comer picles frito.

— Acho que eu tomaria uma pina colada sem álcool — Daphne diz. — Fazer compras é estressante. Eu preciso de algo para relaxar.

— Sim, senhora — digo, passando meu braço no
ombro dela. Para falar a verdade, já estou de saco cheio de fazer compras há pelo menos uma hora.

Eu já escolhi presentes para mamãe, papai e Alice, e agora tudo começa a me lembrar ou de Sana ou de Jisoo Não posso comprar um presente para nenhuma delas, ainda que por razões inteiramente diferentes.

Nós entramos na taverna quente e agitada que é o
Chaminé. Alice nos vê e acena para a garçonete nos levar para nossa mesa favorita, que fica perto do jukebox. Nós deslizamos nos assentos altos da cabine e recebemos uma cesta de picles frito dentro de dois minutos.

— Alice é a melhor — Lisa diz, devorando o
lanche. — Ela sempre sabe exatamente o que a gente quer.

— Ela é boa com pessoas — Daphne diz, astuciosa. — Isso é o que mamãe sempre diz.

— Como é que eu fiquei sem esse gene? — pergunto.

— Você é boa com pessoas — Lisa diz. — Talvez
não do mesmo jeito que Alice, mas você é boa o
suficiente.

— Uma confirmação exultante. Obrigada.
Lisa dá de ombros.

— Jisoo é a única outra pessoa que sei que chega no
nível de Alice.

Eu não digo nada, tentando manter a minha
expressão neutra.

— É por isso que Alice  não gosta dela? — Daphne
pergunta.

Eu olho para minha irmã.

— Ela disse isso?

— Hum. — As orelhas de Daphne ficam vermelhas,
um gene que eu e minhas irmãs definitivamente
compartilhamos. — Então, acho que ela só quer te
proteger.

— Alice não gosta de ninguém que eu namoro —
resmungo.

Como se fosse a sua deixa, Alice aparece do nada,
trazendo duas pinas coladas sem álcool para Daphne.

— Ouvi meu nome?

— Não — digo, evitando os olhos dela.

— Estamos falando da vida amorosa de Chaeyoung— Lisa  diz. Por cima da porção de picles, eu a fuzilo com o olhar.

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