Capítulo 16

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Lalisa marca um treino de aquecimento na sexta-
feira antes do novo semestre começar. É um bom jeito de voltar com calma para a escola depois da loucura das férias, e estou pronta para ter uma bola de basquete nas mãos e nada na cabeça exceto o jogo. Até eu entrar no ginásio e perceber que Jisoo marcou um treino das líderes de torcida para a mesma hora.

É a primeira vez que a vejo desde o nosso beijo na
véspera de Natal, e a visão inicial que tenho dela é um momento em que alguém claramente a fez rir, porque há um sorriso grande e radiante em seu rosto.

Ela cortou o cabelo — só alguns centímetros que aparecem no comprimento do rabo de cavalo — e está usando uma camiseta regata vintage do Tears for Fears com uma legging. Mesmo suada, desarrumada e sem nenhuma maquiagem, minha respiração falha quando a vejo.

Ela nota que estou ali e uma expressão curiosa toma conta do seu rosto. Os cantos da boca de Jisoo se curvam para cima só um pouquinho.

Começo a sorrir de volta, mas, naquele momento, a
porta do ginásio se abre. Nós nos viramos para
encontrar o time de futebol marchando até nós,
Jeon Somi na frente do grupo. Ela parece furiosa.

— Que porra é essa? — ela pergunta. — Não era pra
nenhuma de vocês estar aqui. Eu reservei a quadra pro treino de futebol.

— Desde quando? — Lisa diz. — A sexta-feira
antes do semestre começar sempre foi o dia do
basquete.

— Não este ano — Somi diz, a mão no quadril. —
Você não olhou a lista de reservas?

— Treinem lá fora — Lisa  diz, desdenhando. Ela
dá as costas para Somi e se vira para nosso time. —
Tudo bem, comecem com bandejas. Dividam-se em
grupos para que tenham rebotes.

Ela se adianta para passar a bola para Googy, mas
Somi a intercepta, a bola batendo na palma dela
com um barulho seco. A energia na quadra muda na mesma hora. Todo mundo fica imóvel.

Lisa parece pronta para cometer um assassinato.

— Me dá a bola, Somi.

— Não, treinadora, acho que não vou, não — diz
Somi, segurando a bola de basquete debaixo do
braço.

Eu quero estrangulá-la. Minhas colegas estão
espumando de raiva. As companheiras de Somi
estão sorrindo torto, apesar de algumas parecerem
desconfortáveis.

— O que houve? — alguém interrompe.

Lá está ela. Jisoo, cheia de confiança, o rabo de
cavalo no alto, os olhos incandescentes percorrendo a cena. Meu coração vai parar na garganta.

— Ninguém precisa de você aqui, Jisoozinha —
Somi desdenha. — Essa discussão é para atletas.

Os olhos de Jisoo fervem.

— Ainda bem que estamos aqui então, Son . Porque
não só somos atletas, como também muito boas em
determinar para quem se deve torcer em uma situação dessas.

O ar chia com a tensão. Somi dá um passo para a
frente, a bola de basquete ainda segura embaixo do
braço. O foco dela se volta para Jisoo

— E pra quem você está torcendo? — ela pergunta em uma voz perigosamente baixa. Ela se vira e gesticula para mim. — Sua namorada?

Meu coração pulsa em tom de presságio.

— Porque eu ouvi que vocês duas não estão mais
juntas — Somi continua. — Pelo menos foi isso que
pareceu quando vi Chaeyoung com a Sana Minatozaki na festa de Ano-Novo do meu namorado.

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