Capítulo 3_ O espelho

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Em uma noite de outono, o vento sobrava lentamente a folha das árvores. Faltava pouco dias para o meu casamento. Todos os empregados olhavam para mim, felizes. Afinal, aqueles seriam os últimos dias que estariam em minha presença. Caminho lentamente pelo corredor, a alguns passos estarei de frente com o quarto dos meus pais. Entro sem bater na porta. Minha mãe está deitada sob a cama, o corpo repleto de sangue, próximo a escrivaninha meu pai está assentado em uma cadeira, uma poça de sangue enorme está próximo aos seus pés. Grito os empregados. Enquanto Madalene, uma garota nova entra no quarto. Havia poucos dias que ela trabalhava ali. Ela cobre a boca com as mãos.
- Sr. Louis, o que aconteceu? - Aquela era a minha pergunta. Logo em seguida meu irmão entra correndo pelo quarto.
- Louis, o que você fez? - Fitei-o.
- Leon, eu não fiz nada! Quando entrei eles já estavam assim. - Na manhã seguinte toda a França saberia do ocorrido. Leon era mais novo que eu, e por alguma razão, não ouvimos nenhum grito. Passei tempos em uma casa fria no sul da França. Depois do ocorrido, fomos morar com meu tio em Tolouse. Por algum tempo, mantive contato com Emily. Algumas semanas pós, a morte dos meus pais e a minha viajem inesperada para Tolouse. Emily foi encontrada morta, em sua casa. Nas últimas cartas ela tentava dizer o que estava acontecendo, e um mês do falecimento de Emily, consegui ler a última carta.
As palavras eram claras e diziam o que eu jamais esperei ouvir, ou saber. Na carta ela dizia que sabia quem havia matado meus pais, e estava preste a revelar, mas estava com medo.

Querido Louis.

Estou lhe escrevendo para dizer de fato o que está acontecendo. Na noite da morte do seus pais, eu estava do lado de fora da sua casa. Naquele momento eu não entendi. Eu estava com meu irmão, ele estava com um amigo. Eu estava indo para sua casa, quando vi um homem sair correndo pelo portão. As roupas estavam manchadas de sangue. Naquele momento fiquei apavorada pensei em seguilo. Mas meu irmãos havia saído da casa de Léo, e por mais que eu estivesse visto o homem, não consegui dizer a ele, pois estava escondida.
Naquele dia, segui Joseph, quando caminhava lentamente atrás dele, eu vi o momento em que ele parou com o homem em uma esquina. Não havia ninguém por perto. Eles falavam, sobre uma herança e o tanto de dinheiro envolvido. Naquele momento Joseph sitou o nome do meus pais, e como foi fácil mata-los. Eu estremeci. E naquele momento ouvi eles dizerem que nosso casamento era uma distração para matar você e seus pais.
Fiquei com medo, e esbarrei em uma lata, que fez um grande barulho. Afastei-me e escondi. E escondida consegui ver o rosto do homem que estava com as roupas sujas de sangue. Era Charles, o seu tio. E momento em que ouvi eles dizerem que eu seria a próxima a morrer, sair correndo, eu havia marcado uma viajem para Portugal, mas sei que Joseph, sabe que era eu que ouvia a conversa deles naquele dia. E escrever para você, é a única forma de poder ajudar a você e Leon. Não deixe que seu tio faça nenhum mau a vocês.

Com amor Emily.

* * *




Estou em minha mesa no quarto, releio a carta de Emily. Quando ouço, a empregada gritar. Saio correndo, pelo corredor frio. Corro  até a cozinha. E ouço ela dizer, em planto.

- Ele está morto! - Aproximo.
- Quem está morto?- Pergunto.
- Paul, está morto,seu tio o matou .- Sim, Paul estava morto. O sangue molhava o seu pelo cinza. Paul era o gato que Leon deu para Charlotte.
- Não chore Charlotte, você não fez mau algum a ele. - Mesmo assim ele derrama lágrimas. Aquele maldito gato, era a coisa mais valiosa que ela tinha.
- Você sabe onde esta o Leon?
- Não, seu tio também estava procurando por ele. - Saio apreçado, lamentando não continuar no velório de Paul. Se eu não for ágil vou estar em um velório de verdade. Caminho pelo jardim, procurando por Leon. Enquanto caminho até o Estábulo, os cavalo relincham. Corro, e de longe vejo Leon, dando água para Gaspar.
- Louis, me diz se você ver o mesmo que eu.
- O que?
- Este cavalo me ama, viu como ele fica feliz quando está comigo?
- É o mínimo que ele pode fazer, afinal, você dar comida ele todos os dias.
- Ele não pensa assim!
- Se eu disser que ele gosta de você, o que vai mudar?
- Eu vou ficar feliz, já é alguma coisa. - Ele sorrir para mim.
- Olhando você assim, você me lembra o vovô, apaixonado por cavalos.
- Pelo visto está não é a sua paixão. Qual o seu problema?
- Eu não tenho problema.
- Você não gosta de cavalo. Mas aposto que se existisse dragão e você tivesse um, você não seria assim!
- Dê fato você acertou. Dragões são um clássico, e ter um seria magnânimo. - sorrio.
- Você é um idiota! Cavalos são reais.
- Eu não disse que não são! - Ele olha-me colocando o balde com água no chão.
- O ano que vem, irei estudar inglês.
- O que você vai fazer?
- Pretendo mudar para os Estados Unidos. A vida não é apenas aqui.- Enquanto discutimos sobre as banais ideias de Leon. Meu tio surge.
- Achei vocês! - Ele respira, recuperando o fôlego. - Vamos o jantar nos aguarda. E você comportem que hoje temos uma visita inevitável.
- Visita? Quem? - Pergunto.
- Joseph, o irmão da Sr. Emily, sua falecida noiva. - Cerro os punhos. A vontade de soca-lo, é enorme.
- O que aquele idiota faz aqui?
- Ele veio nos ver.
- Eu não darei condolências aquele, otário!
- Leon, controle seu irmão. Afinal o Sr. Joseph, está acompanhado. Pierre está com ele.
- E quem é Pierre? Um contrabandista?
- Controle-se Louis. Pierre é o advogado que resolveu a papelada da herança de Joseph. Ele pode resolver a sua.
- Eu já tenho um advogado resolvendo.
- Qual advogado, Louis? - Ele diz segurando meu braço.
- Vamos! Pelo que sei você veio nos chamar para o jantar. - Eu não havia resolvido nada sobre a herança. Mas após o jantar escrevi um testamento para Léo o advogado do meus pais. Em poucas palavras escrevi o que ele deveria fazer com a herança, caso eu ou Leon morresse. Todo o dinheiro e bens deveria ser enviado para meu primo em  Londres, ele trabalhava no exército.
Depois que o jantar terminou fui para o meu quarto e levei várias garrafas de cerveja e vinho. Estava embriagado. A janela do quarto estava aberta, e o vento entrava. O quarto estava escuro, mas a luz da lua entrava pela janela. Naquele momento, ouvi apenas a conversa e os risos na sala de estar. Adormeço e quando acordo um Senhor saí de dentro do espelho. Esfrego os olhos e ele aproxima.

- Droga! Acho que bebi demais. - O velho aproxima. - Ôh, velho o que você quer? Eu estou ficando louco!
- Eita, Louis, está tão bêbado que esqueceu o que está acontecendo.
- Qual é velhote o que você quer?
- Está não é a pergunta. - Ele diz assendendo uma vela.
- Quem é você?
- Eu? Eu sou a morte e sou a sorte. Você decide quem eu sou.
- Qual é! Pelo visto eu não sou o único bêbado aqui!
- Eu tenho uma proposta pra você.
- Qual, beber até não levantar mais. Sinto muito, mas todas as garrafas estão vazias.
- Se você não estivesse tão embriagado, eu iria ensinar como é ter bons modos.
- Então, velho. Qual é a sua proposta?
- Pensei que não fosse perguntar!
- E eu tenho escolha.
- Você tem várias!- Tento focar os olhos, mas não consigo ver nada. - Minha proposta é simples.
- Hum...- Digo enquanto durmo.
- Acorda garoto! - Ele diz batendo em meu rosto.
- Me deixa em paz!
- Se eu te deixar em paz, não vai ter sentido.
- Então diz.
- Aceite minha proposta, assim você e seu irmão sobrevive. - Leon, ele está correndo perigo. Mas mau consigo me mexer, não consigo levantar.
- Aceite viver e assim você vai salvar seu irmão.
- Sério? Que conversa maluca! Amanhã a gente conversar.
- Amanhã será tarde demais. Aceite minha proposta.
- Tá bom eu aceito. Agora me deixa em paz!
- Seu desejo é uma ordem!- Ele diz rastando-me pelo quarto.
- Você não escutou? Amanhã a gente conversa e assina os papéis.- Enquanto ele rasta-me, não consigo ver nada. Apenas ouço o som do mundo, diminuir até resta apenas o silêncio.
- Amanhã quando você acordar, você vai levar um choque. Mas é o certo a fazer!

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