Scar Tissue

Capítulo 19

Lauren secava os cabelos em frente ao grande espelho de seu closet. Usava um conjunto de lingerie azul, no rosto uma leve maquiagem deixando os lábios rosados com um brilho sensual. Camila por outro lado estava na cozinha, usava um vestido florido e soltinho, batendo na metade da coxa, os cabelos presos em um rabo de cavalo firme no alto. A maquiagem se espelhava ao da namorada, leve e realçando o brilho dos lábios.

— ... Sim, estou esperando Lauren acabar de se vestir. Assim que sairmos eu mando mensagem... — Digitou algo em seu notebook, apoiando o celular entre o ombro e bochecha, ouvido seu pai do outro lado da linha. — Tudo certo... sim. Mas sabem que eu acho que é desnecessário, não é? — O latino voltou a falar, fazendo a morena dar de ombros, decidindo não insistir. — Okay, não vou mais falar nisso. Até daqui a pouco pai. Beijos! — Ao encerrar a ligação, Camila finalizou o e-mail, anexou os arquivos e encaminhou para a editora, fechando o notebook em seguida. A latina bufou quando viu as horas, deixou o aparelho em cima da bancada da cozinha e seguiu para o segundo andar, entrando no quarto principal. — Lauren, pelo amor de deus, sabe que marcamos de almoçar com meus pais, e não jantar né?

— Já estou acabando. — A morena acabava de colocar o vestido longo de alcinha, e leve na cor branca com detalhes vermelhos. Colocou os brincos e observou a namorada pelo espelho, essa que tinha a cara fechada. — Não me olha assim, você não quis secar meu cabelo.

— Por que eu tinha que terminar o relatório e encaminhar antes das dez. Eu falei para você lavar ontem. — Entrou na parte dos sapatos, que eram organizados por cores e tipos. — Vai calçar o que?

— A rasteirinha com detalhes dourado e branco. — A latina pegou a rasteirinha e voltou para o centro do closet, deixando no chão ao lado de Lauren, que a olhou agradecida.

— Ande logo, meu pai já ligou e disse que minha mãe está inquieta de tanto esperar.

— Seu pai é quem deve estar inquieto. Sua mãe deve estar tirando um cochilo e torcendo para que a gente demore mais um pouco. — Sorriu para a namorada enquanto calçava a rasteirinha e jogava os cabelos para o lado.

— Lauren, eu não quero saber, ande logo!

— Tá tá, mulher! Vamos embora. — Apertou a bochecha da namorada, que revirou os olhos, dando as costas.  — Oh mulher brava. — No carro, enquanto Lauren deixava a rasteirinha no banco de trás para dirigir descalço, Camila colocava o cinto, esperando que a mais velha desse a partida.

— Meus pais querem que eu assine os papéis hoje. — Comentou, levando a mão a nuca de Lauren, acariciando em meio aos cabelos sedosos.

— Eles já conseguiram vender todas as propriedades? — Olhou pelo retrovisor enquanto saiam da garagem.

— Sim, já tinham pessoas interessadas. Ainda não entendi porque não usam esse dinheiro na viagem deles, e podiam vender a casa no Brasil também. Não estou passando fome.

— Amor, eles só querem que tenha uma reserva. E sua mãe disse que a casa no Brasil é herança sua, dado por seus avós. Mas se não quer, nada te impede de vender depois, mesmo eu achando um pouco insensível da sua parte.

— Ai Lauren, não deixa minha mãe te levar com essa baboseira. Não gosto que vocês fiquem nesse tititi todo.

— Ora ora, falou a melhor amiga de Clara Jauregui. Direitos iguais, meu bem.

— Enfim, vou vendê-la assim que eles saírem em viagem, se é contra é só comprar na minha mão.

— Não vou comprar, e você não vai vender. Podemos fazer uma viagem para conhecer e essa pode ser uma casa para você ficar quando for para lá. Ou alugar.