Turning - Novel BL (Parte 2)

Capítulo 280

'O que Kishiar teria feito?'

Ele se perguntou se Kishiar, e não ele mesmo, estivesse aqui, ele poderia ter convencido Lorna e Micalin? Apesar de se assegurar de que esta situação era o melhor resultado possível, um sentimento inquietante de fracasso continuou a surgir de forma intermitente.

Yuder estava se atrapalhando com um doce quando parou e encontrou um objeto volumoso que enchia seu bolso oposto. No calor da conversa, ele se esqueceu completamente da língua de Pethuamet que havia escondido.

'Eu ia mostrar para Micalin... Agora é inútil.'

O pedaço de língua que ele puxou era duro e preto, parecendo um pedaço de madeira carbonizado. Ele pensou em jogá-lo fora, mas demorou muito para sentir alguém se aproximando dele por trás.

"Senhor Yuder, o que você está fazendo aqui?"

Virando-se, encontrou o Padre Lusan parado ali. Apesar de sua aparência cansada, Lusan mostrou um sorriso genuíno de prazer ao ver Yuder.

"Eu estava conversando com o Líder Sindical. E você, Padre...?"

"Acabei de cuidar dos pacientes críticos e comi um pouco. Finalmente posso respirar um pouco."

Lusan, que havia respondido, abaixou a cabeça em direção à língua do Pethuamet na mão de Yuder.

"Mas o que é isso? Tem um cheiro bastante desagradável..."

"É uma língua que cortei de um monstro."

"O quê-?! Uma língua?"

Lusan deu um passo para trás surpreso.

"Por que você está carregando uma coisa tão horrível por aí? Você deve saber que o cadáver de um monstro é quase venenoso..."

"Estou usando luvas de proteção, então está tudo bem."

Ao ver as luvas pretas que Yuder sempre usava, Lusan murmurou: "Uh, hmm. Entendo. Mas mesmo assim..."

"Você realmente precisa ter cuidado ao manusear os corpos dos monstros. Mesmo que suas mãos não estivessem no estado em que estão... Uh-hum. Hmm. De qualquer forma, somos os únicos aqui, então você deve ter mais cuidado ."

No familiar olhar preocupado de Lusan, havia uma inconfundível sensação de proximidade. O calor que ele irradiava nasceu de um sentimento compartilhado pela única pessoa que restou com ele aqui. Só então Yuder percebeu que não foi deixado aqui sozinho. Uma sensação de calor começou a retornar ao seu corpo anteriormente frio.

"... bem, obrigado."

"Haha, de nada. Mas o que diabos você está planejando fazer com essa língua?"

Yuder olhou alternadamente para a língua do Pethuamet e para o rosto de Lusan. Ele hesitou, perguntando-se se deveria falar, mas então sua boca se abriu naturalmente.

"Não é para meu uso. Eu só... estava me perguntando se esse poderia ser o motivo pelo qual nossa cooperação com os magos chega ao fim."

"Huh?"

Lusan perguntou novamente, como se tivesse ouvido mal.

"Enquanto eu estava focado na cura, o que diabos aconteceu... Não, não vamos conversar aqui. Vamos para algum lugar tranquilo e discutir isso. Ah. Certo. Por favor, me conte em nossos aposentos. Isso seria melhor."

Embora tenha sugerido isso, Lusan, que havia passado os últimos dois dias dormindo ao lado dos pacientes, nem sabia onde ficavam seus alojamentos. Então, Yuder teve que liderá-lo. Lusan, sentado desajeitadamente na cama, cerrou os punhos e respirou fundo, apenas para pular em estado de choque ao ver uma mancha de sangue no chão.