Mudar Vidas

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- POV Elain -

Elain só podia ser doida.

Não bastava seu namorado ter terminado ontem anoite com ela depois de um discurso sobre Elain ter altas expectativas nos homens, fingir estar bem, mas ter "defeitos emocionais" e sobre seus olhos gigantes de corça que pareciam ver sua alma (o que quer que isso queira dizer), ela tinha que beber todo seu vinho barato da sua geladeira quando sabia que tinha que sair cedo pra buscar seu novo cliente hoje.

— Sim, eu já tô no táxi indo buscar ele — disse para a secretária da revista ESPN
— Não, ele ainda deve estar no avião, eu não vou me atrasar.

Era mentira.

Pelo jeito que o trânsito de Nove York era, provavelmente ela chegaria muito atrasada, mas ela não precisava saber.

— Está tudo tranquilo, ele praticamente já aceitou o contrato quando decidiu vir pra entrevista com vocês.

Elain amarrava o sapato enquanto deixava o celular pressionando no ouvido, quando percebeu que o taxista estava olhando pro seus peitos quase inexistentes. Tarado.

— Olha, você pode me dizer que prédio é aquele? — Elain perguntou apontando pra janela do taxista.

Ele olhou por tempo suficiente pra Elain terminar de amarrar seus sapatos e ainda ajustar sua saia que estava ao contrário.

— Hum, eu não sei senhorita — ele falou, voltando a olhar pra ela pelo retrovisor.

Agradeço a Deus pela sua burrice em não conhecer a porcaria do Empire State Building

•••

— Desculpa, estou passando — Elain praticamente gritou, correndo, enquanto passava pela multidão de pessoas no aeroporto

Por favor, que ele não tenha chegado. Que tenha dado algum problema no avião que não fez ele cair, mas atrasar um pouco.

Ela chegou no portão de desembarque e viu que as pessoas ainda estavam saindo. Obrigada senhor, é por isso que eu oro.

Agora ela só tinha que pegar a placa com o nome dele e-

A droga da placa. Ela esqueceu.

Ok, hora de improvisar.

Elain olhou para os lados e quando viu que um segurança já tinha achado seu passageiro ela cutucou ele.

— Oi, vocês já se encontraram, que ótimo. Poderia me dar sua placa? — ela falou já pegando da mão dele e pedindo só por educação mesmo — Muito obrigada, aproveite Nova York, senhora Bador  — falou lendo a placa.

Elain logo vasculhou sua bolsa e pegou um batom rosa choque e escreveu o nome do seu cliente rapidamente e posicionou na frente do corpo.

Apenas para um vento idiota soprar a folha da sua mão.

Elain saiu apressada atrás da folha que caiu encima da rapa de bagagens. Sem escolha, ela subiu ali encima e começou a ir atrás da folha.

— Moça, pode pegar aquela bagagem pra mim? — disse a idosa esticando o braço para uma mala

— Porque não? — ela pegou e entregou pra ela quando mais pessoas pediram o mesmo.

Vou começar a cobrar por isso.

Quando Elain chegou perto de pegar a folha, uma mão agarrou a outra ponta.

— É pra mim.

— Qual? A mala azul? — ela falou, olhando pra baixo.

— Não, o cartaz improvisado com... batom.

Elain olhou pro seu rosto.

E se chocou levemente por estar cara a cara com ele. Nossa, ele é alto. Mesmo encima da rampa, ela ainda era um pouco mais baixa que ele e apenas seu sorriso maroto fez ele parecer menos ameaçador com sua estatura.

— Ah, você é Cassian Warrior.

— Sim, sou ele — ele falou colocando a placa do lado do rosto.

— Sou Elain Archeron — falou, dando a mão pra ele.

— Veio me pegar no aeroporto? — falou ele pegando a mão que ela ofereceu.

— Isso, normas da empresa.

Cassian inclinou a cabeça.

— Sempre pega as pessoas encima da rampa e não nos portões de desembarque?

Elain corou levemente, mas deu de ombro.

— Eu sou assim, gosto de surpreender. Bem vindo a Nova York.

Elain desceu da rampa com a ajuda da mão dele e logo se colocou na sua frente. Ele realmente era muito alto e provavelmente ela ficaria com torcicolo por olhar tanto pra cima, mas valeria apena se conseguisse esse contrato. Ela precisava disso.

— Você não é bem o que se espera de uma caça talentos — ele falou, agora sorrindo maliciosamente.

Elain não sabia se era por causa da sua saia florida ou seu cabelo solto, ao invés dos coques horríveis que as agentes usavam.

— Prefiro agenciadora de executivos e eu também diria que você não se parece um escritor de uma revista.

E ele não parecia mesmo. Além de alto, Cassian tinha um porte de lutador de box com carinha de Golden Retriver. Seu cabelo grande amarrado dava um ar misterioso, mas sua blusa xadrez com calças pretas folgadas fazia ele realmente parecer uma pessoa de cidade pequena.

— Ponto justo — ele deu de ombro e foi pra pegar sua mala na rampa, mas Elain passou na sua frente.

— Me dá aqui, eu levo — ela segurou as alças.

Cassian olhou incrédulo pra ela.

— Vai carregar a minha mala? É boa nisso?

— Não, eu vou mudar a sua vida, senhor Warrior. Sou boa nisso.

*******************

Espero que vocês estejam com o coração aberto pra isso, porque será uma montanha russa.

Até o próximo cap 🔥

𝑨𝒎𝒊𝒛𝒂𝒅𝒆 𝑪𝒐𝒍𝒐𝒓𝒊𝒅𝒂: uma história de hu(a)mor Cassian e ElainOnde histórias criam vida. Descubra agora