O viajante do tempo - Kim Taehyung

Chás, calças e cerejeiras

O encontro de Tae e Seo-yeon continuou ainda por mais uma hora. Taehyung por ora se absteve de qualquer assunto que pudesse dar indícios de ter vivido em outra época. Contou os seus feitos e de seus irmãos nas caçadas dos anos anteriores e falou um pouco sobre os preparativos para a caçada especial. Um assunto nada interessante para se falar a verdade. Mas, normal, já que eles ainda não tinham afinidade suficiente para conversar sobre algo mais prazeroso.

O horário do almoço já estava se iniciando, as criadas interromperam o encontro, logo quando os olhares do futuro casal estava se tornando um pouco mais calorosos.

Taehyung: - Obrigado pelo convite, sua presença é um sopro de ar fresco e doçura. Se permite dizer, a senhorita está linda nestas vestimentas.

Seo-yeon sorriu delicadamente e então fez uma leve reverência antes de se retirar, acompanhando as criadas.

O dia passou num piscar de olhos. No almoço e jantar, Taehyung e Seo-yeon não tiveram muito tempo para conversar. Antes de se retirar, desta vez foi ele quem tomou coragem de convidar sua futura esposa para um chá da tarde no dia seguinte.

Taehyung: - Se lhe parecer agradável, eu gostaria de convidá-la para um novo encontro amanhã. Gostaria de tomar um chá da tarde comigo?

Seo-yeon um pouco corada: - Eu aceito...é claro.

Taehyung: - Tenha uma boa noite, senhorita.

Ambos se retiraram, e ao contrário do dia, a noite pareceu durar uma eternidade.

Seo-yeon começou a se perder em pensamentos: "sempre temi esse momento, pois sendo quem eu sou, já imaginava que não poderia me casar com quem eu desejasse. Mas, agora que conheci aquele que meu pai escolheu para ser meu marido, tenho a sensação de que esse era de fato meu destino. O Sr. Kim parece ser uma pessoa doce e alegre, é novo mas parece que já viveu muitos anos. Parece que vive um pouco no mundo da lua também, mas confesso que acho fofo. Seo-yeon, Seo-yeon, se acalme, nem tudo pode ser o que parece, melhor manter as expectativas baixas...eu vou é dormir".

Taehyung passou a noite repassando em sua mente tudo o que aconteceu nos últimos tempos desde que voltou ao passado, bem como pensou o que poderia lhe aguardar desse novo futuro, se realmente ali permanecesse.

No dia seguinte, eles não se viram no café da manhã e no almoço, pois surgiram assuntos de última hora que precisavam da atenção de Seo-yeon. Isso só fez com que ambos ficassem ainda mais ansiosos pelo encontro.

Taehyung chegou primeiro à cerejeira, andava inquieto de um lado para outro.

Quando Seo-yeon anunciou sua chegada, Taehyung estava de costas.

Seo-yeon: - Peço desculpas pelo atraso, e já me adianto em me desculpar pelas minhas vestes pois não tive tempo de me trocar e não queria fazê-lo esperar mais ainda.

Taehyung virou-se logo que Seo-yeon começou a se desculpar, mas antes dela terminar de falar.

Seus olhos ficaram um pouco confusos com o que viu, pois por um breve momento pensou estar vendo Hana em sua frente. Seo-yeon estava vestida com roupas mais modernas, uma camisa branca e usava calças, nada comuns para a época.

Taehyung: - Senhorita...

Seo-yeon: - Eu posso explicar. Como bem sabe, meu pai é um general. Um homem com muito poder e que é respeitado por todos. Acho incrível que ele defenda o povo, e se eu tivesse nascido homem teria seguido seus passos. Mas, diante das circunstâncias, sou obrigada a me portar de outra maneira e me abster dos meus desejos. Então, uma vez por mês, eu tomo a liberdade de me vestir livremente, cavalgar até o vilarejo e ajudar os necessitados, me sinto um pouco melhor assim. Espero que entenda.

A fala de Seo-yeon foi dita com um tom receoso, como se ela temesse que aquilo fosse arruinar seu futuro ao lado dele.

Taehyung falou enquanto sorria: - A senhorita não deixou que eu terminasse de falar...Não importa o motivo pelo qual se vestiu assim, logo que a vi, percebi que estava mais radiante do que nunca, e é só isso que me interessa. Está tão linda quanto antes, e agora que sei a razão pela qual o fez, sinto que estou ainda mais encantado pela senhorita.

Já estava entardecendo, o pôr do sol alaranjado em contraste com o jardim de cerejeiras era quase mágico, mas parece que naquele momento, nada era mais mágico do que o afeto que um passou a sentir pelo outro.