Capítulo 15

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O princípe Isaac fechou a porta atrás de si e andou lentamente pelo seu quarto carregando os itens que havia levado até a cozinha para seu estudo biblíco

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O princípe Isaac fechou a porta atrás de si e andou lentamente pelo seu quarto carregando os itens que havia levado até a cozinha para seu estudo biblíco. As palavras de Ellie ainda circulavam em sua mente juntamente com diversos outros pensamentos. Sua Alteza estava decido a seguir o conselho da escocesa.

Ele trilhou o caminho que o levava até o quarto de oração, retirou seus sapatos e adentrou o local. O silêncio preenchia o ambiente, parecia não haver nada diferente. O jovem guardou os objetos que carregava na estante de livros que havia ali. Questionou a si mesmo como iria desabafar com o Senhor, não tinha a mesma facilidade que Ellie para falar intimamente com Cristo.

Isaac passou os dedos por entre os fios de cabelo loiro escuro enquanto olhava para o local adequado para se fazer uma oração de joelhos, ele não sabia como fazer aquilo, não sabia orar daquele jeito. Aproximou-se das almofadas organizadas perto de uma mesa baixa, ajoelhou-se, apoiou os cotovelos na mesa e escondeu o rosto com as mãos. O ciliciano investiu alguns minutos à procura de palavras para dizer ao Senhor, nada surgiu em sua mente.

Ellie não estava errada quando insinuou que o moço não desabafava com ninguém e guardava tudo para si. O monarca nem sabia como fazer aquilo, ele não poderia tratar Deus como tratava o seu pai terreno, pois, a relação entre os dois era tão íntima quanto o céu está distante da terra.¹

- Soberano Deus, recebi o conselho de que deveria confessar ao Senhor tudo o que me aflige, no entanto, não sei como fazer isso. Temo desrespeitá-lo.

- Não tenho a intimidade que Davi tinha nem a que Ellie tem. - Sussurrou para si reconhecendo a sua falta de proximidade com o Criador do universo - Não sou íntimo do Senhor como eles. Eu não consigo chamá-lo de pa...

Era difícil para o ciliciano dizer aquela palavra que tantos falam facilmente, aquelas três letras pareciam um longo e complicado discurso, carregavam um peso. O peso das memórias ruins.

Isaac começou a recordar todas as vezes que seu pai se recusou a ter uma simples conversa com ele por estar muito ocupado. Lembrou-se de todas as vezes que viu pais e filhos juntos se reunindo para ver a família real passar, através dos vidros escuros dos carros que pertenciam a realeza viu em sua infância muitos pais colocando os filhos sobre os seus ombros para que estes pudessem ver melhor os monarcas.

Enquanto ele nem ao menos tinha lembrança de já ter abraçado o seu pai algum dia. Os membros da família real não podiam expressar afeto em público e dentro das paredes do palácio o rei não tinha tempo para dedicar aos seus filhos. O único gesto de afeto oferecido pelo rei James era rapidamente passar a mão nos cabelos de seus filhos.

O jovem também memorou o momento que era tido por ele como o mais dolorosso de sua vida, o dia em que seu pai sem compaixão alguma o feriu, depositando em seu filho todo o desapontamento que estava tendo em seu particular.

Ambos os príncipes não receberam amor paterno. A rainha Olivia tentava suprir a ausência de seu esposo na vida de seus filhos e se dedicava a eles, isso fez com que um forte laço entre mãe e filho fosse criado. Isaac não tinha um bom relacionamento com seu genitor e depois daquele fatídico dia o seu vínculo com sua progenitora foi drasticamente quebrado.

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