Tarde de mais (não ser cruel não custa nada)

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Nas sombras de sua tristeza, ela vivia,
Invisível aos olhos, sua dor escondida.
Fingiam que ela não existia, como se fosse ar,
Enquanto palavras cruéis cortavam o seu lugar.

Ninguém notava as lágrimas em seu rosto,
Crueldade disfarçada, como se estivesse em desgosto.
E quando a notícia chegava, com surpresa profunda,
"Como? Ela parecia alegre," uma tristeza sem fundo.

Poucos sabiam do fardo que carregava, da sua dor,
Sua solidão, seu sofrimento, o que ela vivia
Ela via outros serem acolhidos em seu lamento,
Mas para ela, a tristeza era seu tormento.

Julgavam sua estranheza, sua aparência e ser,
Sem compreender que havia muito a aprender.
Ela ansiava por ser amada, por pertencer,
Mas se sentia estranha, mesmo entre quem dizia a conhecer

Poucos a conheciam, sua essência e seu ser,
Só viam a superfície, sem entender o porquê.
Ela buscava amor, uma mão para segurar,
E paz, que por um breve tempo, conseguiu encontrar.

Ela experimentou o amor, mas durou tão pouco,
Apenas alguns anos, um tempo que foi solto.
Encontrou um grupo, catorze no início, depois sete,
Que a amou sem julgamento, um amor que aquece.

Ela amou, e foi amada, um começo doce,
Mas logo tudo se desfez, a vida seguiu, e ela poderia recomeçar, mesmo quando o inferno retornou, ela persistiu,
Enfrentando o medo, as sombras que a vida toda a perseguiu.

Encontrou pessoas boas em seu caminho, um raio de luz,
Pessoas que perguntavam se estava bem, sem ter que pedir.
Mas às vezes, é tarde demais, e a dor é profunda,
Ela conheceu o mundo, com altos e baixos, sua luta infinda.

Feridas que se abrem e se curam (e algumas que você sutura na base do ódio) Onde histórias criam vida. Descubra agora