Noites de Caça

Uma viagem inesperada

A loira então permaneceu virada de costas pois sabia que algumas criaturas da noite usavam do contato visual para hipnotizar suas vitimas,  e havia algo diferente no olhar de Marco, algo que chamava atenção mas naquele dia ela não tinha as mesmas preocupações que agora.

-Poderia ter mandado uma mensagem, ou ligado mas você escolheu a forma mais absurda possível me fazendo temer pelo meu irmão - Disse ela claramente descontente.

-Você não daria a devida importância ao que vou dizer a você se eu não chamasse sua atenção dessa forma - Disse Marco.

-Quem deveria decidir isso sou eu não você, você já tem poder demais não precisava desse show todo - Disse Love impaciente.

-Williams, olhe para mim enquanto falo com você - Disse ele em  um tom autoritário, a voz dele tinha algo que ela não sabia explicar, acreditava que ele deveria ter algum poder de encanto na voz dele, pois chamava sua atenção mas ela não se deixaria levar por isso.

-Não, eu não vou cair nesse truque - Disse ela enquanto ainda olhava para a parede em sua frente.

-Quer saber? Tanto faz, eu infelizmente preciso da ajuda do seu grupinho de caçadores, eu e meus associados estamos passando por uma situação urgente a qual estamos impossibilitados de resolver, parte do nosso grupo a qual eu estou envolvido acredita que vocês são capazes de dar um jeito nisso, a outra discorda, então você irá se preparar e convencer esses outros membros que vocês são capazes de realizar esse trabalho - Disse ele e a caçadora pode ouvir ele se movimentando e sentando na cama.

-E porque nos faríamos isso? E sobre o que se trata essa missão? - Perguntou ela com uma certa curiosidade devido a grande falta de informações, ela sabia que Marco costumava fazer o papel de "homem misterioso" entretanto ele deveria saber que caçadores precisam do mínimo de informações antes de aceitar um contrato.

-Eu não posso fornecer muito mais do que acabei de te dizer pois são assuntos que só poderão ser explicados com a permissão dos meus outros associados, e você fará isso pois no momento estou pedindo com educação mas tenho meios e arquivos de você caçando e matando criaturas que nas imagens parecem apenas homens comuns, fotos que podem ser prejudiciais a senhorita então acredito que será melhor para ambos se você colaborar - Disse ele de uma maneira extremamente formal.

Love então se aproveitou da distância que ele tinha dado ao sentar na cama e se virou para ele, ela se sentia frustrada, parte dela queria dar um tiro nele e tudo seria resolvido mas ela sabia que ele era forte demais e aquilo seria extremamente arriscado então ela não teve muita escolha, cruzou os braços e disse:

-Certo, vou tentar convencer os outros então, mas não vou garantir que eles aceitem isso - Disse ela e começou a caminhar até fora do quarto.

Então antes de parar uma vontade súbita surgiu em Love, ela tinha momentos em que suas emoções ficavam mais fortes do que era possível controlar, ataques de raiva, estados de profunda depressão, momentos de pura euforia e agitação, desde sua adolescência haviam momentos em que a mesma se sentia como uma bomba relógio. Em poucos segundos sua mão foi até o bolso de sua calça, onde tinha uma pequena faca de prata, ela a pegou e arremessou contra Marco que continuava sentado na cama, mas o canivete simplesmente bateu na ponta da cama e caiu.

Marco olhou para ela com desdém como se já esperasse que ela o atacasse, ele pegou a faca do chão, olhou para a caçadora como se pudesse absorver a alma dela aos poucos, abriu um sorriso e foi em sua direção parando na frente dela e lambeu a faca como se aquilo não fosse nada, a caçadora sentiu um calafrio percorrer seu corpo ao ver aquilo mas não demonstrou.