No dia seguinte, eu estava sentado durante o intervalo do colégio tomando um suco em caixa pelo canudinho. Roberto sentou do meu lado com um livro e um pirulito em sua boca.
— Você não é de estudar durante o intervalo... — Disse olhando ele de canto.
— Eu sou assim quando tem uma prova próxima de acontecer.
— Prova?
Meu deus.. eu havia esquecido da prova de biologia que aconteceria hoje... Fiquei paralisado imaginando o quão fodido eu estava por não ter nem tocado no livro para estudar.
— Boa sorte ano que vem, Christian. Vou mandar um abraço pra você da faculdade. — Disse Roberto rindo.
— Você vai me passar cola, né? — Perguntei.
— Não, aceita que você tá fodido. — Ele continuou rindo.
Meu chefe iria me matar se me visse tirando nota baixa de novo... precisava de algum plano para tirar uma boa nota. A resposta era óbvia naquele momento e eu vinha recorrendo à ela desde o início do ano.
— Vou ter que procurar o Balthazar.
— De novo? — Roberto perguntou nada surpreso com minha escolha.
Balthazar sabia das respostas de todas as provas com antecedência. Não sabíamos como ele sabia, mas tínhamos nossas teorias. A única certeza que tínhamos era que dois professores passavam o gabarito inteiro por uma parte do dinheiro. Ninguém entregava aqueles dois professores, o esquema de cola era algo sagrado.
— Se quiser falar com ele, a sua chance é agora. — Roberto apontou para Balthazar.
Balthazar não era seu verdadeiro nome. Ele achava seu nome feio e resolveu adotar esse, agora toda a escola chama ele assim. Ele estava em pé conversando com um grupo de alunos. Destaque para seu físico bem atlético.
— Eu vou lá falar com ele. — Disse me levantando.
— E lá vamos nós... — Roberto levantou também.
Balthazar percebeu nossa aproximação e veio nos cumprimentar, deixando as pessoas ao seu redor conversando entre si.
— Vejam só se não são os dois jogadores de basquete. Eae. — Balthazar disse estendendo a mão para um toque.
— Eae Balthazar.
O toque de mão foi daqueles perfeitos. Todos ao redor do refeitório voltaram os olhares para nós dois por segundos.
— Posso saber o que precisam? — Perguntou Balthazar.
— Você sabe muito bem. — Respondi.
— Por um preço bom, eu resolvo a sua situação.
— Ta cobrando quanto?
Balthazar ficou pensativo por alguns segundos.
— Hmmm... eu estava pensando. — Balthazar começou a caminhar ao nosso redor. — Que tal me ensinarem a jogar basquete?
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Guarde sempre as boas lembranças
RomanceEm seu último ano no ensino médio e com a chegada da vida adulta, as cobranças na vida de Christian começam. Sendo um garoto irresponsável ele não se importa com seu futuro, até o dia em que viu sua vida e seus pensamentos mudarem por conta de uma p...