O paulista não tinha ideia do porquê, mas o carioca além de não falar com ele o dia todo, estava o olhando esquisito desde que chegou no escritório. No início tentou ignorar, mas caralho, podia sentir seus olhos queimando um buraco em suas costas de tanto que o encarava.
Mas São Paulo seria o que tomaria a iniciativa? Não senhor. Se Rio tinha algum problema com ele, ele que viesse falar. Paulo não era idiota de ficar correndo atrás de homem, aprendeu isso muito bem, e não era aquele carioca cafajeste, gostoso e mão leve, que o daria mudar isso em si.
Logo, a única iniciativa que o paulista tomou a respeito da situação foi... encarar de volta. De maneira bem descarada mesmo. A cada vez que sentia os olhos do outro homem em si, se virava de onde quer que estivesse direto para ele, o olhando nos olhos até que o carioca desviasse o olhar.
Possivelmente essas encaradas violentas incentivaram o RJ a falar com Sampa logo de uma vez. Havia recém voltado da sala de Brasília quando viu o mais jovem sentado em uma das cadeiras de visita, aparentemente o aguardando.
— ... eu... queria falar com você...
— Jura? Achei que a gente tava treinando piscar em código morse.— São Paulo respondeu irônico, acabando por causar uma risadinha a sair dos lábios do Rio de Janeiro.— Vai carioca, desembucha. Por que tá me olhando com essa cara de morte o dia todo?
O lábio inferior do homem tremeu um pouco, SP reconhecia aquilo como sinal de que o que vinha por aí era quase um desabafo. Vista a situação a expressão suavizou quando sentou-se no banco logo ao lado dele, aguardando pacientemente.
— Cara... cê sabe como eu tinha dito aquele negócio lá do Norte...— Começou, e sim, São Paulo se lembrava de uma das noites que eles beberam juntos e o carioca desabafou sobre como sentia que o Rio Grande do Norte e ele tinham as mesmas funções, mas o RN era melhor do que ele em tudo, e é claro, sentia que as pessoas se sentiam muito mais atraídas por ele.
Uma inveja mesquinha, foi assim que descreveu.— E eu te disse que você tem que parar de se comparar com ele porque vocês são pessoas completamente diferentes, sim?— São Paulo cruzou os braços.
Rio deu um sorrisinho antes de continuar.— Ahm... ontem você tinha me dito que ia trabalhar e não podia sair comigo, mas... eu te vi com ele. Eu sei que não é da minha conta e cê sai com quem você quiser, mas eu me senti meio... trocado... tipo...— Nesse ponto Rio sentia as bochechas queimando de vergonha pelo que estava falando, mas continuou.— ... senti que tu preferia ficar com ele do que comigo.
— Como você sabe que a gente saiu ontem?— Perguntou.
— Ceis foram no bar que a galera tinha ido...— Acabou rindo, antes de dizer com certo amargor: — A gente preferiu não interromper vocês.
São Paulo ponderou a situação por um tempinho, acabando por entender de onde vinha essa insegurança dele.
— Tá, quando você me chamou pra sair eu realmente achava que eu ia no Maid Café normal, lá pelas quatro horas a Teresa me mandou mensagem dizendo que não precisava mais... e depois o Norte pediu pra sair comigo por que ele precisava se uns conselhos pra paquerar o Sergipe.— Explicou.— Eu não menti pra você só pra sair com o potiguar, mas é, talvez eu devesse ter te avisado antes já que tu já tinha me chamado pra fazer alguma coisa.
O carioca acabou se sentindo ainda mais constrangido após a explicação. Estava se sentindo ameaçado quanto às suas chances com o paulista... e o potiguar nem atrás dele estava, que ironia.
— Porra... foi mal...— Murmurou após se livrarem do mal entendido. Não tinha percebido como o ciúmes que sentia por São Paulo era forte.
Mais cedo estava recente irritado com o paulista, como se ele devesse explicações feito um... namorado? Se São Paulo soubesse do que passava na cabeça do carioca com certeza o encheria de tapas.
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Será que vale a pena? | SPXRJ
Fiksi Penggemar- Continuação de Maid Café. São Paulo e Rio de Janeiro não estão em um relacionamento, mas ainda assim todos sabem que são exclusivos um do outro, mesmo que nenhum dos dois queira admitir...