Through Bullets - Ashtray O'neill

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•| Lua Point Of View |•
sexta-feira, 03:33, 11/11/2023.

Depois que o tal documentário de porcos acabou, eu e Ash decidimos que iríamos assistir a um filme de terror, no quarto, já estava tarde.
Claro, Ash escolheu.

Ele sabe como eu odeio assistir terror, morro de medo aliás.
E ele faz isso para me irritar ou algo do tipo, não temos boas lembranças sobre os filmes que já assisti, sério, são traumas na minha vida.

Não foi diferente, Ash passou o filme inteiro me assustando e dizendo coisas para me assustar, eu estava me estressando mais do que me irritando!.

— Cala a boca Ashtray! Eu juro que jogo esse travesseiro na sua cara de novo!- reclamando enquanto segurava um travesseiro em minhas mãos.

— Me cale então!- ele diz rindo enquanto me olhava.

— Eu te mato com esse travesseiro.- digo lhe mostrando o travesseiro.

— Não será suficiente pra me calar.- ele debocha dando de ombros.

— Pois eu pego essa arma bem aqui e estouro seus miolos.- dou um sorrisinho de canto.

— Você não é doida.- Ash diz com semblante sério.

— Você é quem acha.- fecho a cara e volto a assistir tv.

— Você não tem coragem de me matar, Lua.- ele diz e atrai minha atenção para ele novamente.

— Quer testar?- colo a mão entre o pequeno vão do sofá, onde havia uma arma, e seguro a mesma.

— Você para com essas idéias.- Ash diz me olhando e depois olha para minha mão.

— Você acha mesmo que eu não tenho coragem?- me levanto tirando a arma dali, e engatilho a mesma.

— Você não é nenhum pouco doida.- Ashtray da uma risada e cruza os braços.

Eu apenas ri e apontei a arma em sua direção enquanto colocava meu dedo no gatilho.

— Quer mesmo saber?- dou uma risada maléfica enquanto mirava o cano da 38 na direção dele, Ash não me responde apenas me encara.— Responde a minha pergunta, Ashtray.

— Quero, você não teria coragem.- ele diz ainda me encarando.

— Você já tirou muito a minha paciência, bons sonhos, Ashzinho.- dou uma risada e apenas fecho os olhos após escutar o som alto do disparo da arma, em direção ao Ash.

Esse mesmo som do disparo me fez assustar, me fazendo acordar do sono profundo que eu estava enquanto abraçava Ash.
Aquilo foi só um sonho? Ou melhor, pesadelo?

Apenas sei que acordei em um pulo, assustada enquanto chamava por Ash, não estava raciocinando bem até escutar sua voz.

— Lua! Eu tô aqui, o que foi?- o garoto passa a mão em meu rosto e eu o olho suspirando aliviada.

— Me desculpa Ash, por favor!- começo a chorar desesperadamente enquanto abraçava o garoto, que parecia estar confuso.

— Te desculpar pelo o que?!- ele diz em um tom de voz confuso e acaricia meu cabelo.

— Eu..eu..porra! Isso não aconteceu de verdade. Eu atirei em você.- digo soluçando enquanto me afastava do abraço do garoto.

— Você não atirou em mim Lua, eu tô aqui, eu tô bem.- ele diz dando uma risada baixa enquanto me olhava.

— Mas foi tão real Ash, tão..porra!- passo a mão em meu rosto e o olho.— Eu tô com medo agora.

— Medo do que? Fala pra mim.- Ash segura em meu rosto me olhando.

— Isso foi muito real, eu fiz com tanta convicção, sem ao menos hesitar.- digo olhando nos olhos do garoto.— E se acontecer de verdade?

— Você não me mataria sem motivos, e se matasse eu teria certeza que teria motivo.- ele diz e faz uma cara confusa.— Não fez sentido o que eu disse.

— Eu tenho muitos motivos pra te matar na verdade.- dou uma risada e nego com a cabeça.— E a culpa é sua.

— Minha?! Porque?- ele diz e me encara cruzando os braços.

— Eu te disse que não queria assistir aquele filme, e você o colocou!- digo o encarando e me afasto.

— Desculpa, não sabia que um filme ia despertar seu espírito de assassina.- ele ri e eu o encaro.— Desculpa, não teve graça.

— Daqui pra eu te matar é um, dois.- suspiro e me levanto.

— Onde cê vai?- ele me encara e descruza os braços.

— Vou na cozinha tomar água, posso não?- digo sem o olhar e saio do quarto.

— Não, não pode.- ele diz irônico e vem atrás de mim.

— Vai a merda antes que eu me esqueça.- resmungo e o garoto me segura pela cintura.

— Você está muito estressada.- ele sorri e olha para minha boca.

— Não quero papo com você, vaza.- me afasto do garoto e vou para a cozinha, e o mesmo resmunga indo para o quarto.

Peguei minha água, mas logo peguei duas torradas e geleia de morango para comer.
Abri a gaveta e comecei a mexer nos talheres, atrás de uma faca, o que fazia barulho.

To Be Continued . . .