0.1 | 𝐁𝐄𝐀𝐂𝐎𝐍 𝐇𝐈𝐋𝐋𝐒

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" Seria tudo mais simples se eu pudesse simplesmente levantar e ir embora, como se tudo fosse a porra de uma mesa de bar."

Seis longos anos haviam se passado, mas as memórias da fatídica noite em que sua mãe fora tirada dela ainda ecoavam dolorosamente na mente de Lua

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Seis longos anos haviam se passado, mas as memórias da fatídica noite em que sua mãe fora tirada dela ainda ecoavam dolorosamente na mente de Lua. Cada vez que ela fechava os olhos, era como se fosse transportada de volta para aquele momento terrível, mergulhada em um redemoinho de angústia e arrependimento, incapaz de escapar do ciclo implacável de lembranças dolorosas.

A perda devastadora de sua mãe deixara cicatrizes profundas na alma de Lua. Ela já não se reconhecia na inocente criança que um dia fora. Agora, Lua carregava consigo não apenas a dor da ausência de sua mãe, mas também o peso insuportável do arrependimento e da culpa por suas próprias ações naquela noite fatídica. Cada dia era uma batalha contra as lembranças que a assombravam, lembranças das quais ela não conseguia escapar, não importava o quanto tentasse.

Num dia sombrio e chuvoso, Lua encontrava refúgio em seu quarto, onde pequenas gotas de chuva batiam suavemente contra a janela. Sentada em sua cama, segurando seu diário entre as mãos trêmulas, ela mergulhava nas páginas, onde encontrava uma fuga temporária das emoções esmagadoras que a consumiam. Escrever tornara-se sua válvula de escape, uma maneira de dar voz às emoções que não conseguia expressar de outra forma. Era um ritual doloroso, mas também terapêutico, que a ajudava a navegar pelo turbilhão de sentimentos que assolava sua mente atormentada.

Querido Diário,

Às vezes, acho que a maneira como começo meus registros aqui está ficando clichê demais. Talvez eu devesse encontrar uma forma diferente de me dirigir a você. No entanto, hoje não é sobre isso. É sobre tentar desabafar sobre mais um desses dias que parecem se repetir, como se estivesse presa em um ciclo interminável de angústia.

A manhã começou com o mesmo pesadelo de sempre. A sensação de sufocamento, o coração batendo freneticamente no peito... Tudo tão familiar, tão assustadoramente rotineiro. Mas desta vez, algo mudou. Ao acordar, as lágrimas teimosas não puderam ser contidas. Foi como se uma comporta se abrisse, liberando uma torrente de emoções que há muito tempo estavam represadas.

Tento fugir dessa parte da minha vida, mas parece que ela sempre retorna para me assombrar, como uma sombra persistente que não pode ser afastada tão facilmente. É como se o passado estivesse sempre à espreita, esperando para me puxar de volta para suas garras sombrias.

Enquanto isso, meus irmãos continuam longe, em uma missão com Deucalion. Recebo mensagens esporádicas, garantindo que estão bem, mas é difícil não se preocupar quando eles estão tão distantes. Aqui em casa, a solidão se tornou uma companheira constante. Só saímos quando necessário, seguindo as ordens do "alfa" como se fossem leis inquestionáveis.

Às vezes, tudo o que desejo é poder respirar livremente, sem o peso das responsabilidades ou o fantasma do passado pairando sobre mim. Sonho com uma vida normal, com uma família normal...

𝐒𝐂𝐀𝐑𝐋𝐄𝐓 𝐀𝐒𝐒𝐀𝐒𝐒𝐈𝐍 | ᵗᵉᵉⁿ ʷᵒˡᶠOnde histórias criam vida. Descubra agora