Capitulo 6

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A semana tem passado rápido, durante esse tempo, Gabriel e eu conversamos mais, o que foi ótimo para nos aproximarmos, pude conhecer mais sobre ele. Esses dias ele até me ofereceu uma carona para casa, fiquei sem graça mas tive que negar, durante essa semana meu tio estava me levando até minha casa, estava chovendo muito e eu estava ficando ate mais tarde trabalhando, então ele sempte me oferia carona, com isso não saberia que desculpa dar para tio Carlos, fiquei com medo dele desconfiar de algo e talvez isso pegaria mal, já que eles trabalham juntos.

No estágio as coisas estão mais puxadas, estou com bastante tarefas. Quando comecei nesse emprego, pensei que ia fazer coisas simples, como só entrevistar e publicá-las no site, mas não é apenas isso. Hoje por exemplo, tive que preparar as perguntas para a entrevista com a jogadora do proximo dia, isso sempre tendo que acompanhar o desempenho no jogo e os comentários feitos pela imprensa sobre sua atuação nos jogos, também tive editar alguns vídeos e ajudei a Emy nas entrevistas dela. 

Essa rotina é um pouco cansativa, mas sei que não devo reclamar, só de lembrar o quanto quis vir para esse lugar, o quanto desejei poder seguir um rumo nessa profissão e o como meus pais estão se dedicando para me ajudar estar aqui jáfaz eu parar de reclamar. Sinto falta dos meus pais, foram anos vivendo com eles e sempre tivemos uma ótima relação, então talvez morar longe deles me deixe um pouco abalada, é normal me sentir assim, afinal estou morando sozinha e em outro país.

Sofia e eu estávamos no Emirates Stadium, hoje o Arsenal estava jogando contra o Manchester United. O jogo não estava um dos melhores, já que permanecíamos empatados e fazia bom tempo desde o gol do Ødegaard, que por sinal, foi um ótimo contra-ataque, foi feito um minuto depois do gol do United.

— Eu não sei porquê invento de vir com você 'pros jogos, Bella — diz Sofia com uma cara de entediada. Ela não gosta muito de vir nos jogos, na maioria das vezes vem quando é um jogo importante, e nesse é claro que à chamei, já que era um grande jogo entre os Big Six, quer dizer, era para ser um grande jogo, só que até agora nada.

— Para de reclamar Sofi, você vai ser, no segundo tempo a gente vai golear eles — tento animar ela, já que não está tão interessada igual a mim.

Quando morava no Brasil, ia muito aos jogos do meu time. Meu pai sempre me incentivou a ser corintiana, assistiamos quase sempre os jogos, até mesmo quando era no Pacaembu, na época em que o Corinthians ainda nem tinha seu próprio estádio. Sempre nos divertirmos muito, já minha mãe não gostava muito que meu pai me levasse, mas ele não ligava para isso.

— Vem, vamos comer algo enquanto está no intervalo do jogo — o lado bom de ser funcionária do Arsenal era que eu poderia assistir os jogos pela área VIP, então sempre tinha lanchinhos  a vontade.

— Você nem me contou como que foi depois do date com Gabriel, Bella. Já chamou ele 'pra ir na sua casa?

— Que isso Sofi! — digo indignada com sua pergunta. Ela realmente é mais ligeira que eu — Não, não chamei ele 'pra ir na minha casa, ainda estamos começando a se conhecer, se eu chamasse 'pra minha casa, ele vai pensar que sou uma atirada.

— Nada disso, você apenas seria uma garota de atitude — Sofi é alguns anos mais nova que eu, tendo 20 anos, mas confesso que mesmo sendo mais nova, ela é cheia de ficantes, sempre aproveitando a solterisse. Já eu, depois Léo, quis me afastar disso. Mas só foi eu vir para Londres que voltei a conhecer pessoas novas, no caso só uma pessoa.

— Tem razão, mas nem pense que vou fazer isso, ainda não está no momento — digo enquanto pego alguns petiscos para comermos.

Estávamos acompanhando o jogo, o juiz acabou de dar o acréscimo e algumas pessoas ja estavam indo embora, mas eu sentia que tinha alguma chance de ganharmos.

— Será que não devemos ir? Não vamos ganhar mesmo — Sofi já estava desanimada, desacreditando que poderíamos ganhar.

— Calma prima, o jogo é imprevisível, ainda tem mais alguns minutos de acréscimo e estamos jogando bem.

Assim que digo isso, vejo o escanteio sendo feito, fico empolgada. A bola bate no peito do Rice, que domina e chuta diretamente para a rede. Me levanto animada comemorando o gol, Sofi e eu pulamos de alegria, assim como o restante da torcida. Esse gol foi o que animou à todos, as pessoas parecem doidas, gritando, se abraçando e voltando a cantar as músicas do clube.

Gabriel Jesus faz mais um, em menos de 5 minutos do outro gol feito, isso com o jogo prestes à acabar. Continuamos comemorando e gritando, abraço Sofi mais uma vez, que retribui com toda animação, ninguém  imaginava como esse jogo poderia virar. Os jogadores comemoram correndo pelo campo, até os reservas saem pulando e abraçando o Jesus. Assim que o juiz apita o fim do jogo, continuamos a gritar e cantar em comemoração, durante os jogos que venho assistir já até aprendi as músicas dos torcedores, esse clube é demais.

— Te falei Sofi, esse jogo ia virar — digo à ela enquanto sentamos no banco do ônibus.

— Ainda bem que saímos logo, fiquei com medo de ter alguma briga — Sofi sempre sendo medrosa.

— Para com isso prima — digo rindo de sua cara — Não ia acontecer nada disso, não precisa se preocupar, não estamos em um derby londrino, aí sim a coisa ia ficar feia.

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Finalmente em casa, depois de um dia animado como esse, só queria deitar e descansar, amanhã a semana vai começar tudo de novo. Resolvo mandar uma mensagem para Gab, parabenizando a vitória, mas assim que desbloqueio meu celular, vejo uma mensagem de alguém que deveria ter sumido há muito tempo.

Mensagem

| Oii Bella, como que você tá?
| Sei que não deveria estar te mandando mensagem, mas estou com saudade sua

Como é que esse filha da puta tem coragem de me mandar mensagem. O Léo não tem esse direto, faz meses desde que acabamos e ele ainda tem a cara de pau de falar que está com saudade, depois do que fez? Realmente a melhor coisa que fiz foi por um ponto final nisso e seguir a minha vida.

A new beginning • Gabriel Martinelli Onde histórias criam vida. Descubra agora