Uma paixão por cogumelos

O Fazendeiro Gentlehobbit

Se Bilbo tivesse começado tarde na manhã seguinte ao grande banquete de cogumelos, dificilmente poderia ser culpado. Depois da sobremesa houve música, dança e cerveja. Bom, um hobbit aguentava sua cerveja tão bem quanto qualquer anão, mas permanecia o fato de que Bilbo havia se entregado um pouco mais do que normalmente faria. Foi um grande alívio ficar. Então, se ele ficou deitado na cama depois do café da manhã, sentindo o sol quente no rosto através da janelinha, foi apenas porque teve sorte de ter uma janela. Ele havia sido informado com segurança de que a longa vigia através de toneladas de rocha até a encosta leste da montanha era a única janela para o ar livre em toda a ala real, então ele poderia muito bem aproveitá-la. De qualquer forma, não era da conta de ninguém, apenas dele. Porém, quando chegou a hora do segundo café da manhã, Bilbo levantou-se da cama. Ele tinha muito trabalho a fazer.

Um pedaço de pão, uma caneca de chá e um ovo frito rápido: era tudo o que ele precisava para seguir seu caminho. Um acre inteiro de Black Trilbies foi confiado aos seus cuidados. Era verdade que eles não precisavam de muito. A umidade natural da caverna e a composição da pedra forneciam claramente tudo o que os cogumelos precisavam para crescer e prosperar, mas eles precisavam ser colhidos. Era possível que os trilbies amadurecessem demais e estragassem pela raiz. Bilbo teve pelo menos uma semana de trabalho pesado para organizar tudo para que seus cogumelos fossem bem produtivos, em vez de crescerem demais e selvagens. Se começasse a trabalhar imediatamente, não precisaria correr o risco de perder um único chapéu de feltro.

Claro, ele não poderia começar a trabalhar imediatamente. Alguém esperava por ele nas grandes portas de pedra da sua nova mina de cogumelos.

"Bifur! Bofur! Bom dia!"

"Olá, Bilbo!"

"Abraço!"

"Você veio ver os cogumelos em seu estado natural? Eu não deveria ter me importado que você abrisse as portas sem mim, contanto que você tivesse tomado cuidado para não pisar em nenhuma.

Bofur sorriu. "Teríamos o maior prazer em ver suas terras com você, Lorde Bolseiro, mas não foi por isso que viemos."

"Senhor Bolseiro? O que você quer dizer com isso? Não há senhores entre os hobbits, embora o Thain seja meu parente do lado Tûk.

"Bem, há um senhor anão entre eles agora", disse Bofur alegremente. "Ou você não sabe o que significa possuir uma propriedade dentro da montanha?"

"Suponho que não! Por favor, não me chame por um título e esperamos que ignorá-lo faça com que desapareça. Thorin poderia ter me avisado, embora eu suponha que eu estava muito distraído com a perspectiva dos meus lindos cogumelos para ouvir muita coisa ontem à noite.

"Como desejar, meu amigo. Eu sei que você deve estar ansioso para inspecionar suas terras agora que elas são suas, mas meu irmão e eu pensamos que poderíamos pedir um momento do seu tempo nesta bela manhã.

"Claro! Qualquer coisa que você precise. Você sabe que estou sempre ao seu serviço.

O sorriso de Bofur tornou-se caloroso e afetuoso, e Bifur compartilhou um olhar astuto com seu irmão. "Sim, Bilbo. Estamos bem cientes disso."

O anão mais velho, que recentemente teve parte de um machado removido de seu crânio, disse algo em khuzdul que fez Bofur se endireitar seriamente, embora ainda com um brilho amigável nos olhos.

"De qualquer forma, meu irmão e eu fizemos esta placa ontem. Apenas um exercício de artesanato, você entende, mas então pensamos que poderíamos encontrar um comprador para ele se seguissemos por aqui.

Entre eles, os dois anões ergueram um longo retângulo de obsidiana, quase tão alto quanto eles e tão longo quanto os dois juntos, mostrando-o a Bilbo. A face da placa tinha caligrafia dourada brilhante escrita no estilo Shire, como se fosse a mão do próprio Bilbo segurando uma caneta verdadeiramente gigante. Dizia "A Mina do Cogumelo" tão suavemente como se tivesse sido feito com tinta em vez de ouro batido. Ao redor da base da placa havia pequenos mosaicos de cogumelos feitos de pedras preciosas. Cogumelos vermelhos brilhantes eram representados em rubis e diamantes, brotando entre folhas de grama feitas de peridoto verde brilhante, confortavelmente cercados por pequenos cogumelos marrons formados a partir de topázio. Era absolutamente encantador, ainda mais por ter sido trabalhado com os típicos excessos dos anões.