V

46 6 0
                                    


Seattle, 04 de novembro de 2005 19h50

Ronald tinha acabado sua última cirurgia do dia quando Meredith entrou no lavatório onde ele se arrumava para sair - Eu menti. Você não saber é o suficiente para mim. É tão suficiente que é humilhante, pois estou aqui te implorando

- Meredith...

- Cala a boca - Ela disse sorrindo como fazia nas pequenas brigas deles - Você diz Meredith e eu grito, lembra?

- Sim - Ronald não conseguiu não sorrir se apoiando na bancada

- Muito bem, aqui está. Sua escolha é simples. Ela ou eu. Seu passado ou seu futuro. E eu tenho certeza que ela deve ser realmente maravilhosa, mas Ronald, eu te amo. De verdade mesmo, daquele jeito que "finge que gosta do seu gosto musical, te deixa comer o último pedaço de torta, segura um rádio acima de sua cabeça do lado de fora da sua janela" Deese maldito jeito que me faz odiar te amar. Portanto me escolha, me dê preferência, me ame. Estarei no Joe's essa noite

Ela saiu da sala e Ronald passou a mão em seus cabelos em desespero. A mulher que ele amava, tinha acabado de se declarar para ele, parecia um cenário perfeito. Mas por outro lado a mulher que poderia ter todas as respostas do seu passado o estava esperando. Ele teria que fazer uma aposta, só esperava que fosse a aposta certa

Seattle, 04 de novembro de 2005 20h10

*Flashback*

- Qual é a do quadro que você não larga? - Winnie perguntou. Miller já sabia decor cada ruga dela, cada pingo de chuva no vidro do carro, só não conseguia se lembrar do que vinha depois...

- É o presente de Natal para a minha... - Ele arregalou os olhos quando as palavras saíram de sua boca, isso era novidade

*Fim do flashback*

- Miller? - Dra. Bailey exala trazendo ele de volta para a sala dos residentes com o som da voz dela - Posso? - Ela aponta para o assento ao lado dele, ele acena com a cabeça uma vez.

Ela poderia perguntar o que ele está pensando, mas pondera que esta é a hora certa para ser ouvida. Ela jurou para si mesma não se envolver, mas ela não conhece o meio-termo, se ela se importa ou não. Com grande parte de sua vida para se concentrar, sua carreira em crescimento e os deveres específicos de hoje: ela escolheu sentar-se aqui. Maldita mãe carinhosa e a culpa católica de se colocar de lado e esfregar as costas das pessoas.

- Acho que já trabalhamos o tempo o suficiente juntos para saber que você tem uma opinião sobre a minha vida e quer compartilhar - Miller disse na direção da médica

- Tem uma ruiva, alta e toda arrumada te aguardando na porta do hospital. Não que eu me importe - Ela para a frase por um minuto, então reformula - Não, na verdade eu me importo sim. Eu não faço ideia do drama pessoal que você está vivendo e não quero saber. Mas isso está atrapalhando sua performance como médico e me afetando - Ele olhou confuso - Eu quero ganhar a chefia de forma limpa e justa, não quero ouvir suas desculpas que estava com a cabeça em outra coisa

Ronald tentou não sorrir. Deus o livre dela pensar que não é levada a sério. Ele fica em silêncio e ela segue em frente - Você se coloca entre duas mulheres muito boas e espera que eu faça a escolha por você

- Você não vai me dizer o que fazer, certo. Mas, apenas, o que você faria?

Ela levanta as sobrancelhas - Você está ficando mais sábio

- Sábio o suficiente para ser o residente chefe?

- Não força - Bailey dá um pequeno sorriso - Eu diria, Miller, que coisas acontecem. Pessoas acontecem. A vida não é fácil. Não podemos escolher o que é fácil, temos que escolher o que vai nos fazer ficar bem conosco mesmo. Afinal você é o único que sabe o que é viver a sua vida

O filme da minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora