Tar

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A ligação de Ayan no meio da noite era a coisa mais aleatória que aconteceu a mim nos últimos tempos. Agora ele caminhava na minha frente bostejando meses de aventuras que não me incluia.

Ele roía as unhas e andava de um lado ao outro parecendo em uma crise. Quando ele finalmente calou a boca depois de falar um monte de coisas bem rápido eu pude o sacudir.

- Caralho! Ayan! Você está dizendo que virou melhor amigo de um fantasma?

Ele me olha como se isso não fosse motivo pra internar ele em uma clínica de reabilitação.

- Você usa drogas? - perguntei só por curiosidade.

- Foi perda de tempo. - ele diz se virando pra ir embora.

Puxo ele de volta o fazendo olhar pra mim. Abro um sorriso gentil a ele e então tento me recompor.

- Estudo nessa escola tempo o suficiente para saber que coisas insanas acontecem coisas que eu nem consigo explicar. Mas tudo que você está dizendo é insanidade demais até pra nós.

- Eu tenho lido o livro dos meus poderes para aprender a lidar com eles melhor. Invocar mortos parece ser só a parte inicial do meu poder. Um dia vou conseguir invocar o Archie e de forma que vocês o possam ver e sendo seguro para minha alma, eu só preciso me aprimorar. Nunca mais terá dúvidas se vir ele e também terá sonhos melhores pois ele é lindo...

- Tem tesão em um fantasma? Que fetiche é esse? Ele é gostoso mesmo?

- Estamos desviando no assunto. - Ayan diz após soltar uma risadinha.

Nada que ele dizia parecia minimamente plausível. A morte de Kan ter sido causada por uma professora aquilo era demoníaco era assustador demais. Todo dia íamos ao abatedouro sem saber se voltaríamos. Como animais criados em um cerco, sendo alimentados para virar lanche do fazendeiro.

- Cada parte de tudo que você disse é insana demais. Não sei lidar com isso...

- Você tem agido estranho desde a morte do Kan... Me diga a verdade. - ele me pergunta.

Sei que tem mais do que eu deveria falar mas não conseguia ter coragem de dizer. Apenas fiquei ali o observando suavemente tentando processar tudo.

- Se não me disser eu vou invocar ele. - Ayan diz sério.

- Não, não por favor deixe Kan descansar em paz.

- Ele é um fantasma! Ele não está descansando é por isso que temos que destruir essa escola está cheia de almas vagando em dor.- Ayan diz duramente.

- Certo, eu conhecia o Kan...éramos amigos. Todo dia quando acabava a aula eu ia pra casa dele ou ele pra minha jogávamos bastante e conversávamos como se o mundo ainda fosse normal.

Os olhos de Ayan se iluminam ao ouvir isso. Ele se aproxima de mim e então me dá um abraço sem mais nem menos.

- Sinto muito. - ele diz a voz mais gentil agora.

- Odeio ter que pensar naquela escola agora, até ver Akk o melhor amigo dele me machuca pois eu lembro dele. Nem os pais de Kan se importam o feitiço aqui eu forte. Só a gente sente a falta... - percebi que já havia exposto meus sentimentos de mais então parei.

- Existem outros como o Kan. Não podemos deixar isso continuar acontecendo. - Ayan diz firme.

Nesse momento, a campainha toca a única pessoa que tocava minha campainha era o Kan. Por um momento, tive um surto fora da realidade e corri até a porta animado mas quando a abri encontrei Akk.

- Hey! Como sabe onde eu moro? - pergunto surpreso com a visita inesperada.

- Tive uma visão. - ele diz e dá de ombros.

- Perdão? Como assim!

- Qual é, eu sei que o Ayan está aqui. - ele diz seco e entra sem ser convidado.

Sigo meu convidado indesejado pela casa vejo ele cumprimentar meus pais que só olham pra televisão e não parecem se importar com os arredores. Pareciam zumbis, no começo doía tanto ver eles assim. Agora eu já me acostumei...parece quase impossível ter eles de volta.

- Ayan! - ele diz quase animado ao ver meu amigo.

- Akk? O que faz aqui? - ele responde.

- Sim o que faz na minha casa sem ser chamado? - mostro indignação cruzando os braços.

- Kan era seu amigo Tar, você acha que ele não falava de você pra mim? Sei que tem tanta raiva daquela escola quanto eu e eu acho que devemos contra atacar.

- O que você quer dizer? - Ayan parecia cauteloso diante do tom agressivo do outro.

- Vamos matar alguns monstros. Sempre somos nós quem caímos, somos nós que perdemos e nunca revidamos. Vamos fazer eles sentirem falta de alguém também. - Akk diz firme.

- Não sabemos os resultados, pode ser até pior.

- É uma boa ideia.- digo agora em voz alta. - Realmente, eles não esperam um contra ataque. Podemos ir na surdina eliminando aos poucos causando pânico neles como fazem com a gente.

- Isso é sequer possível? Esconder algo deles? - Ayan pergunta.

- Vamos descobrir.

A maldição de SuppaloOnde histórias criam vida. Descubra agora