Capítulo 10

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"Mas você só precisa da luz quando está escurecendo

Só sente falta do Sol quando começa a nevar

Só sabe que a ama quando a deixa ir

Só sabe que estava bem quando se sente mal

Só odeia a estrada quando sente saudade de casa

Só sabe que a ama quando a deixa ir."

Durante todos aqueles anos, Andrea acreditou que Lena estava morta. Entretanto, não soube lidar com isso. Não conseguiu superar. O que significava que a mimada herdeira Rojas passou anos transando com desconhecidas aleatórias, bebendo além da conta, gastando mais que o necessário e se perdendo em lugares sombrios. Francamente, se não fosse os esforços do pai em mantê-la na linha, Andy poderia muito bem ter perdido tudo e se afundado no vício.

Ela só voltou à linha um ano antes de descobrir que sua melhor amiga e paixão secreta ainda estava viva. Com muito esforço, começou a tocar a CatCo mídia após comprá-la e decidir voltar à National City.

Quando Andrea soube que Lena Luthor não apenas estava viva, mas havia ficado cinco anos presa num porão de um maníaco e agora tinha dois filhos, sentiu um choque de realidade muito pior do que quando Lena havia desaparecido. Chegou a ver as fotos e notícias nos jornais, inclusive a própria CatCo teve que escrever algo a respeito disso, porém Andrea não permitiu que seus repórteres fossem como abutres atrás dos Luthor. Ela não iria dissecar a vida de Lena dessa forma, ainda mais num momento de grande vulnerabilidade, quando a mesma havia acabado de ser resgatada e de parir outra vida.

A caminho do endereço que Lena enviou por mensagem, Andrea comprou um arranjo de flores caras e botou em um vaso de vidro. Um buquê seria estranho, demasiadamente romântico e inapropriado, fora que flores fora do vaso morriam. Rojas não queria que seu presente morresse. Queria que Lena olhasse para as flores e lembrasse dela por um longo tempo...

— Lena! Eu nem acredito! — abriu um sorriso quando a porta do loft se abriu e a imagem da morena se materializou diante de seus olhos claros. — É verdade... você está mesmo viva.

Sua vontade era de abraçá-la, mas estava sem graça demais para fazê-lo. Lena também. Muitos anos de distância, além das pendências do passado.

Andrea então entregou o vaso de flores coloridas.

— Oh! Não precisava se incomodar! São lindas! — Lena pegou o vaso e levou direto para colocar em cima do balcão. — Entra, fique à vontade.

A mulher mimada adentrou mais o loft e olhou ao redor, sempre analítica. Era inegável a simplicidade do apartamento em comparação à mansão Luthor e a cobertura sofisticada onde Rojas morava, mas até que o lugar parecia aconchegante.

— Então é aqui que tem se escondido? — disse num tom que era para ser descontraído, mas Lena estava nervosa demais para rir.

— Sim, ficar na mansão Luthor depois de tudo não me pareceu boa ideia. Eu e meus pais não estávamos nos entendendo, e eu precisava de paz para curar e cuidar de um recém-nascido.

— Por falar nisso, cadê as crianças?

— Nellie está brincando no playground do prédio com outras crianças sob a supervisão de uma senhorinha muito simpática. Kyle está dormindo no berço, mas se quiser vê-lo...

— Claro que eu quero.

Andy seguiu uma Lena toda desajeitada até o quarto, que só se separava da sala por causa de uma enorme cortina bege. Por se tratar de um loft, não havia divisórias no lugar, exceto as paredes e a porta do banheiro.

Start of Time - Nova Versão [Supercorp]Onde histórias criam vida. Descubra agora