Start of Time - Nova Versão [Supercorp]

Capítulo 16

Tinha algo para lá de surpreendente na nova atitude de sua namorada. Kara podia estar bêbada a ponto de se mover como se fosse bater asas a qualquer momento, mas ainda tinha lucidez o bastante para se admirar com o comportamento novo de Lena Luthor, quem a conduziu vigorosamente para dentro do banheiro, a prendendo contra a porta após trancá-la. Aparentemente Lena não queria correr o risco de uma menininha serelepe acordar no meio da noite e atrapalhá-las.

— Sabe, seu comportamento me deixou irritada. Acho que você me deve uma recompensa por isso.

A fala dela tão... sedutora. O tom mais rouco que o habitual somado ao olhar predatório deixaram Kara arfante. E a falta de ar duplicou quando Lena uniu suas mãos acima de sua cabeça contra a madeira da porta numa atitude dominante, entrelaçando seus dedos.

— Co... mo... como posso recompensá-la?

Kara costumava ser destrambelhada, mas em circunstâncias como aquela assumia o domínio facilmente, ainda mais porque, com Lena, devido aos traumas dela, parecia ser a coisa certa a se fazer. Mas era surpreendente como uma atitude mais dominante combinava muito bem com aquela morena ousada, que roçou seus lábios enquanto desceu as mãos até seu jeans, se livrando dele tão fácil que Kara só percebeu quando a peça já tinha sido arrancada de seu corpo.

— Abra as pernas para mim.

Não foi difícil obedecer ao comando. Suas coxas de músculos fortes estavam tremulando. Kara precisou apoiar-se nos ombros dela para não cair. Estava bem tonta mesmo. Teve vontade de rir de repente. A situação, embora excitante, também pareceu divertida. Como um segredo. Lena mirou os olhos azuis ao ver o sorriso largo e antes que gargalhadas altas escapassem dali, botou sua mão sobre os lábios carnudos e levou a outra para dentro da calcinha, tão depressa que Kara se sobressaltou com o impacto deleitoso de ter dedos tão ágeis tocando-a intimamente.

— Parece que você está pronta para mim.

Sim, Kara estava. Há muito tempo.

Derretendo, quase. Por ela. Para ela.

Lena não estava familiarizada a fazer aquilo, mas pareceu tão fácil, tão certo, que só seguiu seu instinto e também às brechas de sua namorada, que era bem expressiva e barulhenta. Através dos olhos azuis se revirando e dos gemidos abafados contra sua mão, Luthor pode ter uma ideia de como prosseguir, pressionando o pequeno botão logo acima da fenda molhada, circulando-o com a ponta dos dedos, explorando sem pressa, mas muito longe de ter calma.

— Faz tempo que eu quero te tocar assim... — admitiu Lena. — Sentir você em minhas mãos. Seu calor. Parte das suas entranhas se desfazendo graças a mim.

Era estranhamente romântico, pensou Kara, tonta, enxergando praticamente três morenas à sua frente. "Parte das suas entranhas se desfazendo", seria risível, se não estivesse à beira de um colapso, com os joelhos quase cedendo, toda bamba. Lena era uma poeta, sorriu com a conclusão óbvia. Claro que diria coisas esquisitas e românticas ao invés das depravações típicas que outras mulheres usariam. Por isso mesmo que Kara Danvers caiu de amores por ela, não pelas outras...

— Eu estava com medo de cometer erros, mas acho que até agora estamos bem, certo? — cuidadosamente Lena descobriu a boca dela.

Kara aproveitou para puxar o ar através da boca com toda sua força, como se estivesse debaixo d'água por um longo tempo. Daí soltou de uma vez. Seu peito estava subindo e descendo rapidamente. Os batimentos cardíacos enlouquecidos. Ela olhou bem fundo nos olhos verdes. Lena parecia mesmo diferente aquela noite. Não uma mudança não condizente e forçada, mas tão genuinamente genuína que era como se Kara já tivesse visto essa sua faceta antes.