ೋ°|𝗖𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 𝟑𝟓

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Depois de um longo banho para esfriar a cabeça, se deitou no sofá da sala e se virou para o lado da parede. Quase instantaneamente pode ver as fotos de sua pequena família na estante de madeira escura.

As imagens dela com Megumi e Tsumiki quando eram pequenos, em um parque num dia lindo de verão, e outra de quando o mais novo entrou no ginásio.

Também a imagem dela junto de Satoru quando eram apenas estudantes em um dia qualquer.

E outra com os quatro juntos, algumas horas antes de ter que deixar Tóquio mais uma vez. Com o pequeno Megumi em seus ombros, enquanto Satoru abraçava Tsumiki como se ela fosse um ursinho de pelúcia.

E ao lado, a imagem dela com Satoru no dia do casamento dos dois. Aquele foi um dia inesquecível, não que ele deixasse esquecer de como tinha arrasado na decoração, num jardim em uma das propriedades da família Gojo, cercados por árvores de cerejeira. E é claro, ele não parou de falar em como estava lindo de morrer.

E logo ao lado dela, a foto de sua antiga família quando era apenas um bebê, aquela foto que sempre carregou desde criança, a única imagem que nunca a deixaria esquecer os rostos de todos eles.

Se levantou devagar e pegou a imagem deslizando o dedo indicador pelo vidro do porta retrato, bem em cima do rosto de sua mãe. Como queria que a mulher estivesse com ela, naquele momento principalmente.

Não tinha tantas memórias com ela, já que o tempo apagou a maioria delas. Mas tinha certeza que sua mãe saberia exatamente o que dizer para diminuir sua angústia e medo.

Suspirou virando o rosto para o lado, podendo ver através da varanda aberta, a bela lua brilhante no lado de fora e sua mão foi de forma instantanea até sua barriga, a acariciando levemente com uma feição preocupada.

- Não há motivo para ter medo de contar, é só dizer e acabou. Que droga... por que é tão difícil? - Murmurou acariciando a região de seu ventre, onde seu possível filho estava se formando - Estou falando sozinha agora. Você nem nasceu e já está me deixando maluca.

Mal podia acreditar que um bebê estava a se formar lá dentro, e que agora estava conversando com ele. Era uma sensação estranha, mas ao mesmo tempo, muito boa.

- O que está cochichando aí?

- Satoru?! - Haruna se assusta quase tendo um ataque do coração, se perguntando a quanto tempo ele estava lá e suas mãos suaram - Você poderia parar de chegar nos lugares de mansinho.

- Hum. E você podia me avisar onde vai dormir, para eu não precisar ficar te esperando na escola. - Ele diz tirando sua venda dos olhos, deixando seus fios brancos caírem em sua testa - Você disse que sairíamos para algum lugar hoje a noite.

- Eu... me desculpe. - Abaixou a cabeça, sentindo o nervosismo de antes voltar com a presença dele - Acabei esquecendo.

Sua visão do lado de fora é bloqueada pelo rosto dele que entra na frente, a observando atenciosamente com um bico nos lábios. Seus olhos agora livres da venda chegavam a brilhar, um brilho natural, graças a sua técnica inata de nascença o deixando ainda mais bonito. Satoru franzi os lábios enquanto leva sua mão até os fios negros e compridos da mulher, vendo o olhar enigmático dela.

- Que cara é essa? Já estava morrendo de saudades de mim, não é? - Brincou, mas desmanchou o sorriso divertindo vendo a feição séria dela - Por que está com essa carinha emburrada?

- N-Nada. Estou excelentemente bem. Não tem nada de errado, não se preocupe. - Respondeu de imediato, e praguejou por ter gaguejado e falado rápido demais. Engoliu em seco com o olhar desconfiado dele - Não poderia estar melhor.

𝐁𝐋𝐎𝐎𝐃𝐘 𝐄𝐘𝐄𝐒 | 𝑺𝒂𝒕𝒐𝒓𝒖 𝑮𝒐𝒋𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora