Capítulo Cinco

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Yoon — a voz doce da Hyeon soou.

Porra, parece tão real.

Isso seria uma divindade para mim, ou uma tortura por só poder ouvi-la nos meus sonhos?

Ei, amor — senti o seu toque no meu braço. — Acorda.

Eu despertei lentamente, mas continuei com os olhos fechados.

O meu corpo tremia, os soluços saiam, e lágrimas escorriam sem parar pelo meu rosto.

— Yoongi — ouvi novamente a sua voz e abri rápido os olhos.

— Hyeon? — falei ao vê-la sentada na cama.

— Quem mais seria? — sorriu minimamente. — Por que está chorando? Estava tendo um sonho ruim?

Desci o meu olhar até os seus braços, vendo a nossa pequena Jihye mamando.

Eu sentei na cama e cobri o meu rosto, sem ter vergonha de continuar a chorar.

— Você está me deixando preocupada — falou colocando uma das suas mãos nas minhas costas.

— Foi um pesadelo horrível — respondi, para que ela não se preocupasse mais comigo chorando do nada.

Wow, então tinha sido apenas um sonho?

A Hyeon ainda estava ali comigo e a Jihye?

Tirei as mãos do rosto e me virei para a mulher ao meu lado, vendo que ela me fitava minuciosamente.

Eu me aproximei dela, e deixei o meu rosto perto do seu pescoço, inalando o seu perfume.

— O sonho foi comigo? — perguntou e eu respondi com um murmúrio afirmando.

Eu deixei um selar no seu pescoço, e deitei a cabeça no seu ombro, olhando para a nossa filha.

Fiquei em silêncio fitando a bebê.

Seus olhos estavam piscando lentamente, e em menos de dois minutos ela estava dormindo novamente.

A Hyeon ajeitou a sua blusa, e foi para a beirada da cama para colocar a bebê no berço novamente.

Quando ela voltou, no mesmo instante eu circulei os meus braços na sua cintura, a abraçando forte.

— Acho que aquela cena de você sendo levada para a cirurgia ainda vai me assombrar por um tempo — falei sentindo o seu carinho nos meus fios de cabelo.

— Com isso que você sonhou? — perguntou.

— Foi — afirmei. — Você não tinha resistido.

Ela se afastou um pouco e fitou os meus olhos.

— Era de madrugada, eu tinha acordado com a Jihye chorando. Eu cuidei dela, e fiquei atordoado pensando em você e na saudade que você estava fazendo.

— Não deixa isso ficar te assombrando — tocou no meu rosto. — Eu estou aqui. Deu tudo certo.

— Graças a Deus deu tudo certo — sussurrei e selei os nossos lábios.

Me afastei apenas para nós voltarmos a deitar, e já a abracei novamente.

— Eu tive tanto medo nos últimos dias de gravidez. Aí eu tive a hemorragia depois do parto, e você ficou atordoado assim. Mesmo depois de uma semana.

— Eu só ainda estou assustado com o sentimento que eu tive de que ia te perder — fiz carinho no seu rosto.

— Mas eu continuo aqui com você — sorriu pequeno. — Com você e com a Jihye.

— Não me dê mais sustos assim — resmunguei.

— Prometo tentar não ter mais hemorragias — brincou.

— Não faça brincadeiras com isso, dona Hyeon — falei aproximando o meu rosto do seu pescoço.

Ela soltou um riso fraco e começou a acariciar os meus cabelos.

— E como você era com a Jihye nesse sonho? — perguntou.

— O mesmo que sou com ela na realidade — respondi com a voz abafada pelo meu rosto estar encaixado no seu pescoço. — Sempre a tratando como a minha princesinha.

Ela suspirou, como se fosse de alívio por saber que mesmo no meu pesadelo, eu ainda amava Jihye incondicionalmente.

— Vamos voltar a dormir? — perguntou com a voz preguiçosa.

— Não sei se quero dormir novamente.

— Você não querendo dormir? — tirou sarro.

— Não quero voltar a ter esse sonho. É perturbador.

— Eu não gosto de ver você chorando.

Eu afastei o meu rosto para poder fitar o seu.

Fitar aquele rosto tão bonito, que no sonho eu não podia mais ver. Não podia ver nada além de fotos e de seus traços no rosto da nossa filha. Mas ela estava bem ali na minha frente.

A sua expressão era de cansaço, afinal, nós tínhamos uma filha recém nascida. Eu também estava com uma expressão de cansaço.

— Vou dormir pertinho de você como sempre — proferiu. — Se você tiver outro sonho ruim, vou chamar você e te mostrar que foi apenas um sonho.

— Você vai ter dois bebês chorões para cuidar então? — brinquei e ela sorriu, revirando os olhos. A mesma Hyeon de sempre.

— Eu não me importo — se ajeitou melhor na cama. — Agora vamos dormir, por que daqui a pouco o nosso bebezinho acorda de novo.

Ela me abraçou e selou os nossos lábios antes de se aninhar no meu peito.

— Eu te amo — falei e beijei o topo da sua cabeça.

— Eu também te amo.

Em dois minutos eu já pude ouvir a sua respiração serena após pegar no sono.

Eu continuei acordado por mais alguns minutos, ainda pensando no sonho ruim.

Pensei coisas bobas como o tempo que perdemos sendo dois bons fingindo não sentir nada um pelo outro. Foi apenas um ano. Mas se realmente tivesse acontecido alguma coisa com a Hyeon no parto, aquele seria um ano a menos que eu disse o quanto a amo. Eu me arrependeria de não ter dito mais vezes.

Foi um sonho tão real, tanto que eu chorei com ele.

Mas naquele momento eu só conseguia sentir alívio e gratidão por tudo estar bem. Por ela estar dormindo nos meus braços.

Eu estava grato pela saúde da minha esposa e da minha filha.

A nossa família estava unida.

Eu não ia precisar contar à Jihye sobre histórias da mãe dela, por que em algum momento do futuro, ela mesma vai poder contar.
A nossa filha vai crescer tendo a mãe junto com ela.

Eu desejei nunca mais ter um sonho como aquele.

Logo eu peguei no sono, tendo em mente que a nossa família estava unida.

Tudo estava bem...

Fim.

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Deu para dar um sustinho né?🤭
Não consigo fazer um final infeliz assim🥹
É só uma shortfic, então esse foi o último. Espero que tenham gostado💜

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