Capítulo 2

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— As duplas formadas na semana passada, quero que trabalhem em um rascunho de vinte páginas. O tema e o gênero ficam por conta de vocês — o professor Leon, apelidado carinhosamente por Ayla devido ao signo dele, falou.

Zico levantou a mão.

— Professor, pode dupla de três? Meu amigo chegou depois e tá sobrando.

— Se é assim, quero dez páginas a mais vindo de vocês, já que são três mentes pensando juntas.

— Sem problemas, professor — Ayla respondeu.

Aquilo ia ser moleza.

— Tem certeza que tá tudo bem? Eu posso fazer o trabalho sozinho — Dean falou.

— Tudo bem, isso vai ser moleza — Ayla garantiu. — Quero que me ajudem no plot, mas pode deixar que escrevo. Vai ser legal trabalhar em algo novo. Vocês podem ler e opinar depois. Eu sou muito ruim em composição e poesias, então na disciplina da professora Kim, vocês podem ficar à vontade pra isso. O que acham?

— Por mim, tudo bem. Confio em você. — Zico sorriu. — Dean costumava escrever quando era mais novo, talvez ele possa ajudar também. Podemos marcar um dia para a gente se encontrar, talvez sair juntos.

— Pode ser, eu não tenho muito tempo pra reuniões, então podemos ir nos falando aqui mesmo e depois marcamos um dia na minha casa pra revisar tudo. O que acham?

Ambos concordaram e Ayla sorriu. Seria legal trabalhar com eles. Principalmente porque iria ter carta-branca pra escrever o que bem quisesse. E ela já tinha ideia do que queria.

E podia-se dizer que era quase uma fantasia pessoal. Ayla organizou um mini roteiro e no dia seguinte, quando se encontraram para almoçar juntos, o mostrou a Dean e Zico.

— Uma escritora famosa que ninguém conhece? — Zico perguntou.

— Ela usa pseudônimo. Mas também trabalha como enfermeira em um hospital.

— E o plot é ela reencontrando um cara que não via há dez anos? — foi a vez de Dean indagar.

— Em um atendimento de urgência. Ele, na verdade, é um astro do rock que ela conheceu antes dele ficar famoso. A história começa a partir daí... Ele sofre esse acidente e machuca o braço, o que impede ele de tocar — Ayla contou. — Some isso com crises fortes de ansiedade e... De alguma forma, apenas a enfermeira que o atendeu no primeiro dia consegue acalmá-lo. Ele sente que já viu aqueles olhos em algum lugar, mas não lembra muito bem do rosto dela. Até porque são dez anos. Eu mudei um monte desde o início da faculdade pra cá, que dirá ela.

— Parece interessante — admitiu Dean. — Mas qual será o ponto alto da história?

— Bem, eu pensei no cara trabalhar com a escritora sem saber que ela é a enfermeira que cuidou dele. De alguma forma, ele vai saber que ela é a garota que ele conheceu, mas ele não tem como encontrá-la pessoalmente, já que ela não quer revelar sua identidade. Ele vai estar enfrentando um período de bloqueio criativo e as histórias dela vão servir de inspiração para ele compor novas músicas, em troca, ela as usará como trilha sonora. Tipo OST de dramas. É como um acordo de benefício mútuo. O que acham?

— Parece divertido. E o que acontece com a enfermeira? — Zico quis saber. — Ele vai se apaixonar pelas "duas" garotas sem saber que é a mesma pessoa?

Ayla sorriu para ele, orgulhosa.

— Como esperado de você, Zico. Sim, é exatamente isso. E ela vai saber disso, mas não vai contar pra ele.

— Que cruel — Dean comentou. — Vai fazer o cara sofrer sem necessidade.

— Mas sempre é bom ver homens sofrendo — Ayla rebateu. — Sem ofensas.

Tenaz (Determinados - Livro 1) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora