Capítulo 2

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Nina prendeu o cabelo em um rabo de cavalo e se aproximou do espelho, estudando novamente a marcação que tinha feito na orelha.

— Hm... — ela murmurou, se afastando para tirar da sacola a agulha que tinha comprado.

Abriu a embalagem e antes de usar a agulha, se lembrou de esterilizar o piercing com álcool, assim como tinha feito com a orelha, pouco antes.

Respirou fundo e tirou a agulha da embalagem. Mirou na marcação que tinha feito e a inseriu devagar, sentindo um pouco de dor. Pressionou mais e então furou de uma vez até a ponta passar para o outro lado. Soltou o ar que tinha prendido inconscientemente e com cuidado retirou a agulha, deixando no furo apenas o tubo de plástico que a revestia.

Colocou a agulha na embalagem e pegou o piercing, o abrindo enquanto cantarolava baixinho.

E então veio a parte mais dolorosa.

Respirou fundo outra vez e se aproximou novamente do espelho, encaixando a ponta do piercing no tubo de plástico e começou a empurrar para a frente, mordendo o lábio inferior enquanto sentia o tubo se arrastar pelo furo, provocando uma ardência. Quando por fim chegou no piercing, empurrou com um pouco mais de cuidado, até a ponta passar para o outro lado. Quando finalmente conseguiu, Nina retirou o tubo de plástico e fez uma dancinha feliz, antes de pegar a bolinha de parafuso do piercing para fechá-lo.

Em seguida, pegou um pedaço de algodão e o umedeceu com um pouco de álcool, limpando ao redor do furo, que tinha sangrado levemente.

Alguns segundos depois, ela acabou.

A orelha estava definitivamente vermelha, mas era normal. Tinha sido assim das outras vezes.

Recolheu todo o material que tinha usado e os descartou no lixo, no mesmo instante em que Thalita, sua melhor amiga, entrou no quarto, ofegante.

— Esse negócio de exercício não dá pra mim — ela comentou, encostada na porta. — Eu já fiz dez agachamentos, porque minha bunda ainda não tá que nem a da Beyoncé? — ela choramingou, fazendo Nina rir.

— Porque só dez não resolve. E você tem que fazer todos os dias — ela disse, encarando o espelho, enquanto enrolava o cabelo em um coque. — Mas eu não te julgo, eu também não consigo fazer sempre.

— Você nem precisa! — Thaly retrucou. — Olha o tamanho da sua bunda!

Nina sorriu e a encarou.

— Eu dividiria ela com você, se pudesse. Em compensação, você tem mais do que eu na parte de cima — ela devolveu, levantando um dedo para interromper Thaly, assim que ela abriu a boca — Nem adianta negar, você sabe que é verdade.

Thaly suspirou e cruzou os braços.

— Você vai trabalhar hoje?

— Tenho um encontro às duas.

— Um encontro, é? — Thaly sorriu, maliciosa e Nina riu.

— Não é isso, é um encontro de negócios. Eu recebi uma proposta pra trabalhar como permanente na equipe pessoal de um ator — ela contou. — Aparentemente, a maquiadora dele vai se casar e o trabalho requer alguém 100% disponível.

— E quem é o ator? — Thaly perguntou, interessada.

— Aiden Park. — Nina sorriu, arteira.

— O quê?! — Thaly praticamente gritou. — Eu não acredito que você recebeu uma proposta pra trabalhar com o deus Aiden Park! Você aceitou, né?

— Eu ainda não assinei o contrato. — Nina deu de ombros. — Vou me encontrar com Aiden e o agente dele, na empresa. Olha, eu furei um piercing novo — ela tentou mostrar, mas Thaly a ignorou.

Singular (Determinados - Livro 2) - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora