Parte Quatro

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Sasuke pov
fomos até a área de lazer, havia um local cheio de jogos e apontei para a mesa de pebolim sorrindo, ela entendeu a mensagem e fomos até lá.
Impressionantemente eu perdi de 2x1 pra ela o que me deixou muito surpreso, eu era realmente bom no jogo mas ela tinha estratégia, sempre que eu estava confiante que meu boneco faria o gol ela bloqueava com o goleiro e passara para o boneco do zagueiro que conseguia mandar direto pro atacante e fazia o gol em mim, apesar de rápido eu não conseguia prever os movimentos para me defender a tempo.
- Uau, muito bem garota, toca aqui! – Estiquei o braço com a mão fechava em soco e ela socou de volta rindo.
- Não esperava que eu fosse boa, né? – Falou e eu concordei, ela deu de ombros rindo e continuou: - Você perdeu então precisa pagar algum prêmio pra mim. – A olhei incrédulo.
- Além de perder e ter minha humilhação ainda tenho que te dar um prêmio de vitória? Isso é um absurdo! – Falei cruzando os braços e virando, ela apareceu do meu lado e eu ri. – O que a senhorita quer? – Perguntei por fim.
- Hm, ainda não sei, durante o passeio eu penso em algo. – Disse e fomos a proa ver o barco atracando no deck com os trabalhadores ajudando a estacionar, os robôs estavam lá ajudando a calcular velocidade, tempo e melhor manobra, nada do que eu pudesse entender, mas era muito interessante observar.
Um robô se aproximou pedindo que fossemos para o quarto aguardar os passageiros descerem e quando fosse nossa vez, chamaria. Logo estávamos no meu quarto, ela observou tudo com atenção e agradeci imensamente pelo robô ter arrumado, fui até o frigobar e vi que tinha um vinho ali, abri o mesmo e enchi duas taças, entreguei uma a ela e coloquei a garrafa na mesa, me sentei no sofá e ela brindou na minha taça se sentando na cadeira.
- A viagem! – Disse por fim e deu o gole, sorri e também bebi o líquido.
- Me conta mais sobre você, Sakura. – Peço.
- Tenho a impressão que você também não me conhecia também antes da reunião... – Disse zombando e eu ri.
- Não é que não te conhecia, já tinha visto em novela, mas não tive a curiosidade de pesquisar sobre sua vida pessoal. – Respondi sincero e ela pareceu entender.
- Sim, eu mesma não te conhecia, eu não sou tão ligada as coisas que acontecem no meio artístico, mas fico feliz por ter te conhecido aqui. – Respondeu e se levantou se sentando do meu lado, sorri e ela continuou: - Eu moro com meus pais porque cuido deles, tenho uma filha com quinze anos e sou divorciada do pai dela, tenho um noivo que estou junta há quatro anos. – Ergui minhas sobrancelhas, quanto tempo de noivado e ela pareceu perceber minha surpresa e continuou: - Não é que ele esteja me enrolando, mas depois do que houve com Naruto, eu queria ter certeza que estava pronta pra casar novamente e que não era algo que fosse me arrepender depois. Não entenda errado, casar com Naruto foi muito bom, ele me deu meu maior amor, que é minha filha e fomos felizes enquanto durou, mas o fato de ter passado por uma separação e me sentir sobrecarregada por tanto trabalho e ainda ter uma responsabilidade enorme com a minha filha e cuidar dos meus pais, me fez me sentir uma merda e me desgastou demais, não queria ter que passar por isso novamente, só me casaria com plena certeza que seria pra sempre. E esse momento chegou, me sinto pronta. – Falou e vi que estava emocionada, talvez pela bebida ou por estar falando algo tão pessoal.
- Qual o nome da sua filha? – Perguntei. A expressão dela mudou completamente e pegou o celular, após alguns minutos ela me mostrou uma moça bronzeada com cabelos róseos igual dela e olhos tão azuis quanto o céu, um sorriso meigo no rosto, era linda e passava uma sensação alegre pela foto.
- O nome dela é Surya, é linda, não é? Deu uma boa mistura, pegou as melhores qualidades de mim e do pai. – Falou vendo a foto e sorriu, segurou o celular e parecia estar digitando algo, deveria ser uma mensagem para a filha, deu um breve riso e logo deixou o aparelho de lado.

A porta bateu e fui abrir, o robô estava ali para informar que poderíamos sair e curtir o passeio. Quando descemos no deck tinha um guia com uma placa na mão, estava de óculos escuros, uma bermuda e camisa de botões, na placa escrito “MRS. Uchiha’s” ler aquilo e saber coisas da Sakura fez meu coração aquecer e algo de estranho aconteceu dentro de mim e eu fiquei tentando processar sobre isso. Olhei pro lado e Sakura estava mortificada, corada e com os olhos arregalados, ela logo começou a balançar as duas mãos.
- No, no. Yo y el no somos casados. Solamente amigos, si? (não, não. Eu e ele não somos casados. Somente amigos, sim?) – Ela me olhou como se aquilo fosse muito necessário e eu concordei olhando ao homem que deu de ombros, não soube dizer se ele entendeu o espanhol, sendo francês.
Mantive os pensamentos enquanto passeávamos pelas ruas de Paris, vendo a arquitetura local, passamos em várias lojinhas e comprei lembrancinhas temáticas para minha mãe, meu pai e Sasori, para a surya comprei umas tintas importadas para ela usar em suas pinturas e para Kakashi, Naruto e Hinata comprei um imã e globo de neve, tirávamos fotos um do outro e até juntos, inclusive uma na ponte do Rio Senna, sorrindo muito espontaneamente. Passamos o dia todo passeando e comendo besteiras na rua, o guia nos levou em vários pontos turísticos lindos e ele nos ajudou a tirar as fotos juntos e os melhores lugares para pegar o melhor ângulo das vistas, estava perto da hora de voltar pro barco e Sakura estava cansada, por isso me abaixei em sua frente e olhei pra ela.
- Sobre nas minhas costas, eu carrego você até lá. – Falo e viro o rosto pra frente novamente por ela estar de vestido e não se sentir constrangida, logo sinto seus braços segurando meus ombros e contorno as pernas dela com os braços, me levanto e levo ela como se fosse uma mochilinha, ela agradeceu e fomos andando e rindo sobre como as pessoas nos olhavam, parecíamos um casal e aquilo não me incomodou nenhum pouco. Assim que chegamos no deck, desço ela das minhas costas, ela agradece mais uma vez e ajeita seu vestido, vamos andando até o navio ela se despede e vai até seu quarto, eu faço o mesmo e sorrindo igual um besta fui tomar um banho gelado.
Estava vendo um filme na tv, fazia uma hora que o sol tinha se posto e estava confortável na cama, somente de cueca e ouço uma batida na porta, me levanto e coloco um shorts e uma camisa, abro a porta as presas e vejo ela na minha frente, estava de shorts também e uma blusa de alcinhas finas, parecia um pijama e sorrio.
- Eu trouxe vinho e queijos. – Disse ela sorrindo e mostrando uma sacola, abri a porta deixando que passasse por mim, fecho a porta e vou andando atras dela, que acomodava as coisas na mesa e observava o filme que passava na tv, era ação com magia, pausei a tv e olhei pra ela, me encostando na parede perto da janela, abri a porta balcão deixando um ar fresco do mar entrar no quarto que estava abafado de repente.
Sakura terminou de servir as taças e cortar os queijos arrumando em uma decoração delicada com azeite e algumas ervas, fui andando até sua direção sem tirar o olhar dela que estava entretida com seus afazeres, assim que ela me olhou engoliu em seco e me entregou a taça. Brindamos e nos sentamos perto um do outro, eu não sabia dizer o que estava fazendo e sentindo naquele momento, ela veio até meu quarto, não era um sonho. Ou era?
Olhei ao redor e não vi nada de diferente, tomei o gole do vinho e notei que minha perna mexia descontroladamente, estava realmente muito nervoso e muito quieto.
- Fico feliz que veio, o dia de hoje foi incrível. – Disse tentando disfarçar e tomei mais um gole do vinho após pegar um queijo e comer.
- Sim, realmente foi muito bom, estou ansiosa para conhecer as outras cidades da rota. Você não parecia perdido em Paris, já conhecia? – Ela perguntou e comeu dois queijos enquanto me olhava.
- Eu já estive aqui para fazer uma gravação e por isso já conhecia. Além de japonês, eu falo espanhol, francês, russo e inglês. Já fui para vários lugares do mundo tanto à trabalho como à passeio. Tenho uma ex, que era minha noiva. – Falei e soltei uma risada, tomei um longo gole do vinho e como ela não disse nada, imaginei que queria ouvir sobre isso. – Ela foi minha noiva durante muito tempo e me trocou nas vésperas do casamento para ficar com um amigo que conheceu na faculdade. Faz bastante tempo e eu não quis mais me relacionar com ninguém, nem namorar. Minha mãe ficou tão inconformada com minha decisão que tenta me casar com a minha prima até hoje, mas eu já disse que não é pra mim. – Contei tudo e tomei todo o líquido do meu copo e uma vez.
- Eu sinto muito, Sasuke. – Falou simplesmente e eu sorri, enchendo meu copo.
- Não se confunda, eu não fiquei bravo e nem chateado por Karin ter se casado com o Suigetsu, os dois são almas gêmeas, eles são feitos um para o outro e eu fiquei muito feliz por eles, eu não a amava, mas era acostumado a ter ela sempre pra conversar e ela me entendia como ninguém, no fim entendi que éramos melhores amigos do que de fato um casal. Falo com eles até hoje. – Termino de falar e dou outro gole, ela já havia terminado a taça dela e encheu de novo.
Ela concordou e sorriu.
- Eu te entendo perfeitamente, acho incrível como somos parecidos e temos vivencias parecidas. – Disse e logo engatou em uma fofoca que ouviu enquanto ia buscar as coisas que trouxe, ficamos horas conversando e fofocando, rindo e zombando das situações do dia, o clima estranho da minha história tinha ficado pra trás. Quando olhei pela janela o sol começava a nascer, Sakura estava rindo com a cabeça jogada pra trás e com uma coberta enrolada em seu corpo, não estava nem um pouco cansado, nem tinha visto a hora passar.
- Bom dia, Sakura. – Digo e ela parece perceber o mesmo que eu.
- Bom dia, Sasuke. Acho melhor eu ir no quarto me trocar para sairmos mais tarde. Por falar nisso, eu também falo espanhol e inglês, além do japonês e falo polonês também. – Se levantou me devolvendo a coberta e saiu. Corri até minha cama, me joguei e cochilei.

Sakura pov.
Acordei ainda com sono, passar a noite acordada era uma coisa extremamente difícil pra mim, eu detestava não dormir o suficiente para ter como aproveitar bem cada segundo daquele cruzeiro, mas ficar com Sasuke era tão natural, nos damos bem sem fazer qualquer esforço, ele era divertido além do normal, riamos o tempo todo e ele era absurdamente lindo, suas feições, suas falas, o jeito que me elogiava, era muito difícil ser indiferente e comecei a pensar o que poderia estar acontecendo, nunca tinha me sentido daquela forma, nem com Naruto e nem com Sasori, era algo muito diferente que já tive na vida. A presença dele fazia tudo ficar melhor e eu realmente não via a hora passar, mesmo com sono, não me sentia nenhum pouco cansada e estava ansiosa pelo dia que vinha, pela informação dada pelo robô não estávamos longe da costa de Mônaco.
Me levantei e preferi colocar um vestido verde longo com alças finas e cabelos soltos com uma presilha prendendo minha franja, estava fazendo um calor e preferiria comer algo mais gelado hoje. Sai da cabine do quarto e olhei ao redor, estava vazio, fui até o restaurante tomar o café e fiz a refeição em silêncio sozinha, aproveitando minha companhia, sai do local e fui até a sala de jogos, me sentei em uma poltrona e fiquei olhando meu celular, vendo as mensagens da minha família rindo com os acontecimentos, amanhã seria o aniversário do meu pai e meu peito apertava de saudade, mandei uma mensagem fofa pra ele agradecendo por ter sido tão incrível na minha vida e que o amava incondicionalmente, respondi a mensagem de Sasori que me perguntava como estavam as coisas e eu disse que tudo era perfeito e que essa viagem seria um marco na minha vida, respondi Surya que estava muito emotiva pelo aniversário do vô.
Sobre a resposta dada ao Sasori, senti que realmente aquela viagem seria um divisor na minha vida, mas o quanto? A possibilidade de depois da viagem nunca mais ver Sasuke me deixava muito triste, tinha me acostumado com ele tão rápido e perdê-lo assim doía só de imaginar, o que me fez determinar curtir a viagem o máximo possível e tentar manter o contato depois dali. Ele não apareceu no salão de jogos, voltei refazendo o caminho e ele não estava em lugar algum, então decidi voltar ao meu quarto até a hora que me fosse liberado sair para conhecer a Espanha. Entrei no quarto e voltei a dormir.

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