CAPÍTULO 3

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POV Camila Cabello

Olhei, através do longo espelho, para Lauren Jauregui , linda, imponente, outra vez segura de si. Ela me encarou aguardando. Eu não conseguia respirar. O que aconteceria? O que eu poderia dizer? O que ela diria? Puta merda!

− Posso processá-la por assédio, Sra. Jauregui .

Virei-me para encará-la diretamente. Forcei-me a manter um sorriso irônico nos lábios. Ela nada disse. Apenas me observava.

– O que tem para dizer de tão importante que não podia esperar que eu voltasse?

− Qual é o jogo, Camila ? – mantinha a voz baixa. Desafiadora.

− Jogo? – ri irônica – Você está trocando as pessoas, Lauren.

Ela deu um pequeno passo, meu corpo reagiu com força ao sentir que ela se aproximaria ainda mais. Merda!

− Qual é o problema? O que aconteceu? – parecia mais gentil, porém seu olhar de águia analisava todos os meus gestos.

− Eu já te disse o que aconteceu. O que mais precisa que eu explique?

Recuei um pouco ficando limitada pela bancada da pia. Minha respiração estava acelerada e precisei fazer um esforço enorme para não gaguejar.

Droga! Não estava nos meus planos aquela aproximação. Era para ela me odiar. Era para desejar a minha morte. Então por que ela me olhava de maneira tão suplicante?

− Camz! – levantou a mão para me tocar.

Aquele mínimo segundo pareceu uma eternidade. Todo o tempo parou, o mundo deixou de girar, o som não existia mais. Apenas Lauren e eu, presas naquele banheiro sufocante, que naquele momento valia toda a minha existência. Tudo porque ela me tocaria. Após três míseros meses implorando para que não desejasse tanto aquele instante, lá estava eu, ansiosa para que ela encurtasse a distância e acariciasse a minha pele. Ao mesmo tempo, implorava para que ela não o fizesse. Para que me deixasse em paz e pudesse concluir o plano.

E então ela me tocou.

Foi como antes. Fechei os olhos. Meu corpo se acendeu, o sangue correu com força nas veias, o ar ficou preso nos pulmões. Era ela. Lauren estava lá. Sua pele na minha. Seu toque quente. Droga! Eu não podia! Eu não podia! Eu não podia!

− Senti tanto a sua falta! – sussurrou.

Mais um pequeno passo e seu corpo estava muito próximo. Sua voz aveludada. Puta merda! Eu não podia!

– Olhe para mim!

Respirei fundo forçando minha mente a aceitar que aquilo era perigoso e que ceder seria estragar tudo. Eu precisava entender, aceitar e continuar. Por mim, por Ally e por todos que foram subjugados, humilhados e destruídos por causa daquele jogo inescrupuloso, imundo e desumano. Tinha que ter um fim. Porque ninguém recomeça sem finalizar. Não podem existir restos, sobras, pendências. Tudo precisava ser concluído.

Abri os olhos e encarei aquela íris verde, cheia de amor e desejo. Era muito mais bonito e perfeito do que minha mente conseguia retratar. Ela aguardava por mim. Seus olhos vagando entre meus lábios e olhos.

− Tire suas mãos de mim! – minha voz fraquejou – Tire as mãos de mim, Jauregui .

− Por quê? Vai levar tudo de mim, agir como se não valesse nada a nossa história, negar que também passou todos estes dias ansiando para estar comigo? Camz? Olhe para mim!

Segurou meu rosto com as duas mãos forçando-me a encará-la.

– Eu te amo!

E aquelas palavras forçaram minhas barreiras ao limite. Fechei os olhos e pensei em todo o meu sofrimento. Tudo o que vivemos. Todas as lágrimas. Lucy. O carro me atropelando. Taylor atingida, estendida no chão... Não! Não! Não!

CAMREN: A Descoberta da Verdade - Minha CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora