Capítulo 14

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"Fica," Lori implorou enquanto se agarrava à perna da calça de Kara. Lena lutou com as lágrimas que entalaram em sua garganta enquanto observava a filha.

Kara largou a mala e puxou Lori em seus braços. "Baixinha, é como antes. Estarei de volta antes que você perceba. Por favor, não chore," ela sussurrou e beijou sua bochecha. "Você tem que cuidar da sua mãe enquanto eu estiver fora, ok?"

"Kay," Lori sussurrou. "Você vai volta, né?"

"Sim, Baixinha, eu voltarei. Eu prometo. Agora coma seu café da manhã."

"Tchau, Kawa." Lori beijou sua bochecha.

Elas caminharam em silêncio, lado a lado, em direção ao carro." Ela gosta muito de você, Kara."

Kara virou-se para Lena e sorriu. "Gosto da anãzinha, pois bem. Eu só queria que ela não ficasse tão chateada quando eu tivesse que ir trabalhar."

"Acho que de alguma forma ela se lembra de Julie. Ela prometia voltar para casa, mas sempre se atrasava. Lori sentava na janela e esperava até que eu tivesse que carregá-la para a cama. Não sei por que Julie fazia isso" disse Lena pensativa, olhando para baixo e chutando a terra. "Ela perguntou a Leigh Anne a mesma coisa."

Kara encostou-se ao carro enquanto a observava. "Eu vou voltar, Lena."

Lena olhou para ela então. "Espero que sim, você mora aqui."

Kara riu e balançou a cabeça. "Estarei de volta na sexta-feira. Ligue para mim ou para Marge se..."

"Eu sei o que fazer, general." Lena fez uma saudação zombeteira.

Elas ficaram ali em um silêncio constrangedor. Lena estava brincando com o cabelo e esfregando distraidamente a barriga. Kara estava segurando sua mala e olhando para o lago.

"Bem... Então..." As duas disseram ao mesmo tempo e riram.

Kara abriu a porta do carro.

"Faça uma boa viagem," Lena disse e recuou.

"Eu vou. Lena..." Kara começou quando ela fechou a porta. Ela não tinha ideia do que ela queria dizer ou se deveria dizer alguma coisa.

"Eu sei, Kara. Agora vá. Vejo você na sexta."

Ela observou o carro descer a estrada de terra. Kara ergueu a mão pela janela e acenou. Lena sorriu e acenou gentilmente.

Lena gemeu enquanto pegava os brinquedos de Lori e esticava as costas. Ela tinha acabado de levá-la para a cama e, pela centésima vez, teve que garantir que Kara estaria em casa no dia seguinte. Lena começou a gostar daquela ideia tanto quanto a filha. Ela se perguntou o que Kara estava fazendo em Chicago quando ela não estava no estúdio. Por alguma razão, ela queria conhecer a linda violoncelista.

"Por que?" ela sussurrou. "Que diferença faria?" Ela colocou os brinquedos de Lori no sofá e se arrastou até a cozinha para colocar a chaleira para o chá. "Tenho certeza de que Kara Zor-El prefere estar com ela do que com uma grávida gorda." Ela andou pela cozinha até que o som do apito gentilmente lhe disse para fazer o chá e se levantar.

"Eu sinto falta dela," disse Lena, quase maravilhada com a ideia, embora o pensamento tenha feito Lena sorrir. Ela pegou sua xícara de chá e olhou para o lago, era noite. Com as estrelas apenas aparecendo no céu, a lua logo estaria subindo acima das árvores. Era lindo neste bosque. Ela se sentia segura e contente. De repente, uma onda de ansiedade a invadiu. Ela não tinha certeza do que o futuro reservaria para seu filho ainda não nascido. O rosto de Kara Zor-El passou por sua mente e ela sorriu.

Ela olhou para o lago tranquilo e tomou um gole de chá de camomila.

Na noite de quinta-feira, Kara ficou em sua grande janela com vista para o Lago Michigan. Foi um dia difícil no escritório para ela. Nada parecia certo, a música não estava sincronizada, ou talvez ela não estivesse sincronizada. Ela olhou ao redor do luxuoso apartamento e suspirou pensativa. Chicago não a atraia mais.

KARLENA - A Family As A GiftOnde histórias criam vida. Descubra agora