𝗢𝗡𝗘; 𝖿𝗋𝖾𝖾𝖽𝗈𝗆

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𝗅𝗂𝖻𝖾𝗋𝖽𝖺𝖽𝖾

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𝗅𝗂𝖻𝖾𝗋𝖽𝖺𝖽𝖾

Tudo havia dado certo, conforme o planejado.

Depois de uma invasão silenciosa ⸺ mas nem por isso menos perigosa e difícil ⸺, consegui roubar a ope ope no mi e, por muita sorte ⸺ muita sorte mesmo ⸺, não tive problemas para chegar até Law, que me esperava em frente à casa onde eu o havia deixado. O pequeno estava cada vez mais pálido e com olheiras arroxeadas. Sua doença se agravava e ele se aproximava do limite.

Seu corpo estava coberto por uma manta fina que não era nem de longe suficiente para protegê-lo do frio que fazia naquela ilha, mas eu não podia e nem tinha o direito de desistir agora que tínhamos ido tão longe. Assim como ele também estava lutando para se manter firme.

Meu coração sangrava e meu estômago se revirava sempre que eu via o olhar cansado, a dificuldade para respirar, a perda de peso e a falta do brilho que deveria estar no rosto infantil de Law. Ele ainda era tão novo e já havia presenciado o inferno. Foi impossível não sentir a necessidade de amá-lo e cuidá-lo, foi algo completamente genuíno e que me envolveu antes que eu percebesse.

Não era mais só pelo "D." em seu nome.

Com um pouco de dificuldade pelos ferimentos leves nas minhas pernas, peguei a criança no colo e comecei a procurar um lugar mais seguro onde pudéssemos conversar direito. Ali estava muito perigoso. A qualquer instante poderia aparecer algum pirata ou, na pior das hipóteses, alguém a mando de Doflamingo.

Nessa altura do campeonato, era difícil saber em quem confiar.

A cada passo, meu coração acelerava mais e mais. Foram seis meses. Seis meses procurando água em pedra para finalmente encontrar uma luz no fim do túnel, um resquício de esperança. Mesmo que isso me tornasse procurado tanto pelo governo quanto pelo monstro demoníaco do meu irmão de sangue, Law teria uma chance de sobreviver graças a esse fruto do diabo que roubei.

Mas, contrariando tudo que deveria ser, eu me sentia aliviado. Não pude deixar de questionar se era isso que Sengoku sentia todas as vezes em que eu voltava para o QG da Marinha inteiro. Ele é como um pai para mim e estou certo de que o sentimento é recíproco. E agora, que estou do outro lado da moeda, entendo bem como o velhote se sente.

Encontrando um casebre onde pudéssemos conversar em paz ⸺ pelo menos por alguns minutos ⸺ sem expor à neve aquela criança doente, sentei-me no chão com ele enrolado nas plumas negras do casaco quentinho. Seu rosto estava sereno, embora às vezes se contorcesse, provavelmente de dor.

Soltei um suspiro vendo a fumaça sair da minha boca ⸺ não do costumeiro cigarro, mas do frio ⸺ antes de balançar o ombro de Trafalgar, que lentamente abriu seus olhos cor de aço. Sorri para ele tentando passar conforto, levantando meus dois dedos em um sinal abobalhado de "paz e amor".

⸺ Adivinha o que eu tenho comigo? ⸺ falei animado e peguei o fruto do diabo do bolso emplumado ⸺ Tcharam! A fruta da operação! A ope ope no mi, Law! Você vai ficar bem.

𝐌𝐘 𝐌𝐄𝐒𝐒; 𝖼𝗈𝗋𝖺𝗓𝗈𝗇 Onde histórias criam vida. Descubra agora