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O quarto de Erik é repleto de fotos de jogadores, troféus e todo tipo de coisa relacionada ao futebol. Armin mal sabe o que é a maioria daquelas coisas, ele só sabe que Erik é tão obcecado por futebol quanto ele é pelo oceano.
Ele está segurando duas canecas cheias de chocolate quente, parado na porta enquanto Erik, desajeitadamente, posiciona uma mesa redonda em frente à comprida e larga janela de vidro, que proporciona uma visão ampla da piscina e da quadra de tênis no quintal.
Por que ricos sempre têm uma quadra de tênis nunca usada, Armin não faz a mínima ideia.
O garoto se senta, e Armin faz o mesmo. Eles começam por linguística, e Erik está transcrevendo um pequeno texto quando Armin decide que o silêncio está indo longe demais.
E ele não pode deixar de notar o quão forte Erik pressiona o lápis no papel.
Armin abre a boca algumas vezes, buscando algum assunto em comum para iniciar uma conversa.
— Então, Erik... — ele inicia, recebendo um murmúrio em resposta — ...são só você e o seu pai aqui...?
Ele automaticamente se arrepende de ter perguntado.
Por Deus, ele merece total isolamento da sociedade.
O garoto para de escrever e olha para ele.
— É, a minha mãe foi embora. — Erik responde, girando o lápis nos dedos.
A expressão do garoto continua a mesma: um olho apertado como se o ambiente estivesse muito claro, sobrancelhas franzidas e boca levemente curvada para baixo.
Armin definitivamente merece ser isolado da sociedade.
— Oh, eu... — ele gagueja — ...eu sinto muito.
A expressão de Erik suaviza e ele dá de ombros.
— Eu era criança, não tive tempo de gostar dela. — o garoto diz de forma simples, coçando o nariz com o punho antes de voltar a escrever.
Armin sussurra um "ah..." em concordância, sentindo-se a pior pessoa do mundo.
Ele segura sua caneca com ambas as mãos e a leva à boca, dando um pequeno gole e desviando o olhar.
Um silêncio nada agradável se faz presente novamente, e Armin está batendo o calcanhar freneticamente no ar quando a voz de Erik o chama a atenção.
— E você? — o garoto pergunta, dando um gole barulhento em seu chocolate quente — Com quem você mora?
Armin pisca algumas vezes e corrige a postura.
— Ah, eu...moro sozinho. — ele diz, ainda sentindo culpa — Quer dizer...eu tenho uma gata. — ele sorri minimamente, brincando com os próprios dedos sobre a madeira clara da mesa.
Ele novamente se arrepende de falar.
Para onde foi o seu dom de conversar com crianças?
— Ah, sabe, eu queria ter um cachorro. — Erik lamenta, coçando a nuca — mas meu pai não quer comprar um Dobermann pra mim.
Armin pisca algumas vezes. Ele consegue entender o motivo.
— E você... — Armin gesticula timidamente — ...gosta da...escola?
Erik faz uma careta.
— Eu gosto de jogar futebol. — ele dá de ombros — As pessoas são idiotas, e os professores também.
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Hey, should this happen? | 𝐄𝐑𝐄𝐌𝐈𝐍
FanficArmin Arlert é contratado para tutorar um garotinho temperamental cujo pai é ninguém mais, ninguém menos, que Eren Semideus Yeager. A arte da capa não é de minha autoria.