Peixeira

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Paraíba

Bichin, eu posso ter ficado com um roxo na coxa, mas que valeu a pena o desafio valeu, provei para aqueles homi tudo que eu sou a mais corajosa, sempre soube disso, mas foi uma maravilha ver aquele bando de fuleiro tremendo para pular, enquanto eu já estava na água, quer dizer com uma dor lascada na perna, mas na água.

Assim que acabamos o desafio, todo mundo foi embora rapidinho,  já estavamos todos podres e eu querendo ver minha santinha para ela ficar orgulhosa de mim e me dar um monte de beijo, quer dizer pelo menos era isso que eu esperava, nos meus sonhos.

- PARAÍBAAAAAAAA! - Escuto um grito nervoso assim que abro a porta de casa. 

- Vixe, me lasquei. - Falo baixinho e respondo ela com a voz romântica - Que foi minha galeguinha linda do meu coração?

E ela aparece na sala, o olho apertado de ódio, o rosto que antes era branquinho agora está vermelho que nem um tomate e a minha peixeira na mão, é hoje que eu me encontro com São Pedro. 

- Que isso meu dengo?! - Pergunto assustada, olha geralmente é dificil me deixar assustada, sou uma mulher porreta como diriam, mas é que vocês nunca presenciaram a Catarina brava, a bichinha vira o capeta e hoje ela tinha virado um capeta e meio aparentemente, porque eu nunca vi ela assim.

- EU QUERO SABER O QUE FOI AQUELE DEMONHO DAQUELE VÍDEO QUE EU VI NO GRUPO! - Ela diz com a peixeira ainda apontada na minha direção, e oia, eu amo a santinha calminha, mas essa mulher nervosa as perna até bambeia, danou-se que agora eu não sei se fico com medo ou se fico toda acalorada. 

- Que isso loirinha foi só uma aposta, minha linda. 

- MAIS UMA PARAÍBA?! O QUE EU DISSE PARA TU SOBRE ISSO? - Ela grita em reposta, a veia no meio da testa dela parecendo que vai explodir, o vermelho da raiva se espalhando até o busto, que diga-se de passagem estava uma coisa linda, como sempre, o mulher formosa!

Mas saio da minha fantasia onde fico babando nela, para ver se consigo dialogar, sei que ela odeia quando faço essas apostas, mas eu tenho que mostrar quem eu sou, meu estado é a representação da coragem e da força.

- Oia minha loirinha, vamo conversar, eu tinha que provar para aquele bando de homem abestalhado meu valor. - Tento me aproximar dela tentando não mancar e ela se afasta.

- TU TÁ PASSANDO TEMPO DEMAIS COM AQUELES JAGUARA PARAÍBA, TA ATÉ TENTANDO ME ENROLAR QUE NEM AQUELES TANSOS. - Meu Jesus, daqui a pouco essa mulher explode, era assim que eu ficava quando estava nervosa?
Agora eu entendi por que ninguém gostava de mexer comigo, apesar de que eu acho que ela está pior.
Os quietinhos sempre são os piores.

- Que isso minha deusa, não to tentando te enganar não! 

- VIU TA ATÉ FALANDO QUE NEM O BUCO! 

- É que eu sou nordestina meu dengo, algumas gírias são muito parecidas.

- Paraíbaa...- Ela fala baixinho entre dentes arrastando o meu nome.

- Olha meu amor, foi só um desafio, eu to bem, visse? Sem nenhum arranhão. - Digo dando uma voltinha na frente dela, tentando manter a pose.

- Agora larga essa peixeira e vamo conversar? Vamo meu xuxu?

Me aproximo dela fingindo que estou sem dor para ela não perceber o roxo gigante na minha perna e consigo tirar a peixeira da mão dela e pegar ela pela cintura. 

- Paraíba! 

- Que foi minha linda? - Digo olhando no fundo daqueles olhos azuís e passando um fio de cabelo dela para trás da orelha. Mudando o vermelho dela de raiva para vergonha. 

- Você é uma sem vergonha sabia? Podia ter se machucado - Ela diz evitando de olhar nos meus olhos, aproveito a oportunidade para puxar ela pelo queixo e fazer ela me encarar. 

- Que isso minha santinha, você me ama. - Aproveito para puxar ela para um selinho rápido, só para parar e falar. - Agora veja só, a braba dessa relação aqui sou eu mulher, tu acaba com a minha reputação se o povo souber que eu to toda melosa para cima de tu desse jeito.

- O pessoal sabe que tu é meu Goiás, ibinha. - Ela me responde rindo.

- Oxe, mas tu ve? - indago rindo e puxo ela para mais um beijo, agora mais lento, enquanto aperto a cintura dela, sinto ela passando a mão na minha nuca por debaixo do meu rabo de cavalo que ainda estava meio úmido e me puxando mais forte em direção ao beijo. Meu corpo começa a esquentar e eu tiro a minha mão que estava na cintura para colocar no fim das costas dela, pressionando mais ela sobre meu corpo, deixo a mão descer do fim das costas, parando na bunda e apertando, escutando assim um ofego mais forte dela que se empolga e desce uma das mãos para a minha coxa, a coxa dolorida e aperta, e aí eu vejo estrela de dor e ao invés de um ofego, solto um grunhido, que ela percebe e se afasta do beijo.

- O que foi isso? 

- Isso o que meu dengo? - Tento disfarçar 

- Esse barulho. 

- Oras, meu gemido. - Tento disfarçar mais ainda.

- Paraíba...- Ela diz ficando vermelha de raiva de novo e baixa os olhos para onde estava a mão dela, se deparando com o roxo gigante na minha perna. - É AGORA QUE TU VIRA CHURRASCO!

InconsequênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora