Capítulo 23

12 2 68
                                    

Estar sentado junto a Donghyun na mesa enquanto jantava com ele era a pior sensação do mundo. Seus olhos me alfinetavam o tempo inteiro como se a qualquer movimento incerto, uma bala iria atravessar minha cabeça de forma surpresa.

— Por que está tão apreensivo, Kwang-ryong? — Pude senti-lo levantar um pouco de minha calça com seu pé por baixo da mesa.

— Não estou nervoso. — Afastei minha perna de seu toque enquanto pegava um pouco da comida em meu garfo.

Ao olhar para Sanghoon, seus olhos estavam em seu prato enquanto comia de uma forma tão correta e formal que até eu me sentiria desleixado perto dele. Mesmo fazendo de tudo para fazê-lo me olhar, sua cabeça não mexeu nem um milímetro sequer. Provavelmente Donghyun fez algo sobre também e o obrigou a ter "modos" enquanto está na mesa.
Percebendo que eu estava olhando para meu filho frequentemente, Donghyun segurou minha mão que estava sobre a mesa. Minha reação foi retirar minha mão dali no mesmo momento.

— Iori, por que está sendo tão difícil esses tempos? Sei que me ama, mas você sabe que não posso ficar com você.

— Eu não 'te amo. — Respondi de forma grosseira. — O que mais quero é distância de você. Estou aqui apenas por Sanghoon e a empresa.

— Oh, você finalmente cresceu! — Cruzou seus braços afrente de seu peitoral. — Essa foi a desculpa mais idiota que eu já ouvi. — Sorriu.

— Desculpa? Faz tanto tempo que eu não sinto mais nada por você que chega até ser uma piada ver você afirmar esse tipo de coisa tão confiante. — Debocho.

— Não parece, você vive chorando no meu pé e correndo atrás de mim por se.. — O cortei logo em seguida.

— Já chega. Não quero falar sobre isto na frente de nosso filho. Ele não merece ouvir esse tipo de coisa.

— Seu filho não vai se importar em ouvir este tipo de coisa. Não é mesmo, Sanghoon?

Ambos olhando para ele, uma resposta não foi dada, mas ao Donghyun chamar sua atenção, seus olhos finalmente se direcionam a nós.

— Perdão, o senhor pode repetir? — Questionou em um tom baixo e assustado.

— Viu? — Riu. — Você pode ir à cozinha pegar uma garrafa de vinho para nós?

— Sim, senhor.. — Saindo de sua cadeira, ele pediu licença e se retirou.

Se direcionando a mim, Donghyun me olhou em um grande sorriso. Se inclinando sobre a mesa, ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou.

— Meu dragãozinho predileto quer distância de mim? Eu sei exatamente do que você precisa para me desejar novamente. — Seu tom já insinuava o que queria.

— Não comece com essa, eu não vou me render para você que nem antigamente. Não sou mais aquele moleque idiota e carente que precisava da sua atenção.

— Você tem certeza?

Vi sua mão prestes a se deslizar da mesa para seu quadril, onde provavelmente puxaria seu canivete novamente. Em um movimento rápido, agarrei seu pulso com força e aproximei meu rosto do seu de forma agressiva.

— Suas técnicas velhas não funcionam mais comigo. — Direcionei minha mão para debaixo de sua manga e puxei um dos canivetes que havia em suas roupas, que logo o joguei para longe. — Já chega de brincadeiras idiotas. Se você não me deixar em paz e me permitir trabalhar com normalidade, irei vazar tudo sobre seus segredos e mentiras.

Vi sua feição animada se tornar de raiva. Sua mão direita se direcionou ao meu pescoço e o agarrou com força.

— Nem pense nisso. — Seu dedão pressionou em certa região de meu pescoço aonde poderia impedir a circulação de ar. — Você realmente se tornou um moleque insolente depois que começou a sair com a merda daquele garoto. — Resmungou fincando suas unhas em minha pele.

Dois Anos De Silêncio - Yaoi OmegaverseOnde histórias criam vida. Descubra agora