Prólogo | A sensação de estar preso em si

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『NÃO REVISADO.』
:(

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Recomendação de música

Julho- Jão

Fourth Of July - Sugjan Stevens

pesadelo (s.m.)

é um sonho em desespero. é quando o marinheiro escuta o barulho das correntes do coveiro. é a seca em alto-mar. é o fim do nosso amar. é o tremular das minhas mãos ao segurar as suas e perceber que logo elas não estarão mais ali. é entrelaço que vira nó e desfaz.

é bicho-papão. é queda. é o que faz chorar o coração.

— Livro dos ressignificados.

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04 de julho de 2014

As ondas do mar soavam por todo lugar.

eu podia ver claramente a água cristalina que formava algumas ondas enquanto chegavam perto da areia e os peixes que nadavam por ali, caso decidisse nadar naquele imenso mar os veria ao seu lado.

Aqueles olhos me encaravam, como se eu fosse a imensidão da sua vida, e eu, eu fazia o mesmo, observando aqueles olhos claros, como a imensa floresta que nos cercava.

Nada era dito, nada devia ser dito ou queria ser dito. Queríamos apenas aproveitar aquele lugar, deitados um ao lado do outro apenas ouvindo as ondas se desmancharem, as páginas do seu livro serem lidas e as gaivotas passando por ali baterem asas para longe. Queríamos apenas um ao outro.

Era incrível como o amor poderia nos deixar assim, abobados mesmo que não assumamos isso a ninguém.

Eu não sabia o porquê o amava tanto ou a forma que eu o amava mas eu poderia dizer cada parte que amo e seus motivos, como aqueles olhos verdes que pareciam cintilar enquanto folheava páginas de um livro que achou perdido em sua estante, eu não consigo achar um alfa tão apaixonado por livros quanto ele. Seu lábios e a forma como sorriam lendo algum trecho romântico do livro. Aquela boca rosada e fina me lembram a primeira vez que o vi e não perdi tempo com cantadas baratas ou bebidas mais ainda, eu apenas segurei naquela seus braços fortes e gostoso que tanto amo o levei naquela pista que mau nos cabia e dancei a noite toda até finalmente ele me segurar e pode tocar lá. Seu nariz tão marcante e delineado, contrastando bem com seu rosto, me lembrava que ali ao lado de um de seus olhos havia uma pequena pintinha que ele detestava mas era uma das minha partes preferidas, ela me motivava a sempre beijar naquele mesmo ponto apenas para ouvi-lo falar que a odiava enquanto seu rosto fingia uma expressão raivosa, me dando liberdade de poder beijá-lo ali novamente o irritando mais ainda, no fim acabávamos enrolados nos lençóis em uma briga besta de cosquinhas, e por mais boba era minha parte preferida, saber que ao chegar em minha casa eu ia encontrá-lo deitado em nosso sofá me esperando para me aconchegar em seus imensos braços para logo depois nossas brigas de cosquinhas começarem. Sua pele, por mais marcada pelo rastro de o que eram espinhas, ainda continuava sendo a mais bela do mundo por simplesmente ser a sua pele. Seus traços totalmente másculos, que me seguraram aquecendo-me em dias chuvosos e me agarrando com força em nossas noites quentes.

Ele me encantava de uma forma surreal e às vezes parece que ele não sabe o quanto ele e seu amor me encanta, o quanto sua boca, sua pele, seu rosto, seus traços, seus nariz, suas pintas, seus olhos, seu cabelo, como tudo nele me encantava. Eu podia ser incomum, raivoso, estressado, quieto, ranzinza, mas ele era minha dopamina.

Ilha de almas perdidasOnde histórias criam vida. Descubra agora