Mais um

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Nao esperava agoniada pela volta de Sae e seu pai da conversa que ambos teriam sobre ela.

Ela achou que o clima em casa ficaria pesado por causa do jantar, mas Sae não permitiu aquilo e interagiu com sua mãe como ela nunca havia visto antes. Ver os dois na cozinha compartilhando o fogão e a pia em tarefas do dia a dia era algo bizarro para Nao.

E sexy na mesma proporção.

Ela percebeu que ficar tanto tempo numa casa com Sae e nunca conseguir de fato ficar a sós com ele era uma tortura. Ele era bonito demais para ser apenas admirado por ela e ver ele se comportando na frente de sua mãe fazia com que ela quisesse relembrar a ele que ele não era tão santo assim.

Na verdade, nada santo.

Ela foi aos poucos afastando os pensamentos que a atormentavam da mente e lembrou-se do que havia acontecido na noite anterior.

Sae não era de se gabar pelo que sabia fazer, apenas jogar na cara dos outros o que eles não conseguiam. Então ver que ele cozinhava tão bem era agradável.

Só que enquanto o encarava na noite anterior foi flagrada por ele no mesmo momento. De inicio Sae apenas voltou a fazer o que fazia ali, com foco total. Mas quando a viu sozinha no banheiro a noite esgueirou-se por trás dela a prensando na pia enquanto rodeava sua cintura com seus braços fortes e deixava o aviso claro em seu ouvido:

-Quando resolvermos tudo isso do jeito certo eu vou descarregar tudo o que venho sentindo esses dias em você.

Ela se arrepiou:

-O que vem sentindo esses dias?

-Tesão sem fim.

Mais arrepios enquanto ele arrastava seu nariz no pescoço dela:

-Mas não posso fazer nada até tudo estar certo.

-Por que? - Nao deixou a pergunta escapar, surpreendendo Sae.

-O que quer dizer com isso?

-Que quero saber porque está se segurando.

Ele suspirou pesadamente no ombro dela:

-Não faça isso comigo Nao.

-O que?

-Caralho- ele a puxou para si fazendo com que sentisse sua ereção em sua bunda- Você está fazendo de propósito.

Talvez ela estivesse:

-Sinto sua falta.

Aquela frase mexeu com todos os instintos de Sae, que havia prometido para si mesmo que iria se segurar pelo bem de Nao enquanto estivessem ali e precisassem se comportar:

-Não podemos- ele disse tentando ser firme.

Ela se virou, ficando de frente para ele e o abraçou para em seguida depositar beijinhos em seu pescoço. As mãos de Sae foram para em seu quadril o agarrando com força, mas segundos depois ele voltou a realidade e a soltou:

-Nao, aqui e agora não.

Ela olhava para o volume que havia se formado ali.

Entre os dois, Sae era o mais sedento, não havia dúvidas. Mas quando Nao queria não havia ninguém que a parasse.

Ela fechou a porta do banheiro e a trancou. Ao se virar viu Sae a encarando com duvida no olhar. Algo que era bizarramente raro.

Nao apenas se abaixou e levou com ela os shorts de Sae, que não tinha mais forças para protestar e muito menos vontade de impedi-la de prosseguir.

Ele queria tanto quanto ela.

As mãos dele seguraram firme na pia do banheiro atrás de si quando ela o tocou com delicadeza. Suas costas arquearam quando ela começou a estimular. Sua cabeça tombou para trás quando a boca dela começou a fazer o trabalho que ele tanto gostava e seu corpo entrou em êxtase quando ele chegou lá:

-Viu? Não doeu nada ceder.

Ele arfava e suava enquanto a encarava se levantando:

-A questão nunca foi essa.

-Espero que seja na próxima- a voz doce não condizia com o que saía de sua boca.

-Pelo amor de Deus garota- ele a puxou para si a beijando intensamente- Está mesmo me pedindo para te machucar?

Você já fez isso uma vez.

-Fiquei com pena depois.

-Não devia.

Ela o beijou de novo antes de abrir a porta e sair do banheiro apertado demais para os dois. Olhou para os dois lados do corredor para se certificar de que não havia ninguém:

-Boa sorte com o papai amanhã

Ela disse aquilo e saiu o deixando com a consciência pesada por ter visto a filha do homem engasgar horas antes de resolver algo importante com ele.




Nao riu com os pensamentos e ouviu a porta se abrir. Tal som fez com que ela ficasse ansiosa por saber quem estava chegando.

Foi até a sala e viu seu pai tirando o sobretudo enquanto Sae entrava atras dele. Ambos a encararam em silencio e ela sentiu que aquilo parecia uma tortura sem fim:

-E então...? - ela teve a coragem de perguntar.

Seu pai olhou para trás:

-É com você- depois olhou para ela- Tudo resolvido.

Ele subiu as escadas e quando sumiu no topo ela foi até Sae:

-O que ele disse?

-Muitas coisas.

-Boas?

-E ruins.

-Sae! Diga logo.

Ele a encarou por alguns instantes antes de se afastar um pouco e se ajoelhar.

Batidas descontroladas tomaram cota do coração de Nao.

Ela começou a suar.

Tudo começou a rodar ao seu redor, menos o rosto de Sae a sua frente:

-Ele disse para que eu fizesse tudo do jeito certo, então o arrastei para uma joalheria. Não estava em meus planos fazer isso agora porque poderia te assustar, mas se for a única forma Nao- a caixa aveludada se abriu- Quer ser minha esposa, Nao?

A mão dela tapou a boca no momento em que a primeira lágrima desceu.

Sae franziu o cenho e se levantou segurando o queixo dela com uma mão e limpando a lágrima com a outra:

-Não coração, não estou pedindo isso para ver você chorar.

Outra lágrima:

-Pare, por favor.

-Eu estou feliz.

-Então não chore.

Ela fungou antes de levanta a cabeça e olhar para ele:

-Sim. Eu quero.

Sae sorriu lindamente e tomou a mão dela para colocar a aliança:

-Logo você será toda minha.

-Eu já sou sua.

Ele a beijou e tudo pareceu mais colorido.

Agridoce- Imagine Itoshi SaeOnde histórias criam vida. Descubra agora