Cap. 1 - Abençoada pela desgraça

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Abençoada pela desgraça

Sempre fui uma boa garota e as coisas ruins da vida sempre me acompanharam, como se eu tivesse sido abençoada pela desgraça

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Todo mundo acredita em alguma coisa, mesmo aqueles que são ateus, acreditam que Deus não existe. No meu caso, eu sempre acreditei em bem e mal, acreditei que se eu fosse uma boa pessoa, o universo me recompensaria me trazendo coisas boas. Será que eu sempre estive errada ao pensar assim? Afinal, as pessoas mais injustiçadas sempre foram as mais tolas, não é mesmo?

Por ser uma boa garota, eu era o saco de pancada da minha escola, motivo de diversão dos alunos e alvo ao qual machucavam com palavras, mas eles um dia iam colher o que plantaram, né? Como se fosse simples assim!

Vivi anos e mais anos sendo uma boa garota e nunca parei em nenhum lugar que valesse a minha bondade, o mundo sempre foi cruel comigo e eu nunca consegui fazer nada para mudá-lo, achei que podia manter a minha pose de garota boazinha pra sempre, até o dia em que percebi que a minha desgraça era culpa do meu silêncio e me revoltei contra ela.

Minha mãe foi morta espancada pelo meu pai, um homem machista que batia na sua esposa e suas filhas, minha irmã sempre foi uma garota sensível de saúde frágil, mas perdeu a sanidade quando assistiu tudo e não conseguiu fazer nada. Depois de muito trabalho, ela conseguiu se abrir novamente, no entanto, chegar próximo de pessoas, principalmente homens, era quase impossível pra ela.

Como se minha vida não tivesse sido difícil o suficiente, o universo decidiu me jogar a pior das bombas em um momento em que me senti totalmente indefesa.

— Sendo bem sincero, eu não acho que ela possa esperar na fila do SUS por um doador, o rim dela está quase parado, é questão entre dois ou três meses no máximo pra que pare — disse o médico cautelosamente, ele conhecia bem a nossa história e o quanto eu tentei cuidar Lisa.

Aquela notícia fez meus olhos perderem o brilho que nunca tiveram. Apertei minhas mãos e as encarei por poucos segundos, para então olhar para o Dr. Uk e sorrir da forma mais positiva possível, se é que era possível.

— Vou dar um jeito, a Lisandra é forte, vai ficar bem, só preciso achar um doador, não é? Com certeza acharei! — Quis acreditar nas minhas palavras mais do que queria convencer o homem à minha frente.

Lisandra nasceu sem um dos dois rins e o que tinha nunca funcionou totalmente, com o passar dos anos, ela foi ficando cada vez pior, até que chegou ao ponto de ficar presa numa cama de hospital.

— Se conseguir um hospital particular, os dias de vida dela podem se prolongar, assim terá mais tempo para encontrar um doador, mas eu não sei se isso seria possível pra você, Naui Juin — Seu tom era sincero, eu já tinha parado no hospital por exaustão, trabalhava demais pra pagar o tratamento da minha irmã.

Donos um do outro (Jeon Jungkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora