Meu paraíso

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Tom Kaulitz - LA

Não sei exatamente em que momento, depois da terapia e que deixei todo esse meu lado possessivo tomar conta de mim. 

Na verdade, eu até sei. Sempre fui muito super protetor com Ananda, sempre me deu vontade de esmagar cada mão que tocou no corpo dela antes das minhas. A ideia de ter outro corpo provocando sensações no corpo dela sem ser o meu, sempre me ferveu o sangue. Odeio toda e qualquer pessoa que a tenha tocado.

Sei que ela se envolveu com Ian lá em Paris. Sei que se envolveu, ainda que superficialmente, com Gal. Tenho consciência que ela tem total direito de tocar a vida dela, assim como eu tentei tocar a minha também.

Irracional, eu seria se dissesse que quero ver ela mais feliz nos braços de outro alguém. É claro que não quero. É claro que não espero que ela seja mais feliz com outra pessoa. E é hipocrisia da parte das pessoas que falam: "Quero sua felicidade ainda que custe a minha". Eu e Ananda já passamos por tantas aprovações. Tantas coisas ruins. Eu e ela estivemos a beira da morte e hoje, mais do que nunca, a quero do meu lado. 

Depois de algumas conversas com meu terapeuta e com Bill. Ambos chegaram a conclusão que eu e Ananda não nascemos para ficar juntos. Eu já acho ao contrário. 

Quando duas pessoas não nasceram pra ficar juntos, elas não se conectam como eu e Ananda nos conectamos. Elas não se Tem, como eu e Ananda nos temos. Se duas pessoas estão fadadas a não ficarem juntas, assim como eu e Olivia, assim como Ananda e Ian, assim como eu e Ria, como Bill e Diana. Acaba. E fim. 

E eu tentei. Juro por Deus que tentei não deixar esse meu lado sombrio tomar conta de mim.

Mas hoje, depois de tudo o que nós dois passamos, eu honestamente não consigo mais. Ananda é e sempre foi minha. E eu não vou mais abrir mão disso. 

Estar ao lado de Ananda é como estrar no paraíso. Tá ai, encontrei a palavra. Ananda é o Paraíso do meu inferno. Quando durmo ao lado dela, não tenho pesadelos. Quando estamos juntos, consigo enxergar melhor a vida, consigo enxergar a melhor versão de se estar vivo. 

Ananda tem a doce mania de embelezar tudo que ela toca. 

E não existem palavras que definam o quanto eu a quero. O quanto eu a desejo. O quanto eu ainda quero saborear cada gota de orgasmo que sai de dentro dela. Espero ansioso por poder possuir o corpo dela todos os dias. Minha ansiedade toma conta de mim para tudo isso com ela. 

Ainda encarando o telefone, tomando coragem pra ligar para a Heidi e contar a ela que não iremos mais ficar juntos. Ser honesto com ela que nunca houve espeço na minha vida futura para outra mulher. Adoro estar com ela, mas amo estar com Ananda. Adoro passar meus dias com Heide, mas amo meus dias com Ananda. Adoro dormir com Heidi, mas amo acordar com Ananda. 

E sei que estou sendo um babaca por colocar Heidi nessa situação. Por criar essa rivalidade feminina entre as duas, bom, não exatamente entre as duas, mas Ananda tem demonstrado um pouco de ciúme de Heidi, que é uma delícia, não nego. Ver aquele rosto vermelho de raiva, ver ela se remexer na cadeira por me imaginar com Heidi, é uma sensação que me vangloria. 

Mas não quero nenhuma das duas nessa posição. Não quero apunhalar, ainda mais Heidi pelas costas, como não quero Ananda me imaginando com Heidi. Mas sei que terminar o que tenho com ela, para voltar para Ananda é como um tiro no escuro. E mesmo que eu queira muito apostar todas as minhas fichas em Ananda, é um pouco difícil. 

A campainha do meu apartamento toca e eu me dou conta de que não estava esperando ninguém. Bill tem as chaves, não precisa tocar a campainha, exceto se ele pensa que estou acompanhado. Mas nesse caso ele teria ligado. A campainha toca novamente. Será que é Ananda?

I PUTT A SPELL ON YOU - TOM KAULITZ / PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora