As fases de Helena (Romance lésbico)

Capítulo Oito

Meses depois

— LENA! LENA! — Ouvi a voz de Alana.

— Oi amor, estou aqui. — Caminhei até onde vinha a voz e a encontrei.

— Essa casa é muito grande, eu me perco o tempo inteiro. — Dei uma risadinha. — Prova. — Ela colocou a colher na minha boca, ela estava fazendo cheesecake.

— Humm está ótima essa geleia.

— Estou quase terminando tudo e vou colocar na geladeira, antes da festa já vai estar pronto. — Ela me deu um sleinho. — Você já está bebendo?

— Bruna me deu soju para provar, ela e minha mãe estão muito dorameiras. — Nós duas rimos.

— Onde está Angélica?

— Jogando video game com Vitor e Cléber, por quê?

— Sua mãe e eu fizemos morango ao leite e alguns mini sanduiches para o lanche da tarde deles.

— Eu levo para eles. — Fui com ela até a cozinha, minha mãe estava lá também. — A produção está a todo vapor, mas eu fico pensando, não seria melhor comprarmos uma ceia ou pagarmos alguém para fazer?

— Claro que não! — Minha mãe falou chocada. — Eu amo fazer a ceia de natal para vocês.

— Ela não entende a magia do natal, sogrinha. — Alana falou com a minha mãe. — Para ela tudo é prático e sem graça.

— Passando! — Henrique entrou na cozinha com algumas bolsas e o Julio no colo, atrás dele estava Sasha com um barrigão enorme. — Segura meu filho. — Henrique me entregou o Julio. — Mãe vai descansar, agora eu vou assumir a cozinha. — Henrique falou mandão. — Amor senta aqui, você vai ser minha provadora oficial.

— Chegamos. — Rose e Cinthia passaram pela porta da cozinha acompanhadas de Bruna. Henrique deve ter ido buscá-las no aeroporto. — O que falta fazer?

— O peru ta no forno, o frango já assou, o lombo está temperado... — Minha mãe respondeu a Rose, enquanto cumprimentava ela e depois Cinthia.

— Vamos fazer os acompanhamentos, Henrique. — Rose falou com Henrique.

— Eu vou fazer arroz, estou com uma receita maravilhosa de arroz colorido. — Henrique falou animado.

— Eu quero arroz branco. — Falei.

— Problema é seu. — Ele respondeu em um tom brincalhão. — Quando você aprender a cozinhar pode fazer seu arroz branco sem graça.

— Bobó... bobó...BOBÓ! — Julio estava gritando.

— Sou eu, meu amor? — Minha mãe estendeu as mãos para ele, mas o menino tirou as mãos dela dá frente. — Parece que é com você Rose. — Ela riu.

— Oi pitoco. — Ela deu um beijo estalado na bochecha do menino que ficou animado e pulado no meu colo. — A vovó está ocupada agora, mas eu vou passar a noite inteira com você, tá bom. — Rose se afastou.

— Bobó... — Ele chamou.

— Eu vou distrair ele, se não vocês não vão conseguir terminar.

Julio não era uma criança fácil, ele estava sempre quietinho no colo do Henrique porque ele gostava do meu irmão, mas quando as coisas não iam como ele queria ele fazia pirraça, chorava, gritava, até Sasha vir chamar sua atenção, o que fez ele chorar ainda mais, mas depois foi se acalmando e a mulher o pegou. Eu não queria deixar, ela estava com quase oito meses de gravidez, mas ela disse que estava tudo bem, que sabia o filho que tinha e que não queria que ele ficasse gritando no nosso ouvido.