Criptas

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Narradora
129 d.c
Winterfell


Meya e Thomos desceram às criptas de Winterfell, lugar onde as sombras dançavam ao longo das frias paredes de pedra, e o ar estava pesado com o peso da história. A luz das tochas lançava sombras misteriosas sobre as estátuas dos Starks anteriores, seus olhos aparentemente seguindo os vivos enquanto eles se aprofundavam nas câmaras subterrâneas.

As criptas Stark eram um reino próprio, cheio de sussurros dos mortos e memórias daqueles que já se foram. Foi aqui que o destino escolheu que a vida e objetivos pessoais de Meya se entrelaçassem com Dantis Sand, um homem com um passado misterioso e uma rede de segredos que  com o destino da Casa Stark.

— Este lugar sempre me fez sentir como se os próprios Stark estivessem sussurrando do além. — Meya confessou, seu olhar perdido nas passagens escuras. Thomos concordou silenciosamente.

À medida que se aventuravam mais fundo nas criptas, os ecos distantes dos seus passos reverberavam através do silêncio frio. A expressão de Meya era séria, seus pensamentos se concentravam na importância da informação que Dantis possuía. Thomos, sempre vigilante, andava um passo atrás, a mão pousada casualmente no punho da espada.

Na penumbra, eles avistaram Dantis encostado na estátua de Rickon Stark. Sua silhueta se fundia com as sombras e, quando falava, sua voz carregava um eco sutil, como se as próprias criptas sussurrassem segredos.

— Dantis — Meya diz olhando para homem a sua frente. Os olhos de Dantis brilharam levemente na escuridão.

— Milady Meya Stark. — Ele se inclinou levemente, e a luz da tocha revelou um sorriso travesso em seus lábios.

Dantis permaneceu nas sombras, um espectro intrigante. Meya não permitiu que a atmosfera tensa abalasse sua determinação.

— Deve ser estranho para uma Stark caminhar nessas criptas. Afinal, este é o domínio dos mortos, e você está viva e vibrante aqui. — Dantis comentou, como se desafiando a quebrar a tensão.

— A morte é uma velha amiga dos Starks, Dantis. Não tememos suas criptas. — Meya respondeu, mantendo a postura, enquanto observava cada movimento do homem.

— A morte é uma amiga. Difícil conceito para muitos, mas você, Lady Meya, é diferente. — Dantis parou, encarando-a com um interesse intrigante.

— Poupe-me dos seus jogos, Dantis. O que você trouxe que justifica esse encontro? — Meya cortou qualquer tentativa de flerte, seu tom frio como o vento que sussurra pelos corredores das criptas.

— Informações. O tipo de informação que pode mudar o jogo em King's Landing. — Dantis sorriu, desvendando a promessa de segredos sombrios.

Meya ergueu uma sobrancelha, sua expressão inabalável.

— Então, fale. Não tenho tempo para jogos de palavras e insinuações. — ela exigiu.

Dantis saiu das sombras que cercavam o redor do túmulo de Rickon Stark, seu olhar encontrando o de Meya. A luz da tocha destacou seu rosto, revelando a curiosidade maliciosa em seus olhos.

— Milady, você sabia que, na corte, há boatos sobre o quão calorosa é a relação entre a Rainha Alicent e Criston Cole? — Dantis provocou, deixando um leve rastro de insinuação no ar.

Meya pressionou sua mandíbula, enquanto Thomos por sua vez permaneceu vigilante, seus olhos fixos no Sand.

— Dizem que a Rainha Alicent e Criston Cole compartilhavam uma relação mais... íntima do que a maioria imagina. As paredes de King's Landing têm ouvidos, Lady Stark, e aqueles ouvidos captam mais do que se espera.

THE BLOOD OF THE WOLF ━ Jacaerys VelaryonOnde histórias criam vida. Descubra agora