Big Brands, Big Problems

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Dayane Lima Point of View

Olhei para o relógio preso na parede e o mesmo marcava mais de dez horas da noite. Carol permanecia deitada, algemada e nua na cama enquanto eu estava deitada ao seu lado num espaço um pouco abaixo de seu braço. Eu a encarei e ela estava com os olhos fechados, mas não dormia, estava respirando pesado, como se estivesse pensando em algo, não sei se algo ruim ou bom. Será que ela se arrependeu? Minutos atrás ela estava amando isso, como ela vai se arrepender?

- São que horas? – a ruiva perguntou ao abrir os olhos.

- Dez e meia. – respondi.

- Tenho que ir. – ela ergueu a cabeça.

- Tem mesmo. – me levantei da cama e peguei minha blusa que estava jogada no chão perto do criado-mudo.

- Se a senhorita Grey puder me soltar. – disse ela.

Sorri antes de ir até o armário e capturar a chave que soltava as algemas. Caminhei de volta até ela e soltei suas pernas, em seguida seus braços. A garota se sentou na cama e encarou os pulsos totalmente marcados pelas algemas. Vi um leve sorriso escapar dos lábios da menor o que me fez ter certeza que sim, ela gostou. Ela encarou o próprio abdômen vendo que também estava marcado ali, passou os dedos sobre as marcas como se estivesse impressionada. Se essa foi o primeiro sexo dela, nunca será esquecido. A primeira transa da vida é com uma sadomasoquista, sorte ou azar? Eis a questão.

- Aqui, suas roupas. – entreguei as mesmas.

- Valeu. – ela pegou e tratou de tentar cobrir o corpo com o moletom.

- Não precisa ter vergonha, tudo que tem aí eu já vi. – soltei uma piscadela antes de pegar tudo que havíamos usado essa noite e começar a guardar.

Em poucos minutos, Carol estava totalmente vestida, os cabelos um tanto bagunçados e a maquiagem não mais presente, mas continuava bonita como sempre. Sem dizer nada, saímos do quarto e eu o mantive trancado como sempre faço. Voltamos a sala, o filme que devíamos ter visto já tinha acabado, nossos baldes de pipoca estavam jogados no chão e o sofá estava desarrumado.

- Quer ajuda para arrumar isso? – ela ofereceu.

- Não precisa, faço isso depois. – eu a encarei. – Agora tenho que te levar para casa sã e salva.

- Isso ai, se não o senhor Biazin arranca sua cabeça.

- Não quero que isso aconteça, não agora. – ela riu.

Eu dei espaço para a menina sair e fui atrás, confesso que dei breves encaradas em seu corpo escultural. Assim que entramos no carro, comecei a dirigir pelas estradas um tanto desertas de Riverside. Carol e eu não trocamos uma palavra o caminho todo, era perceptível a timidez dela em relação aos acontecimentos anteriores. Ela não sabia o que dizer, eu diria milhares de coisas, mas não quero deixar minha nova amizade colorida desconfortável depois da primeira noite, não é a melhor maneira de manter elas por perto. O melhor a se fazer é: deixar ela na casa dela e me despedir com um beijo. Faço isso com as poucas garotas com quem decido ter relações mais de duas vezes, ou seja, as que realmente são boas no que fazem.

- Chegamos. – disse ao estacionar na frente da porta dela.

- Obrigada pela carona e obrigada pela noite incrível. – ela disse sorrindo enquanto soltava o cinto.

- Não tem de quê. – sorri e logo passei a revisar entre olhar seus olhos e seus lábios. – Me permite?

- Sim... – respondeu tímida.

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