Capítulo Único

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Estou carregando uma pilha de documentos importantes de uma sala para outra.
Dou uma pausa, tomo um café. Não sinto que se passa nem um minuto até que tenham me enchido de papéis novamente, e volto a correr. Não sou uma das ninjas da Aldeia da Folha, mas sempre que estou na vila, gosto de ajudar como posso. Me mantenho tão distraída nas tarefas que fico surpresa ao me deparar com meus irmãos me encarando quando viro um dos corredores.

Gaara e Kankuro haviam acabado de sair da sala do Hokage e pareciam querer falar comigo, então dispenso uma das secretárias que precisava da minha assinatura para algo e vou ao encontro deles. Gaara mantém seu olhar calmo e distante, e ainda não me acostumei com sua recente decisão de pentear seu cabelo para o lado – isso o deixava bem menos ameaçador do que o normal, e acho que é por isso que ele o fez. Já Kankuro, mesmo com o rosto quase todo coberto de pinturas roxas e uma capa cobrindo a cabeça, deixava clara sua expressão de descontentamento.

— Gaara, Kankuro. – Eu os cumprimento. Mantenho um sorriso polido e as costas arqueadas, tentando parecer menos cansada do que realmente estou. — Vejo que já terminaram sua reunião com o Hokage. Já estão voltando para a aldeia?

— Nós já. E você, já acabou com o teatrinho? — Kankuro pergunta, exalando sarcasmo. Como meu irmão, ele sabe ver através da minha máscara.

— Kankuro... — Gaara o chama baixo pelo nome, o alertando para não ser indelicado.

— ...Do que você tá falando? – Eu pergunto, por mais que no fundo, eu saiba exatamente do que ele está falando.

— Eu e Gaara vamos voltar pra aldeia, temos mais o que fazer. — Ele responde de volta, ajeitando a cabaça em suas costas que esconde seu manequim, antes de se virar para ir embora. — Quando acabar com esse showzinho, estaremos te esperando.

Nós dois observamos Kankuro se afastando, batendo os pés com raiva.
Gaara coloca a mão gentilmente no meu ombro e me lança um olhar preocupado. É irônico — alguns anos atrás, o toque de Gaara me dava um arrepio na espinha e a certeza de que qualquer passo em falso e eu estaria fadada a morrer. Porém, seu toque delicado agora me fazia relaxar.

— Temari, já faz uma semana que você se casou. — Ele joga a bomba na minha cara, e eu estremeço. — Desde então, você e Shikamaru só têm trabalhado sem parar, mal têm se visto. Eu nem pude conversar com ele desde a cerimônia. Eu e Kankuro estamos... Preocupados.

Eu apenas aperto meus lábios com força. Não tenho resposta para aquilo. Gaara aperta meu ombro uma última vez e vai embora. Eu nem pude agradecer por ele ter sido tão honesto, com tão poucas palavras.
Sim, eu sou uma mulher recém casada. Mas nem de longe parece isso. Eu e Shikamaru escondemos nossos sentimentos um pelo outro por tanto tempo, e quando finalmente nos confessamos, ele me pediu em casamento logo depois... E foi maravilhoso. Eu já tinha certeza de que o amava.
Mas nós negamos um ao outro por tanto tempo que acho que nos acostumados a não ter intimidade. Joguei no ar a notícia de que iria me casar com Shikamaru para meus irmãos, sem que eles nem soubessem sobre nosso namoro antes, e logo depois do casamento, nós nos tratamos como estranhos. Eu compreendo o porquê da irritação do Kankuro e da preocupação do Gaara. Isso me deixava feliz por um lado, porque meus irmãos realmente se importam comigo. Mas por outro... Eu não estava sendo justa com eles.
Ali, parada no meio do corredor do prédio do Hokage, eu encarei o chão por um segundo pensando no que fazer. Afinal, ele é o homem, ele que deveria vir atrás de mim, não é? Essas horas, não devíamos estar em lua de mel? Será que ele não me deseja? Nós só nos beijamos até agora, e nem foi de língua. Será que ele não pensa em mim dessa forma? Será que ele se acostumou com meu jeito frio e duro, que pensa que eu não quero andar de mãos dadas, beijar de língua e fazer sexo? Será que...

— Temari?

Uma voz lenta e levemente rouca me chama, e já sei de quem é.
Levanto a cabeça e vejo Shikamaru parado me olhando, uma sobrancelha arqueada.

— Você tá bem? — Ele pergunta, já que não respondi. — É raro eu te ver de cabeça baixa assim.

— Cabeça baixa...? — Eu sussurro, mas ele parece não escutar.

— Eu preciso deixar esses documentos na sala de arquivos. — Ele ergue a pasta que está carregando na mão direita. — É um saco, mas precisa ser arquivado ainda hoje. Me acompanha?

Eu aceno com a cabeça e o sigo.
Fico alguns passos atrás dele e, pela primeira vez desde que nos casamos — e talvez, pela primeira vez na minha vida — me sinto patética.
Quero dizer, olha só pra esse cara. Ao contrário de mim, que estou sempre forçando uma postura adequada e tentando não demonstrar cansaço ou fraqueza aos meus subordinados, Shikamaru anda de maneira desleixada e suas costas largas são levemente curvadas, provavelmente devido às horas que ele passa sentado ou deitado. Seu cabelo é preso de um jeito simples, que não dá muito trabalho de arrumar, e seus olhos negros parecem que nunca estão focados em nada. Não andamos nem dois metros e ele já solta um bocejo preguiçoso, os olhos marejando de sono.
Reparar tanto assim nos detalhes dele me dá um comichão em lugares estranhos.
Ele leva a mão atrás da cabeça e coça, me olhando de canto de olho, o que só aumenta aquela insistente e nova coceira que eu estava sentindo.

— Por que você tá aí atrás? Anda do meu lado. — Ele diz.

Eu paro de repente. Ele para também, confuso.
O corredor está vazio agora, então eu agarro o pulso dele e o arrasto para a primeira sala à esquerda, que sei que é usada como depósito de armas.

— Oi, Temari?? — Ele exclama, confuso, enquanto acho no molho de chaves que peguei mais cedo a correta para trancar aquela porta. — O que deu em você?!

— Fala baixo ou cala a boca. — Eu digo, curta e grossa, e ouço ele engolindo em seco enquanto tranco a porta para ter certeza de que não seríamos interrompidos.

Quando jogo as chaves de lado e me viro para andar em direção a ele, ele instintivamente dá um passo para trás. Eu dou uma risada baixa.

— Você parece estar com medo.

— E estou.

Nós continuamos nessa dança — eu me aproximando e ele se afastando, até que suas costas batem na parede da sala apertada e ele finalmente se vê encurralado.
Eu espalmo as mãos na parede atrás dele, bem ao lado de sua cabeça, e posso ver uma gota de suor escorrer em sua têmpora. Tenho que segurar a risada.

— Vai contar o que porra tá acontecendo? — Ele pergunta, seus olhos finalmente deixando a indiferença de lado e mostrando alguma emoção.

— Vou. O que tá acontecendo é que eu tô de saco cheio, Nara. — Eu o chamo pelo segundo nome, o que o faz tremer ainda mais. — Sabe o que eu estava fazendo quando você me encontrou, ali no corredor? Eu estava duvidando de mim mesma. Estava parecendo uma menininha besta, preocupada se o namoradinho gosta dela ou não. Eu não sou assim, Shikamaru. Não sei porque esperei tanto tempo pra você dar o primeiro passo, sendo que se eu quero, eu pego pra mim, nem que seja à força. E você é meu. — Eu me aproximo mais dele, me mantendo firme diante do seu olhar atônito e, lentamente, pressiono sua virilha com meu joelho. — E o que eu quero agora é foder com você nesse depósito empoeirado e... Você tá duro?

Meu discurso empoderado se quebra completamente quando sinto algo duro e quente como uma pedra vulcânica em formato cilíndrico roçando no meu joelho. Sinceramente, mesmo que eu estivesse esperando exatamente por aquilo, fico desconsertada. Eu achei que estava provocando medo e intimidação nele pela expressão que ele fazia, mas parece que minhas palavras apenas o excitaram.
Eu sinto minhas bochechas esquentarem de vergonha, mas ele não parece envergonhado.

— Já estou assim desde que você me mandou calar a boca. — Ele responde como se fosse óbvio.

Era a primeira vez que eu sentia um pênis me tocando, e por reflexo eu tento me afastar, mas ele finalmente larga a pasta que segurava tão forte há um segundo atrás e me agarra pela cintura.
Agora, meu corpo está totalmente colado no dele e sinto seu pau na minha barriga. Sua respiração está a poucos centímetros do meu rosto e seu hálito de nicotina faz minhas pernas tremerem.

— Pra onde foi toda a sua marra, Temari? — Ele fala baixinho. Não o suficiente para sussurrar, mas o suficiente pra fazer aquela sensação estranha entre as minhas pernas triplicar.

— N-Não fode, idiota... — Eu tento muito não deixar minha voz falhar, mas não consigo evitar.

Aquele sentimento era totalmente novo e estranho. Ao mesmo tempo em que eu o quero com todas as forças, eu sinto vontade de correr e deixar essa ideia doida pra outro dia. Isso me faz lembrar nossa primeira luta no exame chunnin — eu o subestimei por tanto tempo, tive tanta confiança de que ele era preguiçoso e lento demais para me vencer, que no final fui derrotada de forma humilhante. Mas pior do que a derrota, foi ele ter desistido no último minuto.
Eu não poderia fazer o mesmo que ele. Eu não iria prometer e não cumprir.
Como faço em lutas difíceis, eu tiro forças de onde não tenho para me manter de pé e, segurando seu maxilar com ambas as mãos, eu o beijo. Nós começamos com o beijo de costume — comportado, lábios com lábios, mexendo suavemente —, mas eu decidi que iria elevar o nível e é o que eu farei.
Timidamente eu busco a língua dele com a minha, e ele responde. Agora posso sentir não só no seu hálito, mas também o sabor do cigarro que ele tanto fuma. No começo, eu odiava, depois, me acostumei. Agora, me excita ainda mais, e eu o beijo forte e desesperadamente como se quisesse roubar aquele sabor todo para mim.
Suas mãos ainda estão na minha cintura, e vez ou outra eu o sinto querendo abaixa-las, mas ele hesita. Sou obrigada a descolar minha boca da dele e, após alguns segundos tentando recuperar o fôlego, com as testas coladas uma na outra, eu o questiono.

— Shikamaru, se você quer me tocar, apenas toque.

Finalmente eu o deixo corado. Ele parece envergonhado ao perceber que deixou transparecer sua hesitação.

— Eu quero muito te tocar. Toda... — Ele fala isso enquanto percorre os olhos pelo meu corpo, me deixando novamente constrangida. — Mas... Tenho medo de fazer errado. De fazer algo que você não goste.

Que fofo, eu penso.
Fui boba por esquecer que ele é tão virjão quanto eu. Provavelmente ele está com muito mais medo do que eu de finalmente fazer isso, e talvez por isso ele não deu o primeiro passo até hoje.
Era estranho ver ele sem confiança. Ele geralmente tinha preguiça em realizar alguma tarefa, mas quando a fazia, sabia que cumpriria com maestria. Era a primeira vez que eu o via duvidando da própria capacidade.
Eu pego sua mão e a levo até meu seio, o fazendo aperta-lo. Nossos olhos estão vidrados uns nos outros.

— Eu sou sua esposa agora, idiota. — Mesmo entendendo o lado dele, não posso evitar provoca-lo por estar com tanto medo. — Vamos testar de tudo juntos e ver no que dá.

Parece que minhas palavras funcionam como incentivo, porque seu olhar finalmente volta a ficar sério e ele parece confiante e pronto para me atacar.
Suas mãos descem até minha bunda e ele me levanta no colo, me pegando de surpresa ao mudar nossas posições e me colocar contra a parede. Eu ouço a tinta desgastada ruir e cair no chão com a fricção das minhas costas, enquanto ele me pressiona com seu corpo e volta a me beijar. Finalmente sinto que estamos na mesma sintonia.

Eu acaricio seu queixo, sentindo a pouca barba que ele tem deixado crescer, e levanto as mãos até seu cabelo na intenção de fazer algo que me imaginei fazendo centenas de vezes.
Eu solto seu cabelo do prendedor, liberando o maior sex appel  que ele tem contra mim. Passo minhas mãos pelas mechas na mesma suavidade em que nossas línguas se entrelaçam, e aproveito para agarrar forte e puxar para força-lo a abrir a boca e chupar sua língua, quando o ouço gemer pela primeira vez.

Ele deixa meus pés tocarem novamente no chão e começa a levantar a bainha do meu vestido. Meu vestido é longo, por isso por baixo fico apenas de calcinha, o que me faz de novo sentir aquele friozinho de medo que fica bem do lado da vibração do tesão.

— Espera. — Eu peço baixinho, fazendo ele parar quando minha bunda já está quase de fora. — Deixa que eu faço isso.

Ele dá um passo para trás, mas sua respiração está pesada. Ele parece impaciente e não para de me encarar enquanto eu desato o tecido que uso ao redor da cintura para manter meu vestido firme no corpo.
Seu olhar faminto me deixa queimando de vergonha, e para que ele não veja, viro de costas para terminar de me despir.
Colocando o tecido de lado em cima de uma das caixas do depósito, eu tiro meu vestido pelos ombros e o deixo cair no chão ao meus pés. Agora, estou só de calcinha, sutiã e sandálias, e não tenho coragem de me abaixar para pegar o vestido no chão, muito menos de tirar qualquer outra peça de roupa.
Pensamentos vergonhosos invadem minha mente novamente.
Estou mesmo fazendo isso? Estou seminua, no depósito do prédio mais importante da Aldeia da Folha, prestes a fazer sexo, enquanto pessoas ocupadas trabalhando passam pelo lado de fora? Eu nunca me imaginaria fazendo algo tão depravado assim. Mas antes que eu possa pensar em me açoitar internamente por ser tão safada, Shikamaru me pressiona na parede com seu próprio corpo.
Achei que fosse impossível, mas ele parece ainda mais duro agora. Ou talvez eu ache isso porque senti-lo na minha bunda é uma sensação totalmente diferente. Ele entrelaça seus dedos nos meus e beija minha nuca, e não sei como ou por que, meu corpo se empina todo como se tivesse consciência própria.
Eu quero me virar e tocá-lo também, mas ele sabe disso e me impede. Quanto mais tento me soltar, mais forte ele se esfrega em mim.

— Temari, desiste. Eu não vou te deixar escapar. — Ele solta minhas mãos, mas ainda me sinto presa. Olhando para meus pulsos, vejo uma sombra negra me prendendo. Ele estava usando um jutsu em mim?! — Vou começar agora.

— E-Espera... Espera!! Começar o que?! — Meu coração começa a bater forte e alto como um tambor enquanto sinto suas mãos deslizando pelo meu corpo até minha calcinha.

— A provar. — Ele responde, começando a abaixar minha calcinha dolorosamente devagar.

— Provar o que, droga?! — Tento xingar e lutar, mas minha voz sai fraca e rouca como a de um gatinho ronronando.

Quando minha calcinha finalmente desgruda da minha vagina, sinto uma baba molhada mantendo as duas unidas, um rastro vergonhoso de que eu já estava ansiando por aquilo há tempo demais.

— Puta que pariu. — Ele grunhe, parecendo surpreendentemente irritado. — Como eu quero te comer agora.

— Então come... — Não, Temari, não!! Para com essa carinha de cachorro e voz manhosa!!

— Não. Nem pensar que vou deixar isso durar tão pouco.

Não entendo o que ele quer dizer, mas ao vê-lo de canto de olho se ajoelhando atrás de mim, eu volto a lutar para me soltar.
Seu rosto está perigosamente próximo da minha boceta. Só de ele respirar perto, sinto cada pêlo do meu corpo se eriçar como se um vento gélido tivesse entrado naquele depósito.
Meu corpo se retraiu inconscientemente com a proximidade dele, mas ele percebe e volta a agarrar minha bunda, me obrigando a me empinar para ele novamente. Me sinto uma cobaia em um laboratório enquanto ele apenas encara e analisa minha boceta como se fosse a maior descoberta que ele já fez.

— Isso é mesmo necessário?! Não podemos fazer só o básico e pronto??

— Shiu. — Ele chia, me deixando mais puta e com arrependimento de ter dado tanta confiança para ele. — Foi um saco, mas eu estudei e esperei muito por esse momento. Só confia em mim e relaxa.

Como se fosse fácil!
Eu penso, mas não me permito pôr meu desespero em palavras. Não dava para acreditar que ele estava me dominando daquele jeito! Eu tinha que achar uma maneira de escapar.
Porém, era muito mais fácil falar do que fazer. Seria difícil pensar em uma estratégia enquanto sentia ele passando os dedos em cada parte da minha vagina, sussurrando, cutucando, testando.

— Grandes lábios, pequenos lábios, uretra... — Ele nomear cada coisa apenas deixava tudo mais constrangedor. — Ah, achei.

Ele finalmente para de me cutucar e penso que vou ter um tempo para respirar e pensar, mas de repente sinto uma coisa quente, molhada e macia me tocar bem onde eu estava sentindo aquele comichão irritante por todo esse tempo.
Bem lá. A língua dele. A boca quente dele estava na minha boceta, e sua língua começa a mexer no meu ponto mais sensível. Sinto meu cérebro derreter e toda a minha vontade de escapar some enquanto eu me torno novamente uma boneca facilmente manipulável pelas mãos dele. Seu jutsu se desfaz e eu continuo com as mãos na parede, apenas me concentrando em não desabar.
Ele nem precisa me guiar mais, meu quadril balança no ritmo da língua dele e meus olhos se reviram a cada vez que ele atinge meu ponto G em cheio, de novo, de novo e de novo, como um chicote molhado. Suas mãos começam a tremer, e ele fica cada vez mais impaciente. Ele começa a enfiar o indicador em mim, fundo demais, me fazendo soltar um ganido de dor.

— Desculpa. — Ele sussurra rapidamente e tenta tirar a mão, mas eu a seguro no lugar.

— N-Não para... Só não vai tão fundo...

Ele volta a enfiar o dedo, dessa vez de maneira lenta e gentil, deixando a intensidade toda na língua. Seu dedo é longo e áspero, contrastando com sua língua suave e rápida, e me sinto fodida duas vezes. Torço os dedos dos pés ao sentir que estou perto de gozar, e agarrando novamente nos cabelos dele, eu empurro totalmente sua boca na minha vagina ao chegar no orgasmo.
Eu tenho um orgasmo longo e um choque passa pelo meu corpo inteiro. Ele me lambe e me chupa conforme eu tremo inúmeras vezes em sua boca. Só percebo que estou sufocando Shikamaru quando ele desesperadamente dá três tapinhas na minha bunda.
Me viro para olha-lo quando vejo ele cair sentado no chão, lutando para recuperar o ar. Seu cabelo está desgrenhado, suas roupas estão tortas no corpo e... Seu pau não parece tão duro quanto antes.

— O que houve? — Eu pergunto, me referindo ao último detalhe. — Estamos só começando e você já cansou?

— Para falar a verdade, tô cansado sim. — Ele fala, se inclinando sobre as mãos e jogando a cabeça para trás enquanto ainda puxa o ar com dificuldade. — E também, você quase me matou sufocado agora, então... Uma pausa de cinco minutos seria bom.

— Que insolente. — Eu digo, perdendo a paciência com o ego elevado dele. — Minhas mãos não estão mais presas, então... Você não devia estar de guarda baixa assim.

— O q... Guh!! — Sua pergunta é interrompida por um engasgo de dor quando, sem aviso prévio, piso no pau dele. Ele se inclina para frente por instinto e agarra minha perna para me impedir, mas me mantenho firme e piso mais forte.

— Eu não vou te deixar escapar. — Repito a frase anterior dele, porém de forma muito mais ameaçadora e, com um sorriso triunfante, sinto ele endurecer novamente debaixo da minha sandália. — Shikamaru, parece que estamos descobrindo muitas coisas novas um sobre o outro aqui.

— Não acredito... — Ele fala com a voz ainda distorcida pela dor. — Não acredito... Que sou masoquista... A esse ponto...

Eu seguro o queixo dele e o faço olhar para mim. Retribuindo o fetiche recém descoberto dele, eu me sinto extremamente excitada ao vê-lo naquela situação. Mesmo sendo um homem maior que eu, ele está debaixo dos meus pés com uma expressão mista de dor e tesão, as bochechas coradas, a boca entreaberta, e a súplica silenciosa para que eu o domine.
Levo meu polegar até sua língua e a pressiono levemente.

— Chupa. — Eu ordeno.

— Mas... Você vai me soltar...?

— Chupa. — Repito.

Fingindo descontentamento, ele chupa meu dedo. Da mesma forma que percebi quando ele chupava meu clitóris, sinto o quão grande e maleável é sua língua. Ele me olha de baixo para cima com seus olhos vazios e olheiras profundas, fazendo minhas entranhas novamente tremerem de vontade de tê-lo dentro de mim.
Levantando o pé que o segurava, eu o coloco em seu peito e o empurro até que ele esteja deitado no chão. Ele ainda está completamente vestido, mas é impressionante como o pau dele é totalmente visível por baixo da calça.

— Coloca para fora. — Eu digo, começando a tirar meu sutiã, me sentindo muito mais confiante agora.

— E-Espera, Temari, eu realmente acho melhor...

— Vai me fazer repetir?

Quando termino de falar, estou completamente nua. Eu estou, sim, envergonhada, mas a timidez que estou sentindo não se compara com a sensação de poder que o olhar dele me causa.
Ele simplesmente me encara como se eu fosse uma deusa. Seus olhos arregalados percorrem meu corpo sem parar, sem ter um lugar só para admirar. Ele finalmente fecha forte os olhos, como se para absorver aquilo no fundo de sua mente, e começa a abrir as calças.
Ando pelo corpo dele e paro com os pés ao redor de sua cintura. Ele finalmente abaixa a roupa, deixando seu pau sair.
A primeira coisa que noto, é que é longo. Já vi muitas comparações com cogumelos, mas se fosse para comparar com algo, o dele seria um cilindro perfeito: longo, fino e milimetricamente reto. A segunda coisa que noto é que ele está muito vermelho, provavelmente pelo tanto que o machuquei, mas ele não parece desgostar nada disso, já que baba tanto quanto minha boceta.
Eu lambo os lábios ao vê-lo. Eu deveria estar preocupada que essa coisa vai entrar em mim agora? Provavelmente. Mas eu quero muito isso.
Eu me agacho numa posição onde ele fique no ponto certo e seguro nele, mesmo que não precise, já que ele assustadoramente fica em pé sozinho. Eu o sinto pulsar com meu toque e Shikamaru se apoia nos cotovelos me lançando um olhar de tesão intenso, mas ao mesmo tempo de tensão por alguma coisa.
Quando eu começo a colocar, ele encolhe o corpo.

— Temari, espera, espera!

— O que foi?! — Eu também estava tensa, então o nervosismo dele não ajudava.

— Vai devagar... Tipo, muito, muito devagar... Mesmo.

— Senão o que?!

— Senão não vou aguentar, porra.

Suspiro forte. Nem pensar que eu ia deixar ele voltar a mandar em mim nessa altura.

— Shikamaru... Cala a boca.

Eu penso em acabar com nossa tensão de uma vez e sento com tudo, mas me arrependo quase imediatamente. Sinto como se tivesse levado uma facada bem lá dentro do útero, e diferente dele, não gosto nem um pouco da dor aguda que isso traz. Enquanto estou gemendo de dor, junto disso eu sinto um líquido quente me preencher e escorrer para fora de mim.
Quando olho para Shikamaru, ele está claramente gozando. Seus olhos revirando são tão lindos que quase esqueço da dor.

— E-Eu vou sair... — Digo e me surpreendo pela minha voz estar falha.

Shikamaru fracamente se recupera e me olha, quando de repente sua expressão fica preocupada e ele senta para me abraçar.

— Temari... Amor, você tá bem?

Sinto lágrimas rolarem pelas minhas bochechas. De onde veio aquilo? Nem me lembro da última vez que chorei. A dor foi tão forte assim? Ou eu estava muito mais tensa do que eu pensava?

— Eu tô bem, desculpa... Eu estraguei tudo.

— Temari, tá brincando?! Que saco, eu gozei com uma sentada só. — Ele consegue me fazer rir e beija minha bochecha molhada. — Você é muito gostosa. Sério... Eu nem tenho palavras pra... Não. Eu te amo. É isso. Eu não imaginei que seria assim, sabe. Eu fiquei planejando nossa lua de mel por muito tempo, eu queria que fosse perfeito. Pensei em trinta e quatro lugares diferentes, mas todos tinham algum defeito que me fazia cancelar a reserva. Estudei muito para poder te dar prazer, mas, mesmo decorando setenta e três posições sexuais e lendo livros sobre o biologia e sexualidade, eu sempre tinha a sensação de que não faria direito... Que saco. Acho que te deixei esperando por muito tempo e isso acabou acontecendo dessa maneira. Eu que tenho que pedir desculpas se estraguei essa experiência pra você, porque pra mim... Foi perfeito. Foi perfeito.

Fico sem palavras por um momento. Acho que foi a frase mais longa que já o ouvi dizer. Nem nossos votos de casamento foram tão extensos.

— Você... Teve todo esse trabalho? Não foi chato?

— Chato pra um caralho. — Ele faz uma expressão de derrota que deixa claro o quanto aquilo o exauriu. — Odiei cada segundo. Foi trabalhoso, todo dia eu queria desistir, te levar para qualquer lugar e deixar rolar. Mas por algum motivo, eu não fiz isso.

Eu sorrio. A dor que eu senti antes de repente não era nada comparada ao tanto de amor que eu estava sentindo por ele naquele momento.
Segurando seu rosto, eu me aproximo para beija-lo profundamente. Meu objetivo inicial era um beijo inofensivo de amor, mas nós começamos um beijo de língua sem perceber. Ele ainda está dentro de mim, e lentamente o sinto endurecendo novamente. Acho que aquela conversa foi descanso o suficiente para ele.
Ainda durante o beijo, ele me segura pela cintura e me põe de costas no chão. Acho que eu ainda teria que esperar ter mais experiência para domina-lo completamente, então, naquele momento, apenas me deixo ser só uma recém casada perdendo a virgindade.
Quando ele deita por cima de mim, me sinto confortável e protegida. Novamente estamos com os dedos entrelaçados, e eu abraço seus quadris com minhas pernas quando ele começa a se mover. Ainda dói quando ele vai muito fundo, então sinto que ele se segura para não entrar completamente.
Olhando para baixo, vejo seu pau coberto por sêmen e sangue, e finalmente cai a ficha de que entreguei minha virgindade pro meu marido. De que meu marido era o Shikamaru, o amor da minha vida. E de que estávamos fodendo no depósito do trabalho dele.
Minha líbido começa a subir de novo e isso zera a dor completamente. Gemendo alto, eu rebolo de volta no pau dele sempre que ele mete em mim, e ele sorri ao entender que eu queria mais. Soltando minha mão, ele de repente muda de posição e levanta minhas pernas até meus ombros, me deixando novamente em uma pose completamente degenerada.

— Shikamaru... Ah! — Minha voz afina e derrete ao sentir seu pau estocando fundo na minha boceta, e finalmente, a sensação é deliciosa. — Shika... Ah!!!... Maru... Uhnn...

Ele mantém minhas pernas firmemente grudadas no meu corpo enquanto me fode, e o barulho de estalo do seu quadril batendo na minha bunda é tão forte que tenho certeza que qualquer um que passe pelo corredor pode ouvir.
Esse tempo todo tentamos manter nossa voz o mais controlada possível e nossas presenças escondidas, mas esse som em específico era impossível de disfarçar. E quanto mais ele socava, mais forte eu gritava, e quanto mais eu gritava, mais forte ele me comia. Seu cabelo roçava no meu rosto, nosso suor escorria e deixava um sabor salgado em minha boca, e quando finalmente gozei, gozei olhando profundamente para dentro dos seus olhos, sem hesitar ou sentir vergonha alguma.

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— Então... Vocês decidiram passar a lua de mel aqui, na Aldeia da Areia? — Kankuro pergunta, desconfiado. — No único e empoeirado hotel que nós temos?

— Isso. — Shikamaru responde, dando um trago longo em seu cigarro.

Já haviam se passado dois meses desde aquele dia no depósito.
Assim que terminamos, a preocupação e a vergonha nos atingiu em cheio, já que era óbvio que alguém com certeza teria nos ouvido ali dentro. Porém, quando saímos, descobrimos que coincidentemente o Hokage chamou todos no terraço para uma reunião de emergência sobre como lidar com incêndios mais ou menos na mesma hora que começamos.
Depois daquilo, continuamos nossas vidas normais — com muitas burocracias entre aldeias a serem resolvidas e pouco tempo para sermos românticos na frente dos outros.
Kankuro estava prestes a protestar — o que, da maneira dele, era a forma de dizer que estava preocupado que eu não tivesse casado com um cara que me ame — mas Gaara o interrompeu.

— É uma ótima escolha. Vou garantir que vocês tenham uma boa estadia.

— Mas Gaara...

— Kankuro, o Shikamaru precisa pegar alguns documentos no arquivo que serão entregues na Aldeia da Folha quando eles voltarem. Pode guia-lo até lá?

Kankuro suspira, aceitando sua derrota, e parte contrariado da entrada da Aldeia com Shikamaru, que nos dá um aceno antes de sumir.

— Eles ainda se tornarão grandes amigos. — Eu digo.

— Tenho certeza que sim. — Gaara responde. E começamos a andar lentamente para dentro da Aldeia juntos. Ele me olha com um olhar sereno. — Você parece feliz.

Eu não paro de me surpreender com o quão sensitivo Gaara se tornou.
Minha relação com Shikamaru talvez nunca será vista como romântica e meiga aos olhos dos outros. Mas todo dia eu me surpreendo com o quão íntimos nós nos tornamos, e acho que manter isso entre nós já é o suficiente.

— Estou muito feliz.

Lua de Mel #ShikaTemaOnde histórias criam vida. Descubra agora